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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

BRASIL - DE 1969 A 2009, SETOR AUTOMOTIVO MULTIPLICA POR DEZ O TAMANHO DO PAÍS

"Símbolo da industrialização brasileira, o setor automotivo multiplicou por dez seu tamanho nos últimos 40 anos. As 16 montadoras instaladas no país, com 26 fábricas em oito Estados, produzem mais de três milhões de unidades, contra pouco mais de 350 mil em 1969 - ano em que foi criado o caderno de Economia do GLOBO. No período, as exportações passaram de 25 mil para 735 mil unidades.

O Brasil passou a ocupar uma invejável posição no ranking mundial. É o sexto maior produtor de veículos e o quinto em vendas no mercado interno (de janeiro a julho, foram 1,735 milhão de unidades), cinco postos acima da colocação de 2000.

Essa explosão em vendas, em oposição à estagnação de mercados como EUA e Europa, explica o interesse das montadoras em ampliar seus investimentos. O volume chega a US$ 15 bilhões entre 2007 e 2012.

- Da crise do petróleo, nos anos 70, passando pelo Proálcool, foi na década de 90 que o setor encontrou sua verdadeira vocação no Brasil: a produção de modelos populares - diz o consultor André Beer, que trabalhou por 48 anos na General Motors, 18 deles como vice-presidente.

Do primeiro carro fabricado no país - um DKW/Vemag, no longíquo 20 de agosto de 1956 - até o fim de julho foram produzidos mais de 57 milhões de veículos. O carro popular chegou ao país em 1993 e a tecnologia bicombustível, criação verde-amarela, em 2003.

Passada a fase de implantação, o setor cresceu a taxas médias de 20% ao ano de 1967 a 1974, graças a subvenções do aos consumidores. Esse quadro mudou com as crises dos anos 80 e 90. De 1990 a 1992, as montadoras venderam pouco menos do que entre 1975 e 1977. O retrato era de baixa produção, falta de eficiência e alto custo.

Entre 1992 e 1993, empresários e governo chegaram a um primeiro acordo automotivo. Metas de crescimento foram traçadas para compensar a redução nas alíquotas de IPI e ICMS e ampliação nos financiamentos. Em três anos, era aprovada uma nova política industrial para o setor. No fim da década, desembarcaram no país montadoras como Renault e Honda.

O setor concentrou inicialmente suas operações no ABC paulista. No início dos anos 80, a indústria empregava 250 mil trabalhadores na região, o equivalente a 70% dos metalúrgicos. Liderados por Luiz Inácio da Silva (ainda sem o "Lula"no nome), então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema, os metalúrgicos passaram a cobrar - por meio de greves históricas - reajustes salariais e melhores condições de trabalho."

(Fonte: Aguinaldo Novo, O Globo)

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