"Em entrevista coletiva realizada no final da tarde desta quarta-feira (11), o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, voltou a culpar condições meteorológicas pelo apagão que afetou 18 Estados do país por volta das 22h10 desta terça-feira (10).
O ministro esteve reunido com representantes do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) na tarde de hoje. "Todos chegaram à conclusão que foram descargas atmosféricas, ventos e chuvas muito fortes na região de Itaberá (SP). Houve uma concentração desses fenômenos atmosféricos ali. O que provocou um curto circuito nos 3 circuitos que levam a Itaberá, que vêm de Itaipu", disse Lobão.
De acordo com lista divulgada na tarde desta quarta-feira pelo ONS os Estados atingidos são: São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Espírito Santo (estes com o fornecimento afetado em praticamente 100% de suas áreas), além de Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Acre, Rondônia, Bahia, Sergipe, Paraíba, Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte (estes parcialmente afetados). Apesar de não entrar na lista oficial, o Distrito Federal também relatou falta de energia.
"O sistema de proteção atuou desligando as linhas de transmissão para que não houvesse um acidente ainda maior. O próprio Inpe [Instituo Nacional de Pesquisas Espaciais] nos deu conta que de fato houve concentração muito grande desses fenômenos ali na região", disse ainda o ministro.
Pela manhã, o secretário-executivo do ministério, Márcio Zimmermann, afirmou que o desligamento de três linhas de transmissão foi a causa do problema: duas delas ligam Ivaiporã, no centro do Paraná, a Itaberá, em São Paulo. A terceira liga Itaberá à subestação de Tijuco Preto, também em São Paulo. Ele classificou o fato de "ocorrência raríssima".
"Vejam que temos três linhas. Se caísse uma, as duas atuariam fortemente, caindo duas, a terceira sustentaria o sistema, não conseguiu sustentar, tão forte foi a incidência dos raios ali ocorridos", disse Lobão.
Sistema "robusto"
O ministro voltou a dizer que os brasileiros podem confiar no sistema elétrico. "O consumidor pode ficar tranquilo que o sistema que temos no Brasil é bom. Houve um acidente? Houve. Uma das máquinas perfeitas que o homem criou é o avião e o avião também cai. Podemos considerar que houve um acidente e esperar que não ocorra outro semelhante", afirmou.
"O sistema brasileiro não é frágil, é forte. É tão robusto que voltou em quatro horas, enquanto em outros países volta em um dia, dois dias, quatro dias."
Em nota oficial, o ministério afirma que a energia foi totalmente restabelecida em uma hora depois do começo do blecaute, exceto nos Estados do Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo, que ocorreu ao longo da madrugada.
Para o especialista em setor energético Ildo Sauer, professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (USP),a causa do apagão também pode estar relacionada a falta de manutenção.
"Apenas tufões, furacões, queda de avião, caminhão que atropela torre ou abalos extremamente graves e muito improváveis não são compreendidos no projeto das usinas, porque cobrir o sistema para todo tipo de evento seria muito caro. Mas raios não explicam de jeito nenhum o apagão. O sistema é projetado para permanecer estável para mudanças climáticas", disse.
Apagão de 2001
O secretário-executivo do ministério, Márcio Zimmermann, descartou qualquer semelhança entre o problema da noite passada e o apagão de 2001, que levou o governo a instituir um esquema de racionamento no país.
"O Brasil vem investindo pesado em um sistema de transmissão robusto. Em 2001, o que ocorreu era uma falta de energia. Agora, não tem falta de energia, foi um problema elétrico que levou a essa perturbação. Naquela época não tinha sido feito o investimento necessário em trasmissão e geração e teve que racionar a energia. Diminuiu em 20% o fornecimento, de junho de 2001 a 2002, porque não tinha energia".
Segundo ele, o Brasil agora tem o sistema "mais interligado do mundo", e o novo apagão foi resultado de uma combinação inédita de fatores. "O Brasil sempre teve essa característica de pós-perturbação. O sistema elétrico não é imune a isso, ele fica sujeito a essas perturbações. Agora, o que ocorreu foi uma contingência tripla que é raríssima."
Estados atingidos
Os Estados mais atingidos foram os da região Sudeste, principalmente Rio de Janeiro e São Paulo. O Paraguai, que faz fronteira com o Brasil, igualmente teve problemas de abastecimento.
A falta de energia causou prejuízos para as empresas estatais que administram o saneamento básico no Sudeste. Com as máquinas sendo ligadas e desligadas, as alterações na circulação de água produziram mudanças bruscas de pressão e ressecamentos nos mecanismos, obrigando os técnicos das companhias a enfrentar turnos inesperados de reparo dos danos e manutenção das tubulações. No total, cerca de 8,5 milhões de habitantes dessa região foram afetados.
