De acordo com a nota assinada por Alexandre Meira da Rosa, secretário-executivo da Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex), o pacote oferecido pelo presidente Nicolas Sarkozy custará 6,8 bilhões de euros - cerca de R$ 20 bilhões ou o equivalente a cerca de dois anos do programa Bolsa Família. A compra terá de ser aprovada pelo Congresso Nacional.
Daquele total, 1,8 bilhão de euros representa o custo da construção de um estaleiro e de uma base naval no litoral fluminense exigida pelo governo francês. Os restantes cinco bilhões de euros pagam as embarcações. Tratou-se de uma "operação casada" apresentada pela França: para levar os submarinos, o Brasil teria também de aceitar aquelas duas obras.
A escolha surpreendeu inclusive a própria Marinha do Brasil que, no seu Boletim de Ordens e Notícias, número 806, de dezembro de 2006, assinado pelo então comandante daquela força, almirante Roberto de Guimarães Carvalho, se declarava "satisfeita com o desempenho dos atuais submarinos", e com "as indiscutíveis vantagens decorrentes da manutenção de uma linha logística já existente, tanto na parte relativa ao material (construção e manutenção), como na concernente à formação do nosso pessoal".
Curiosamente, aquela mesma firma apresentara, em outubro de 2007, uma proposta mais barata que a francesa: fabricar mais cinco submarinos no Brasil, além de modernizar os cinco já existentes, por um total de 2,1 bilhões de euros, sem a necessidade de se construir um novo estaleiro.
Cada embarcação, portanto, sairia por cerca de 437 milhões de euros - pouco mais de duas vezes mais barata que os Skorpène que, curiosamente, o próprio governo da França e nenhum país da Organização do Tratado do Atlântico Norte utilizam."
(Fonte: O Globo)
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