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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

BASES TEÓRICAS DO PLANEJAMENTO OPERACIONAL

Toda atividade humana de relacionamento para ser metódica e racionalmente desenvolvida, possibilitando o alcance de um estágio superior, é preciso que seja planejada.

Com o planejamento, procura-se a previsão inteligente calculada de todas as etapas de um trabalho, bem assim a programação de todas as fases e ações que precisam ser realizadas, a fim de tornar a atividade segura, econômica e eficiente na direção e no alcance dos propósitos definidos.

O planejamento evita a rotina que é desestimuladora da inspiração e responsável pela falta de objetividade na ação. Elimina, também, a improvisação, que é dispersiva, confusa e inconseqüente. Finalmente traz a garantia de:
  • Continuidade das etapas e atividades de trabalho;
  • Melhoria das ações;
  • Revitalização do organismo;
  • Progresso metódico do ambiente ou grupo;
  • Coordenação de esforços;
  • Bom controle operacional ou administrativo.
Já os propósitos do planejamento são: dividir e orientar o trabalho, definir o que se vai fazer, coordenar esforços, possibilitar o alcance de metas fixadas e permitir o controle das ações.

Conseqüentemente, o plano, que é a sua materialização, deve conter no mínimo:
  • Etapas de trabalho;
  • Divisão de trabalho;
  • Como serão executadas as tarefas;
  • Recursos e tempo;
  • Coordenação;
  • Controle;
  • Realinhamento (feedback).
O Plano constitui a articulação entre os meios (sempre escassos e aquém das necessidades) e os objetivos (verbo no infinitivo) que se pretende realizar ou atingir = articulação ou plano. Daí, ser necessário, pois esse é o primeiro e obrigatório passo do planejamento, a fixação dos objetivos das atividades ou trabalho que se quer levar a efeito.

É oportuno lembrar que um plano para ser bom precisa atender às seguintes características:
a) Unidade – não deve ter em ação mais de um programa de cada vez (os objetivos garantem esta característica), principalmente para não haver dispersão de recursos;
b) Continuidade – as etapas devem suceder sem interrupção, isto é, uma etapa qualquer deve complementar a anterior e ser a preparação da seguinte;
c) Flexibilidade – susceptível de se adaptar aos imprevistos e à dinâmica do processo da vida de relacionamento ou da operação. Esta característica precisa ser aplicada sem se perder de vista a Unidade e a Continuidade do plano, que deve ser considerado um “documento aberto”, sempre apontado para o objetivo;
d) Objetividade e Realismo – baseado nas condições reais;
e) Precisão e clareza – definir uma linha de ação concreta e bem fixada;
f) Novidade – conter a experiência de planos e situações anteriores, porém sem ser uma cópia medíocre, isto é, deve estar ajustado às condições, características e recursos do momento.

O Planejamento pode ser feito tanto por uma pessoa como por uma equipe específica denominada de assessoria, ou ainda, pela pessoa aplicada na operação ou na execução (pessoal de linha).

A Assessoria de Planejamento oferece a vantagem ao realiza-lo de não sofrer pressões e de haver tempo para planejar. Também, a de possuir o órgão, uma visão global da instituição, bem assim do relacionamento com o público interessado, embora haja o risco do plano sair descalibrado ou muito teorizado, quando não há a participação do pessoal operacional.

No planejar há de se considerar, ainda, o método a ser usado nessa atividade, bem como o aspecto formal do plano que decorre. Este plano precisa estar coerente com a racionalização e com a sistemática de trabalho adotado no planejamento.

Nas polícias, é muito comum usar o método oriundo do Exército, principalmente no planejamento operacional é utilizado o cartesiano e, formalmente, contém as seguintes etapas:
a – a autoridade ou escalão superior define o objetivo ou missão;
b – a autoridade ou Comando do órgão executante faz a interpretação inicial do objetivo (é o entendimento da ordem ou missão; sendo necessário, nessa etapa, pode haver troca de informações com o escalão superior);
c – a autoridade ou comando do órgão executante baixa diretrizes para a sua Asssessoria ou faz o Estudo da Situação pessoal, quando não há Assessoria. As diretrizes constituem um documento informal e deve conter: finalidade, coordenação, pontos a ressaltar, missões e restrições, por exemplo;
d – estudo de situação de Assessoria ou Estado-Maior: encontro das linhas de ação;
e – tomada de decisão (escolha de uma linha de ação pelo Comandante do órgão executante);
f – estabelecimento do conceito da operação;
g – elaboração do plano ou planos (Um plano simples deve conter: Cabeçalho, Finalidade, Objetivo, Documentos Básicos, Administração, Execução, Prescrições Diversas, Identificação de local/data/assinatura, Aprovação, Distribuição, Anexos, etc);
h – aprovação do plano ou planos;
i – ordem de execução (é o próprio plano em execução);
j – execução, por parte do escalão de linha da unidade que recebeu a missão. Nesta etapa toca a Assessoria ou Estado Maior uma supervisão e um estudo continuado do desenvolvimento da operação, a fim de serem baixadas novas ordens, como complementação ou correção das anteriores (feedback).

Os gestores dos órgãos que executam a missão (Comandantes, Delegados, Encarregados etc – chamados órgãos de linha) podem alterar os procedimentos ou fases da ordem recebida, fazer correção, através do que se denomina “conduta”, segundo o que lhes impõem os imprevistos ou condições novas durante o desenrolar da operação.

(Fonte: Planejamento Operacional - CEL PM Adail Bessa de Queiroz)

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