"Cassol assina decreto que garante segurança para si após deixar o cargo."
O governador de Rondônia, Ivo Cassol (PP), assinou um decreto que garante segurança oficial para si próprio assim que deixar o governo. No próximo dia 24, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) vai julgar seu processo de cassação. Cassol é acusado de compra de votos em 2006, quando se reelegeu.
Segundo o decreto, publicado pelo "Diário Oficial" de Rondônia no último dia 11, todo ex-governador do Estado terá direito a dez policiais militares para sua segurança pessoal, sendo dois oficiais. Os membros serão livremente indicados pelo ex-governante e ficarão submetidos ao Gabinete Militar do Estado.
A norma especifica ainda que a equipe terá direito a duas camionetes cabine dupla "em bom estado de conservação". Os PMs terão armas, rádios, coletes à prova de balas e celulares para os oficiais.
Cassol é o principal beneficiado com a medida, já que o decreto só dá direito ao aparato de segurança por dois mandatos após a saída do governador.
Com isso, além de Cassol, apenas José Bianco (DEM), governador de Rondônia de 1999 a 2002, teria o benefício --mas só até 2010, quando termina o período de dois mandatos seguintes ao seu. O democrata hoje é prefeito de Ji-Paraná, no interior do Estado.
O diretor de comunicação do governo, Marco Antônio Santi, disse ser "coincidência" que a estrutura de segurança seja regulamentada dias antes de uma possível cassação do governador. Segundo ele, a proposta já era discutida desde o mandato anterior de Cassol.
Santi defendeu a necessidade de segurança após Cassol deixar o cargo, alegando que o governador já sofreu ameaças de morte por ter denunciado políticos locais. "Depois que ele sair, com certeza a possibilidade de atentado é muito grande."
(Fonte: Rodrigo Vizeu - Agência Folha online)
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