Não existe até o momento nenhum estudo populacional que examine a associação entre o bullying na infância e a saúde mental futura destas crianças. Buscando examinar essa relação, pesquisadores de diversos centros nórdicos de psiquiatria infantil avaliaram as associações entre o bullying e a vitimização, o tratamento em hospital psiquiátrico e o uso de psicofármacos. O estudo acompanhou, até a idade de 24 anos, 5.038 crianças finlandesas nascidas em 1981 com informação sobre bullying e vitimização aos oito anos.
As análises indicaram que o estado de vítima aos oito anos entre as meninas seria um preditor independente de tratamento em hospital psiquiátrico e uso de antipsicóticos, antidepressivos e ansiolíticos. Entre os homens, os estados de vítima-bullying ou apenas de bullying foram preditores do uso de drogas antidepressivas e ansiolíticas.
Um estado frequente de vitimização-bullying entre os meninos também foi preditor da necessidade de tratamento em hospital psiquiátrico e uso de antipsicóticos. Entretanto, quando a análise foi ajusta pelo escore total de psicopatologia aos oito anos, os estados frequentes de vitimização, bullying ou vítima-bullying não foram preditores de qualquer evolução psiquiátrica entre os homens.
A conclusão do estudo foi que "meninos e meninas que apresentam comportamento de bullying frequente deveriam ser avaliados para possíveis transtornos psiquiátricos, visto que o comportamento de bullying associado a sintomas psiquiátricos são marcadores precoces do risco de uma evolução psiquiátrica". Segundo os autores, entre as meninas, a vitimização na infância foi um preditor de transtornos psiquiátricos tardios independentemente de problemas psiquiátricos basais.
A pesquisa foi publicada na revista Archives of General Psychiatry."
(Fonte: Arch Gen Psychiatry, Volume 66, Number 9, Sep 2009. Pages 1005-1012. Bibliomed - Uol)
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