O rapper Wyclef Jean apresentou oficialmente sua candidatura às eleições presidenciais do Haiti nesta quinta-feira (05/08) no escritório do conselho eleitoral, de acordo com informações da agência de notícias AFP.
Diversos fãs, que vestiam camisetas vermelhas e brancas com a inscrição "Fas a Fas" ("frente à frente" em crioulo), reuniram-se em uma avenida no bairro de Demas, em Porto Príncipe, capital do Haiti, para acompanhar o ídolo.
Wyclef Jean chegou em companhia de seus conselheiros jurídicos, de sua mulher e de sua filha.
Três vezes ganhador do Grammy, o rapper de 37 anos ficou conhecido por ter sido membro do trio de hip-hop "The Fugees", ao lado de Lauryn Hill e Pras Michel, nos anos 90, e por ter feito parceria no single Hips Don't Lie com a cantora Shakira. Há dois anos, lançou uma música chamada "If I Was President" ("Se eu fosse presidente").
Jean nasceu no Haiti e está radicado nos EUA desde os nove anos de idade. Como não abriu mão da cidadania haitiana, poderá disputar o cargo.
Ao menos cinco candidaturas já foram registradas para as eleições presidenciais previstas para 28 de novembro no Haiti, que foi atingido em 12 de janeiro por um violento terremoto que deixou mais de 250 mil mortos e mais de 1,5 milhão de pessoas desabrigadas.
Decisão
Na semana passada, ele já havia anunciado que iria a Porto Príncipe recolher impressões digitais na polícia judiciária, um pré-requisito para a candidatura. Mas logo depois declarou que ainda não havia tomado uma decisão definitiva.
"Se eu não posso reservar cinco anos para servir ao meu país como presidente, então tudo sobre o que tenho cantado, como direitos iguais, não significa nada", afirmou o músico à revista Time.
Muitos analistas acham que Jean - que é muito popular no Haiti, especialmente entre os jovens - tem grandes chances de vencer a eleição.
Em 2005, o músico criou a Fundação Yéle Haiti, para oferecer ajuda humanitária à população. Após o terremoto de janeiro, que matou até 300 mil pessoas, ele declarou que o futuro do país, o mais pobre das Américas, depende da educação, da criação de empregos e de investimentos.
"Se não fosse o terremoto, eu provavelmente teria esperado mais dez anos para fazer isso", afirmou Jean à Time. "O terremoto me mostrou que o Haiti não pode esperar mais dez anos para que o tragamos para o século 21."
(Fonte: AFP e Uol)
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