Uma área médica que tem pesquisado os possíveis efeitos da energia eletromagnética emitida pelos celulares é a medicina reprodutiva. Em vários locais do mundo, os pesquisadores começaram a tentar a calcular se os aparelhos de telefonia móvel têm relação com a infertilidade. O Brasil, no mês passado, concluiu o primeiro estudo sobre o tema, mas ainda não conseguiu afirmar de forma definitiva se este tipo de telefone, de fato, reduz as chances de gravidez.
“Nosso estudo agrega mais uma peça de evidência neste quebra-cabeça”, afirma Sandro Esteves, médico da Sociedade Americana de Reprodução Humana e da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida e pesquisador da Fundação Cleveland Clinic, dos Estados Unidos.
Esteves e sua equipe analisaram 343 homens que deram entrada em uma clínica de reprodução assistida com queixa de dificuldade em engravidar suas parcerias. Todos tiveram a qualidade do espermatozóide avaliada e também responderam a um questionário sobre o tempo de uso diário do aparelho celular – menos de 120 minutos acumulados em 24h, 120 minutos ao todo e mais de 120 minutos. Segundo os resultados - apresentados no mês passado no Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida – não houve nenhuma diferença estatística que confirmou a maior sensibilidade do uso do celular nos casos de infertilidade.
“O problema é que o efeito da energia eletromagnética na saúde depende do aparelho que a emite, do tempo de uso do celular, de diferenças entre os indivíduos, como peso, altura, por exemplo, pois a distância entre a fonte emissora e o órgão afetado irá variar com estes fatores, além do estado de saúde de cada pessoa”, completa Sandro Esteves.
Em 2007, um estudo muito parecido com o brasileiro foi feito em Ohio (EUA). Nesta ocasião, no entanto, os resultados mostraram que a energia eletromagnética do celular influenciou negativamente na qualidade do sêmen masculino daqueles que falavam no aparelho mais de quatro horas por dia. Uma das hipóteses para as diferenças entre os dois estudos é a maior exposição à energia eletromagnética na América do Norte e também questões raciais, como citam os especialistas.
Tantas influências nos resultados fazem com que os dados conseguidos pela equipe do médico brasileiro ainda não possa ser encarado como a peça definitiva neste quebra-cabeça que é a reprodução humana.
Serão os genes?
Pesquisadores do Instituto Pasteur de Paris (França), em parceria com o Instituto da Infância de Londres, também tentam achar as possíveis causas da infertilidade. Para isso, eles fizeram o mapeamento genético em 315 homens que não produziam espermatozóides em quantidade adequada.
O objetivo era identificar se alguma mutação poderia explicar a infertilidade e o foco de análise foi um receptor nuclear ligado à ausência de esperma. Foram encontradas sete mutações genéticas associadas ao quadro de infertilidade. Apesar do achado, diz o estudo publicado no Jornal Americano de Reprodução Humana, ainda não há uma resposta para a origem destas mutações. Segundo os autores, elas podem ser influenciadas por questões de hereditariedade ou por algum hábito de vida, por exemplo. Neste último campo, entram desde o uso do celular até uma alimentação inadequada ou a falta de sono, por exemplo.
Inimigos conhecidos
Se ainda não é possível “absolver” o celular da responsabilidade de influenciar na fertilidade masculina e – ao mesmo tempo – não identificar quem são os reais “culpados” para os homens ficarem inférteis, outros fatores já são comprovadamente determinantes.
Um trabalho feito pela Universidade de São Paulo (USP), realizados com profissionais paulistanos que ficam muito expostos à poluição veicular, tinham qualidade no espermatozóide muito prejudicada – quase três vezes mais incidente do que a de homens mais protegidos dos poluentes. A obesidade e o fumo são outros exemplos tidos como prejudiciais por todas as clínicas de fertilização.
Os especialistas em reprodução humana ainda dizem que o comportamento masculino é outro que atrapalha os tratamentos de fertilidade. Eles quase nunca acham que o problema é com eles, têm mais dificuldade do que as mulheres em frequentar o médico e demoram mais para procurar ajuda, o que pode tornar problemas simples um problema mais sério.
Neste cenário de incertezas, Sandro Esteves diz que a cautela é a palavra certa para os casais que estão tentando engravidar. E por isso, ainda que o telefone celular não seja um fator de risco, ele tem algumas orientações sobre o aparelho telefônico aos casais que tentam ou pensam engravidar:
Orientações gerais
- Não fumar, evitar o excesso de álcool, o uso de drogas, alguns medicamentos como hormônios, avaliar com o médico o uso de anti-hipertensivos e antidepressivos, além de controlar a obesidade.
Orientação sobre o uso do celular
- Evitar carregar o celular no bolso da calça, por exemplo, pois nesta região o aparelho está mais próximo dos testículos.
- Para aqueles homens e mulheres que realmente dependem do celular como instrumento de trabalho, a recomendação que usem um microfone, e que mantenham o aparelho a cerca de 1m de distância do corpo, no mínimo, pois o campo eletromagnético emitido pela antena do aparelho de celular é mais intenso neste raio.
(Fonte: Fernanda Aranda, iG)
preciso de saber quando é que fica pra fazer uma reprodução assistida morro em Rondônia machadinho, por favor me endikem um medico prócimo daki que eu posso confiar, me ajudão por favor. ana paula (69)84747935 me liguem
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