O Exército prendeu, nesta quinta-feira (18/11), dois militares suspeitos de envolvimento no caso em que o estudante Douglas I. M., de 19 anos, foi baleado na barriga, em Copacabana, na zona sul do Rio, após a Parada Gay no último domingo (14/11).
Os militares foram identificados como os sargentos Ivanildo Ulisses Gervásio e Jonathan Fernandes da Silva.
De acordo com o delegado Fernando Veloso, que investiga o caso, um dos militares assumiu o crime e contou em detalhes a agressão.
O intuito dos militares seria retirar os jovens que namoravam do Parque Garota de Ipanema. Eles teriam feito a ação sem a autorização dos seus superiores.
"O Exército negou em um primeiro momento, porque o militar repôs uma munição na arma em que usava. Mas a perícia apontou que houve sim disparo", disse Veloso.
Em nota, o Comando Militar do Leste disse que realmente chegou aos militares através de uma perícia. O Exército afirmou, ainda, que "reafirma o seu firme compromisso de não admitir, em hipótese alguma, que desvios de conduta de quaisquer dos seus integrantes fiquem impunes".
O delegado acredita que o confessor deve ser acusado de homicídio duplamente qualificado - por motivo torpe e por não permitir condições de reação ou defesa da vítima.
Depoimentos
Nesta quinta-feira (18), um menor amigo do estudante baleado confirmou que o disparo foi feito por um militar. Ele disse também que o grupo foi abordado por três militares que estavam no local, que fica ao lado do Forte de Copacabana, área militar.Mais cedo, Fernando Veloso, delegado titular da 14 ª DP, colheu depoimento de um dos militares suspeitos no Forte de Copacabana.
Também na manhã desta quinta-feira (18), o delegado Fernando Veloso escutou um militar envolvido no caso. Ele pretende escutar os outros nesta tarde.
Sobre o caso
Em depoimento, o estudante Douglas I.M; de 19 anos, afirmou que estava com um grupo de amigos e que namorava no Parque Garota de Ipanema, no início da madrugada da última segunda-feira, logo após a 15° Parada Gay do Rio de Janeiro.
Ele afirmou que três militares se aproximaram e pediram os documentos de todos. Como Douglas estava sem identidade, não foi liberado pelo trio, que começou a xingá-lo.
Ainda de acordo com Douglas, logo após os xingamentos homofóbicos, o restante do grupo saiu correndo e Douglas afirmou em depoimento que foi agredido. Neste momento, um dos militares o jogou no chão e disparou um tiro de revólver na sua barriga.
O rapaz conseguiu descer o Parque, que fica em um local elevado, e ao se aproximar da praia de Ipanema, pediu ajuda a policiais militares que estavam em uma viatura.
No final da segunda-feira, após ficar internado no Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, o jovem recebeu alta - pois o tiro não atingiu nenhum órgão vital.
O motivo da agressão, segundo o estudante, seria o fato dele ser homossexual. O combate à homofobia foi justamente o tema da 15° Parada Gay do Rio de Janeiro.
(Fonte: Bruna Fantti - iG)
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