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domingo, 22 de novembro de 2009

PRIMEIRAS POLICIAIS MULHERES DO IRAQUE


"Primeira turma de mulheres oficiais em Bagdá."

"Os rostos inflexíveis irromperam em beijos, abraços e lágrimas no início do mês de novembro, quando 50 mulheres que se intitulavam o "Grupo de Leoas" se tornaram as primeiras graduadas da academia de treinamento policial do Iraque.

Em um desfile, as mulheres se juntaram a 1.050 companheiros no que as autoridades militares americanas, que ofereceram conselhos no treinamento, chamaram de “um passo à frente para o país e as mulheres”.

“Algumas pessoas acham que o fato de uma mulher iraquiana se juntar à academia de polícia é uma vergonha”, disse Alla Nozad Falih, 22, com uma estrela na dragona que a marcava como primeiro-tenente. Como cerca de metade das integrantes do grupo, ela estava com o cabelo à mostra exceto por uma boina azul do uniforme, e como 26 de suas parceiras, ela se juntou à academia depois de terminar a faculdade de direito.

O emprego de oficial na força de polícia nacional está entre os mais bem pagos no Iraque, mas também entre um dos mais perigosos; oficiais e trainees são alvos preferenciais de insurgentes.

“É minha vontade ser policial desde que era criança, e agora eu sou”, disse Falih. “Temos orgulho de ser oficiais, e encorajamos outras mulheres a serem oficiais porque é um ótimo emprego”.

Há muito tempo as mulheres do Iraque trabalham em postos policiais mais baixos, como no controle do tráfego, mas até agora eram inelegíveis para a corporação de oficiais de elite. O governo modificou as regras neste ano. Alguns policiais que foram questionados não tinham uma explicação para a mudança e nem para a proibição anterior.

As mulheres estudaram e treinaram separadamente dos homens, mas foram submetidas ao mesmo padrão, disse o Coronel Randy Twitchell, do exército norte-americano, consultor do curso de nove meses. Apesar de as formandas ainda não terem a primeira missão, Twitchell e outros afirmaram que as mulheres não seriam desviadas para funções administrativas, mas tomariam parte nos trabalhos de investigação e perícia.

Para a primeiro-tenente Noor Waled, 22, que se juntou à academia depois de se formar em antropologia, a parte mais difícil foram os exercícios físicos. “Todos sabem que mulheres têm o corpo mais leve, então é difícil para nós fazer treinamento militar como pular e escalar”, afirmou.

Outras formandas disseram que a parte mais difícil foi aprender a lidar com armas de fogo, habilidade na qual os companheiros tinham muito mais experiência.

“Quando nos juntamos no começo, estávamos com vergonha de vestir os uniformes, portar armas e tudo o mais”, disse a primeiro-tenente Farah Hameed, 24, que era uma investigadora legal antes de ir para a academia. “Mas agora estamos prontas para fazer qualquer coisa. Até o treinador disse, "Agora posso dizer que vocês são oficiais de verdade pela maneira de andar”."

Todas disseram que as famílias as encorajaram a se juntar à academia. Mas durante o curso algumas mencionaram que receberam ameaças de homens de suas comunidades.

Apesar de os estudantes dormirem na academia, não havia alojamento para mulheres. Então elas tinham de sair de casa às 4 da manhã e voltar depois de escurecer.

Mas Hameed, como outras, disse que o gênero ofereceu vantagens. Elas podiam entrevistar mulheres e crianças em crimes como estupros ou abusos sexuais de uma forma que seria difícil para os homens, acredita ela. “Todo mundo diz que os homens podem fazer tudo, mas isso não é verdade”, disse ela. “Em investigações, especialmente com mulheres, nós usamos nossa compaixão com as vítimas para fazer com que respondam as perguntas com clareza”."

(Fonte: John Leland - New York Times e Ig)

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