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terça-feira, 16 de novembro de 2010

UPPs GANHAM BATALHAS, MAS PODEM PERDER A GUERRA

As Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) têm sido responsabilizadas por alguns setores pelo recrudescimento da violência no Rio de Janeiro nas últimas semanas, coincidindo com a implantação das tais unidades em alguns dos morros cariocas.

Pode haver exagero e um certo ranço da "turma do contra", mas ao defender o modelo com unhas e dentes e sequer admitir alguma atividade migratória dos criminosos, os governantes cariocas estão assumindo um risco muito grande, pois pode ser que mais adiante tenham que vir a público admitir que se enganaram e nada poderão fazer em relação a todos que foram prejudicados enquanto durou o surto de prepotência.

O programa é bom, deve continuar, mas está longe de ser a panaceia que o Brasil todo procura para curar essa epidemia que assola todo o país.

Agora, diante das críticas, vem outra medida de impacto: a compra de dezenas de motocicletas para coibir os arrastões. Pergunto: quem vai operar esse sistema? A atividade policial é sobretudo uma ação humana, de modo que jamais brotará uma solução decente sem passar pelo servidor policial que estará por trás de toda estratégia.

Digo com toda certeza: uma polícia bem paga, bem selecionada, bem treinada e bem fiscalizada, mesmo que com poucos meios, faz muito mais que uma polícia com os melhores equipamentos e as melhores estratégias, mas com policiais passando necessidade.

A presidente Dilma Rousseff declarou que uma de suas prioridades será a segurança. Vamos torcer para que ela não se deixe levar pelo apelo demagógico de medidas superficiais, de pura cosmetologia, e se debruce verdadeiramente sobre o tema, buscando uma solução para a sociedade brasileira que não vise a apenas o próximo mandato.

Isso passa, sem dúvida alguma, por uma grande reforma na estrutura da polícia brasileira, que desde o Império ninguém ousa questionar.

Um país que caminha para ser uma das primeiras economias do planeta não pode ter uma polícia todos os dias na páginas dos jornais nacionais e internacionais, protagonizando cenas de violência e escândalos envolvendo corrupção, como acontece por aqui.

Em países de Primeiro Mundo há centenas de lojas vendendo bonequinhos, camisetas, bonés e demais lembranças da polícia local. Não se trata de marketing barato. É a indústria da oferta suprindo a crescente demanda por dignidade.

(Fonte: TC PM RR Edson Sardano / PMESP- O Globo)

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