Nos Estados mais atingidos do país, houve problemas de trânsito e diversas ocorrências, como acidentes, além do resgistro de crimes e mortes. Os bombeiros atenderam 169 chamados de pessoas presas no elevador.
(Fonte: Cláudia Andrade - Uol)
De acordo com lista divulgada na tarde desta quarta-feira pelo ONS os Estados atingidos são: São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Espírito Santo (estes com o fornecimento afetado em praticamente 100% de suas áreas), além de Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Acre, Rondônia, Bahia, Sergipe, Paraíba, Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte (estes parcialmente afetados). Apesar de não entrar na lista oficial, o Distrito Federal também relatou falta de energia.
"O sistema de proteção atuou desligando as linhas de transmissão para que não houvesse um acidente ainda maior. O próprio Inpe [Instituo Nacional de Pesquisas Espaciais] nos deu conta que de fato houve concentração muito grande desses fenômenos ali na região", disse ainda o ministro.
Pela manhã, o secretário-executivo do ministério, Márcio Zimmermann, afirmou que o desligamento de três linhas de transmissão foi a causa do problema: duas delas ligam Ivaiporã, no centro do Paraná, a Itaberá, em São Paulo. A terceira liga Itaberá à subestação de Tijuco Preto, também em São Paulo. Ele classificou o fato de "ocorrência raríssima".
"Vejam que temos três linhas. Se caísse uma, as duas atuariam fortemente, caindo duas, a terceira sustentaria o sistema, não conseguiu sustentar, tão forte foi a incidência dos raios ali ocorridos", disse Lobão.
Sistema "robusto"
O ministro voltou a dizer que os brasileiros podem confiar no sistema elétrico. "O consumidor pode ficar tranquilo que o sistema que temos no Brasil é bom. Houve um acidente? Houve. Uma das máquinas perfeitas que o homem criou é o avião e o avião também cai. Podemos considerar que houve um acidente e esperar que não ocorra outro semelhante", afirmou.
"O sistema brasileiro não é frágil, é forte. É tão robusto que voltou em quatro horas, enquanto em outros países volta em um dia, dois dias, quatro dias."
Em nota oficial, o ministério afirma que a energia foi totalmente restabelecida em uma hora depois do começo do blecaute, exceto nos Estados do Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo, que ocorreu ao longo da madrugada.
Para o especialista em setor energético Ildo Sauer, professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (USP),a causa do apagão também pode estar relacionada a falta de manutenção.
"Apenas tufões, furacões, queda de avião, caminhão que atropela torre ou abalos extremamente graves e muito improváveis não são compreendidos no projeto das usinas, porque cobrir o sistema para todo tipo de evento seria muito caro. Mas raios não explicam de jeito nenhum o apagão. O sistema é projetado para permanecer estável para mudanças climáticas", disse.
Apagão de 2001
O secretário-executivo do ministério, Márcio Zimmermann, descartou qualquer semelhança entre o problema da noite passada e o apagão de 2001, que levou o governo a instituir um esquema de racionamento no país.
"O Brasil vem investindo pesado em um sistema de transmissão robusto. Em 2001, o que ocorreu era uma falta de energia. Agora, não tem falta de energia, foi um problema elétrico que levou a essa perturbação. Naquela época não tinha sido feito o investimento necessário em trasmissão e geração e teve que racionar a energia. Diminuiu em 20% o fornecimento, de junho de 2001 a 2002, porque não tinha energia".
Segundo ele, o Brasil agora tem o sistema "mais interligado do mundo", e o novo apagão foi resultado de uma combinação inédita de fatores. "O Brasil sempre teve essa característica de pós-perturbação. O sistema elétrico não é imune a isso, ele fica sujeito a essas perturbações. Agora, o que ocorreu foi uma contingência tripla que é raríssima."
Estados atingidos
Os Estados mais atingidos foram os da região Sudeste, principalmente Rio de Janeiro e São Paulo. O Paraguai, que faz fronteira com o Brasil, igualmente teve problemas de abastecimento.
A falta de energia causou prejuízos para as empresas estatais que administram o saneamento básico no Sudeste. Com as máquinas sendo ligadas e desligadas, as alterações na circulação de água produziram mudanças bruscas de pressão e ressecamentos nos mecanismos, obrigando os técnicos das companhias a enfrentar turnos inesperados de reparo dos danos e manutenção das tubulações. No total, cerca de 8,5 milhões de habitantes dessa região foram afetados.
Nos Estados mais atingidos do país, houve problemas de trânsito e diversas ocorrências, como acidentes, além do resgistro de crimes e mortes. Os bombeiros atenderam 169 chamados de pessoas presas no elevador.
(Fonte: Cláudia Andrade - Uol)
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