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domingo, 14 de novembro de 2010

BRASIL - ERRADICAR A POBREZA CUSTARIA MAIS 21 BILHÕES

A maior promessa de campanha da presidente eleita Dilma Rousseff (PT), de acabar com a miséria no Brasil em seu governo, é muito ambiciosa, mas factível, avaliam especialistas da área.

Isso depende de duas premissas: o mercado de trabalho continuar se expandindo na velocidade dos últimos anos (algo considerado muito difícil); e o novo governo ampliar o gasto com o Bolsa Família (onerando ainda mais o orçamento federal).

O programa consome R$ 13,4 bilhões ao ano e atende 12,7 milhões de famílias. Isso equivale a 0,4% do PIB, o que é considerado pouco. Mas a chave para Dilma cumprir sua promessa está no mercado de trabalho. Quanto menos dinâmico, mais o governo teria de colocar dinheiro focalizado nos pobres.

Se o Brasil quisesse eliminar hoje seus pobres e indigentes, teria de gastar mais R$ 21,3 bilhões ao ano --em cima dos R$ 13,4 bilhões do Bolsa Família, segundo cálculos da Fundação Getúlio Vargas.

São considerados pobres no Brasil (tendo por base os critérios do Bolsa Família) indivíduos ou famílias que têm renda per capita menor do que R$ 140 ao mês (R$ 4,60 ao dia). Para os indigentes, o corte é de R$ 70 (R$ 2,30).

Hoje, 30 milhões de pessoas (15,5% da população) vivem com menos de R$ 140 ao mês. Há dez anos, eram 57 milhões (33,3%).

(Fonte: Folha de S. Paulo, Agora)

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