CONTATO

CONTATO VIA E-MAIL: coronelbessa@hotmail.com

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

POLICIAIS MILITARES DO CEARÁ PROTESTAM CONTRA BAIXOS SALÁRIOS

"TROPA MOBILIZADA."

"Mais de 200 PMs doam sangue em protesto."

"O ato simbolizou o início de uma série de manifestações que a tropa planeja diante dos baixos salários na PM."

"Mais de 200 policiais militares estiveram, ontem, no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) para doar sangue, no ato público denominado "PMCe no Limite", em que os PMs reclamam de baixos salários, carga horária excessiva, péssimas condições de trabalho e discriminação em comparação ao tratamento e vencimentos recebidos pelo pessoal do "Ronda do Quarteirão".

A data de 25 de agosto foi escolhida para a manifestação por já ter um significado especial: o Dia do soldado. Desde as 7h30, quando o Hemoce abriu as portas, dezenas de PMs foram chegando, aos poucos, a maioria à paisana. Alguns, em sinal maior de protesto, vestiram camisa preta, que simboliza o movimento. Outros, doaram sangue mesmo fardados.

"Não estamos fazendo greve, apenas um protesto simbólico para que o Governo do Estado olhe com bons olhos para as nossas reclamações no que diz respeito aos baixos salários e a escala de serviço exaustiva", disse um dos primeiros policiais a chegar. Integrante do Batalhão de Polícia de Choque (BpChoque) há mais de 10 anos, casado e pai de duas crianças, o militar (identidade preservada) disse não suportar mais o excesso de trabalho. "Não tenho lazer, não convivo com minha família, não educo meus filhos. São seis dias de trabalho para apenas um de folga e este só pode ser durante a semana. Não existe mais vida social para mim", disse.

Para ele, a carga horária de um PM não pode ser comparada a de outras profissões. "Vivemos sob alto estresse. Essa é a nossa rotina", destacou. Segundo o soldado, o salário da PM do Ceará é o terceiro pior do País e a escala é a segunda pior. "Em Sergipe, o salário do soldado passa de R$ 3 mil e aqui não chega a R$ 1,5 mil", explicou.

Direito garantido por lei, o atestado médico garantindo a folga de 24 horas para quem doa sangue estava sendo requisitado por todos os policiais. "É um ato voluntário e mais uma forma de prestarmos um serviço à comunidade. A nossa prioridade é salvar vidas. É mais uma gloriosa missão da Polícia Militar. O nosso movimento não tem comando ou liderança. É um ato voluntário de cada um de nós", disse outro soldado, lotado na Cavalaria e membro da corporação há 17 anos.

Entre os policiais que estiveram no Hemoce, muitos estão lotados no Batalhão de Choque. Outros fazem parte da Cavalaria, Pelotão de Motos, 5º Batalhão e do Ronda do Quarteirão. "Essa idéia de que existe uma separação entre os PMs do Ronda e o restante da tropa não é verdade. Nós do Ronda também estamos aqui, no mesmo protesto. A carga horária é a mesma para todos os que ganham a gratificação. E é desumana. Muitos dos PMs que estão no Ronda se submetem a ela pela necessidade financeira. Mas, agora, ninguém está suportando mais. A insatisfação tomou conta de todos nós", disse um soldado que entrou há dois anos na PM e atua no Ronda do Quarteirão.

Vários PMs fizeram questão de exibir seus contracheques com salários aviltantes. Eles prometem mais protestos."

(Fonte: Diário do Nordeste)

Um comentário: