"Menino de rua, daqueles que dormiam ao relento, nas calçadas ou nos batentes das igrejas. Foram assim a infância e a adolescência de José Gonçalves da Silva, conhecido pelos apelidos de "Zé Gubira" e "Já Morreu". O ex-menino de rua esteve recentemente no Crato, ostentando o posto de Tenente da Polícia Militar do Ceará. Reviu, emocionado, o banco da praça que lhe servia de cama. Numa entrevista concedida na Rádio Educadora do Cariri, o militar emocionou os ouvintes ao relembrar o seu passado de sofrimento nas ruas.
Ele nasceu no Sítio Baixio das Palmeiras, a 20km do Crato. Ficou órfão na infância. Fugiu de casa para o Crato, onde exerceu as mais humildes profissões: lavador de carro, engraxate, chapeado, menino de recado e gari da Prefeitura.
Sem casa para morar, dormia nos batentes das igrejas. Imaginava que ali estava sob a proteção de São Francisco e Santo Antônio, os santos a quem mantém antiga devoção.
Quando dormia na coxia das calçadas ou bancos de praça, foi, muitas vezes, acordado com baldes de água fria. "Eu era uma criança, não reagia", diz, resignado. Para ele, o infortúnio era um designo de Deus. Mesmo diante de tantas dificuldades, afirma que nunca usou droga, nem assaltou ninguém. Mesmo assim, foi acusado de um roubo que não cometeu. Foi preso e espancado na delegacia.
Passava três meses com uma roupa. Quando estava suja, ele mesmo a lavava na parte de cima do canal do Rio Granjeiro, naquela época, menos poluída. Ficava somente de cueca, enquanto a roupa enxugava no sol. Tomavam banho, quando deixavam, nos postos de lavagem de carros.
O tenente vai descrevendo o seu passado, com os olhos cheios d´água. Ele disse que "o sofrimento fortalece o caráter das pessoas. A dor ensina a gente a gemer", afirma.
Sem perspectiva de emprego em sua cidade natal, viajou para o Estado do Amazonas, a fim de trabalhar na Transamazônica. Esteve no interior da Bahia para trabalhar na construção de uma ponte. Voltou para o Crato com uma carga de frustrações, mas sem perder a esperança.
Um dia apareceu uma mão amiga. Um conhecido o convidou para ser babá numa casa em Fortaleza. Mas aquela não era a profissão ideal para um menino nascido na zona rural do Cariri, acostumado a montar em burro "brabo". Só passou dois meses no emprego.
Foi ser trocador de ônibus. Na nova função, conseguia trabalhar e estudar. Passou no concurso para soldado da Polícia Militar. Desde então foi uma "mão na roda". Foi cabo, sargento e agora é tenente, coordenador de disciplina do Fundamental-1 do Colégio da Polícia Militar de Fortaleza. Está concluindo o curso de História na Universidade Vale do Acaraú.
De volta ao Crato, ele não esqueceu as pessoas que fizeram parte de sua vida. Lembra do chapeado 90, que foi seu companheiro de trabalho. Faz questão de falar com os amigos que deixou na Rua da Vala e na Praça São Vicente. Todos o reconhecem e destacam que ele era um menino pobre, trabalhador e muito honesto.
Quando o ex-menino de rua voltou à Praça São Vicente para rever o banco onde ele dormia, desabafou: "Era a minha cama". O reencontro se transforma numa festa de recordações com os frequentadores da praça.
Ao reviver o passado sofrido, marcado por preconceitos, indiferenças e calúnias, ele não demonstra nenhum ressentimento. "Quero cumprimentar até aqueles que ma bateram com a porta na cara. Quero mostrar para os menores abandonados de hoje que o único caminho para vencer na vida é o trabalho e o estudo", desabafa.
Diz que não ter vergonha do passado. "Não cometi nenhum ato de desonestidade. Lamento a falta de políticas públicas para meninos de rua".
Ele nasceu no Sítio Baixio das Palmeiras, a 20km do Crato. Ficou órfão na infância. Fugiu de casa para o Crato, onde exerceu as mais humildes profissões: lavador de carro, engraxate, chapeado, menino de recado e gari da Prefeitura.
Sem casa para morar, dormia nos batentes das igrejas. Imaginava que ali estava sob a proteção de São Francisco e Santo Antônio, os santos a quem mantém antiga devoção.
Quando dormia na coxia das calçadas ou bancos de praça, foi, muitas vezes, acordado com baldes de água fria. "Eu era uma criança, não reagia", diz, resignado. Para ele, o infortúnio era um designo de Deus. Mesmo diante de tantas dificuldades, afirma que nunca usou droga, nem assaltou ninguém. Mesmo assim, foi acusado de um roubo que não cometeu. Foi preso e espancado na delegacia.
Passava três meses com uma roupa. Quando estava suja, ele mesmo a lavava na parte de cima do canal do Rio Granjeiro, naquela época, menos poluída. Ficava somente de cueca, enquanto a roupa enxugava no sol. Tomavam banho, quando deixavam, nos postos de lavagem de carros.
O tenente vai descrevendo o seu passado, com os olhos cheios d´água. Ele disse que "o sofrimento fortalece o caráter das pessoas. A dor ensina a gente a gemer", afirma.
Sem perspectiva de emprego em sua cidade natal, viajou para o Estado do Amazonas, a fim de trabalhar na Transamazônica. Esteve no interior da Bahia para trabalhar na construção de uma ponte. Voltou para o Crato com uma carga de frustrações, mas sem perder a esperança.
Um dia apareceu uma mão amiga. Um conhecido o convidou para ser babá numa casa em Fortaleza. Mas aquela não era a profissão ideal para um menino nascido na zona rural do Cariri, acostumado a montar em burro "brabo". Só passou dois meses no emprego.
Foi ser trocador de ônibus. Na nova função, conseguia trabalhar e estudar. Passou no concurso para soldado da Polícia Militar. Desde então foi uma "mão na roda". Foi cabo, sargento e agora é tenente, coordenador de disciplina do Fundamental-1 do Colégio da Polícia Militar de Fortaleza. Está concluindo o curso de História na Universidade Vale do Acaraú.
De volta ao Crato, ele não esqueceu as pessoas que fizeram parte de sua vida. Lembra do chapeado 90, que foi seu companheiro de trabalho. Faz questão de falar com os amigos que deixou na Rua da Vala e na Praça São Vicente. Todos o reconhecem e destacam que ele era um menino pobre, trabalhador e muito honesto.
Quando o ex-menino de rua voltou à Praça São Vicente para rever o banco onde ele dormia, desabafou: "Era a minha cama". O reencontro se transforma numa festa de recordações com os frequentadores da praça.
Ao reviver o passado sofrido, marcado por preconceitos, indiferenças e calúnias, ele não demonstra nenhum ressentimento. "Quero cumprimentar até aqueles que ma bateram com a porta na cara. Quero mostrar para os menores abandonados de hoje que o único caminho para vencer na vida é o trabalho e o estudo", desabafa.
Diz que não ter vergonha do passado. "Não cometi nenhum ato de desonestidade. Lamento a falta de políticas públicas para meninos de rua".
(Fonte: Diário do Nordeste e Portal da PMCE)
um grande exempro de vida para muitos.que Deus o abençoi
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