O Brasil passou a ocupar uma invejável posição no ranking mundial. É o sexto maior produtor de veículos e o quinto em vendas no mercado interno (de janeiro a julho, foram 1,735 milhão de unidades), cinco postos acima da colocação de 2000.
Essa explosão em vendas, em oposição à estagnação de mercados como EUA e Europa, explica o interesse das montadoras em ampliar seus investimentos. O volume chega a US$ 15 bilhões entre 2007 e 2012.
- Da crise do petróleo, nos anos 70, passando pelo Proálcool, foi na década de 90 que o setor encontrou sua verdadeira vocação no Brasil: a produção de modelos populares - diz o consultor André Beer, que trabalhou por 48 anos na General Motors, 18 deles como vice-presidente.
Do primeiro carro fabricado no país - um DKW/Vemag, no longíquo 20 de agosto de 1956 - até o fim de julho foram produzidos mais de 57 milhões de veículos. O carro popular chegou ao país em 1993 e a tecnologia bicombustível, criação verde-amarela, em 2003.
Passada a fase de implantação, o setor cresceu a taxas médias de 20% ao ano de 1967 a 1974, graças a subvenções do aos consumidores. Esse quadro mudou com as crises dos anos 80 e 90. De 1990 a 1992, as montadoras venderam pouco menos do que entre 1975 e 1977. O retrato era de baixa produção, falta de eficiência e alto custo.
Entre 1992 e 1993, empresários e governo chegaram a um primeiro acordo automotivo. Metas de crescimento foram traçadas para compensar a redução nas alíquotas de IPI e ICMS e ampliação nos financiamentos. Em três anos, era aprovada uma nova política industrial para o setor. No fim da década, desembarcaram no país montadoras como Renault e Honda.
O setor concentrou inicialmente suas operações no ABC paulista. No início dos anos 80, a indústria empregava 250 mil trabalhadores na região, o equivalente a 70% dos metalúrgicos. Liderados por Luiz Inácio da Silva (ainda sem o "Lula"no nome), então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema, os metalúrgicos passaram a cobrar - por meio de greves históricas - reajustes salariais e melhores condições de trabalho."
(Fonte: Aguinaldo Novo, O Globo)
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