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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

CONFLITO COM "SEM TERRA" ATINGE CÚPULA DA BRIGADA MILITAR DO RIO GRANDE DO SUL

"O comandante da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, João Trindade, determinou no sábado (22) o afastamento do subcomandante-geral da corporação, o coronel Lauro Binsfeld, responsável pela ação de despejo na Fazenda Southall, em São Gabriel (RS), que deixou um sem terra morto e 50 feridos na última sexta-feira (21).

Em entrevista à imprensa local, Trindade admitiu que houve erros durante a operação. De acordo com ele, havia determinação do comando geral para que os policiais usassem apenas armamento com munição não-letal. Apesar disso, pelo menos 12 policiais portavam armas de calibre 12, mesmo calibre da bala que matou o integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Elton Brum da Silva, de 44 anos, com um tiro nas costas.

"Após a realização da operação, constatou-se erro na execução da operação, na medida em que o planejamento do Comandante-Geral não foi seguido na íntegra", afirmou o Comando-Geral da Brigada Militar em nota.

Não foram encontradas armas de fogo com os agricultores, apenas instrumentos de trabalho como foices e facões, o que reforça a tese de que o tiro partiu de um dos policiais. Segundo Trindade, o caso está sob investigação da Brigada Militar e do Ministério Público. No lugar de Binsfeld, assumirá o coronel Jones Calixtrato, atualmente chefe de Policiamento da Capital.

Os 700 sem terra estavam acampadas na Fazenda Southall desde o dia 12 de agosto e reivindicavam o restante da desapropriação da área para reforma agrária, além de melhores condições para os assentamentos da cidade.

A truculência de Binsfeld já era conhecida pelos movimentos sociais antes do episódio da última sexta-feira. Em março do ano passado, o coronel comandou a reintegração de posse da Fazenda Tarumã, de propriedade da transnacional Stora Enso, em Rosário do Sul, quando centenas de camponesas ficaram feridas.

Protestos

O corpo de Elton Brum da Silva foi velado no sábado na Santa Casa de Caridade de São Gabriel, em uma cerimônia acompanhada por centenas de sem terras. O sepultamento aconteceu em Canguçu, no sul do estado, acompanhado por amigos e familiares.

Após o velório, os agricultores caminharam da capela 3 da Santa Casa de São Gabriel até a praça principal para protestar contra a violência.

Em Porto Alegre, também houve manifestações no sábado. Um ato na Esquina Democrática, no centro da capital gaúcha, contou com militantes de movimentos sociais, representantes de partidos políticos e sindicalistas, que responsabilizaram a governadora Yeda Crusius (PSDB) pela violência.

A repressão contra organizações populares também será debatida em uma audiência pública na Assembleia Legislativa gaúcha, no dia 9 de setembro. Já foram convidados integrantes de movimentos sociais, deputados, representantes da Secretaria da Segurança Pública do Estado, da Brigada Militar e outras entidades, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)."

(Fonte: Brasil de Fato)

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