O GLOBO resolveu unir a dupla pela primeira vez desde o início da campanha eleitoral e ir às ruas para conferir a reação do público ao ver os ídolos do esporte agora como candidatos na política. Quando Romário chegou ao centro do Rio, o garoto-propaganda gritou aos quatro ventos com a ajuda de um megafone que o ex-jogador estava na área. "Venha tirar sua foto para colocar no orkut mais tarde", anunciou o cabo eleitoral. Com todos os olhos em sua direção, o craque distribuiu aos possíveis eleitores os tradicionais santinhos, acompanhados da frase "dá uma ajuda aí, parceiro".
Bebeto não ficou atrás e chamou os mais tímidos para uma foto. Em quase todas, fez o sinal de positivo com o polegar, gesto às vezes copiados pelos fãs. Em qualquer lugar em que o ex-camisa 7 da seleção brasileira estava, um pirulito - placa com o número do candidato -, era carregado por um cabo eleitoral.
Durante entrevista nos estúdios do GLOBO, a dupla garantiu que gosta da nova rotina e da marcação cerrada do público nas ruas. Bebeto, no entanto, brincou com o amigo e disse que para o "Baixo", como chama carinhosamente Romário, não deve ser moleza acordar às 5h para fazer campanha.
Fã do presidente Lula - por quem o ex-jogador diz ter admiração "pelo que fez e vem fazendo" -, Romário diz que foi parar na política porque, como deputado federal, pode fazer mais pelas crianças:
- Hoje, a política no Brasil mudou e, independente disso, eu me sinto na obrigação de fazer alguma coisa pelas crianças carentes. Acredito que, a partir do momento em que eu seja político, tenho mais facilidade de fazer isso.
Bebeto diz que a política estava longe de seus planos. No entanto, as conversas com o cunhado Luiz Fernando Petra, assassinado em setembro de 2002 quando era candidato a deputado federal, nunca o fizeram deixar o tema de lado. O ex-camisa 7 da seleção afirma que, para ser um bom político, se inspira em Petra e em outros gestores:
- Na verdade, eu nunca pensei em ser político. A gente vê tanta coisa errada aí, mas agora mudou. A gente não vai generalizar. Tem grandes políticos também, se eu for citar aqui, eu cito o Sérgio Cabral (governador do Rio), o Eduardo Paes (prefeito do Rio) e o nosso presidente Lula. Hoje, o Brasil é um país em desenvolvimento e nós temos que agradecer muito ao Lula por isso.
Esporte é a plataforma de campanha dos ex-jogadores
Quando a bola da vez são as propostas, a dupla levanta a bandeira do esporte:
- Na minha plataforma de trabalho, eu cito muito o projeto Rio Olímpico. São centros de treinamento com atletas de alto nível - diz Bebeto, afirmando que "mesmo sem estrutura, o Brasil consegue muita medalha".
- Depois de eleito, a primeira coisa que eu vou fazer é juntar um grupo competente que possa me apoiar e me orientar para que eu possa fazer aquilo que eu realmente pretendo fazer (...). Eu acredito que através do esporte, principalmente do futebol, a inclusão social dessas crianças (carentes) possa ser algo bem positivo para ajudá-las a ter uma qualidade de vida melhor - disse o Baixinho, afirmando que sua equipe vai mapear as áreas do Rio para fazer centros de tratamento para crianças especiais.
Agora cartola do America Football Club, Romário declarou que, a partir da próxima semana, a escolinha de futebol do clube, no estádio Giulite Coutinho e na Rua Campos Sales, na Tijuca, estará aberta a portadores da síndrome de down. O ex-craque tem uma filha que é portadora desta necessidade especial.
No momento do registro de candidatura, Romário declarou à Justiça Eleitoral ter R$ 883.632,96 em bens, incluindo imóveis e uma motocicleta BMW ano 2002 no valor de R$ 23 mil.
Os gastos com de campanha do ex-jogador, porém, podem chegar a R$ 800 mil, informação também prestada ao Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) no momento da apresentação do registro de candidatura.
Já Bebeto declarou à Justiça Eleitoral ter um patrimônio de R$ 6.674.244,71, incluindo automóveis, apartamentos e até tapetes persas avaliados em R$ 80 mil. Os gastos de campanha do ex-camisa 7 da seleção podem chegar a R$ 750 mil."
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