"Cerca de cem policiais e agentes de segurança penitenciária invadiram o salão verde da Câmara dos Deputados, em Brasília - DF, na noite desta terça-feira (17/08). Eles reivindicam a votação de propostas de interesse das categorias.
A invasão aconteceu por volta das 20h, assim que terminou a sessão do dia. Dezenas de manifestantes se acumularam na porta de vidro, junto ao corredor que liga o plenário às salas de comissões. Diante da panela de pressão, a polícia legislativa da Câmara reagiu com spray de pimenta e choques elétricos para conter o grupo. Os manifestantes negam ter reagido com violência.
As categorias defendem a aprovação das propostas de emenda à Constituição 300 e 308 - a primeira fixa o piso salarial para policiais e bombeiros nos estados e a segunda reconhece os agentes penitenciários como polícia penal.
O presidente do Sindicado dos Funcionários do Sistema Prisional de São Paulo, João Rinaldo Machado, disse que a invasão foi motivada pelo descumprimento de um acordo entre a categoria o líder do governo, Cândido Vaccareza (PT), e o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP).
"Devido à queda de braço entre governo e oposição, eles faltaram com a palavra e não colocaram em votação o texto da PEC como havia sido combinado”, disse Machado.
O presidente da Confederação Brasileira de Trabalhadores de Policiais Civis (Cobrapol), Jânio Bosco Gandra, afirma que os policiais pretendem prometem acampar no local. “Não vamos sair. Se a polícia vier, vamos deitar no chão”, disse.
A Polícia Legislativa teve orientação da Presidência da Câmara para não entrar em confronto com os manifestantes e autorizar a permanência do grupo na Casa.
De acordo com o coordenador do movimento em prol da PEC 308, Fernando Anunciação, o grupo não tinha intenção de "criar confusão" com os policiais legislativos.
“Depois de uma reunião com integrantes do movimento, nós decidimos acampar em frente ao Plenário como forma de protesto. A gente queria um ato pacífico, mas a polícia não deixou a gente entrar e houve o enfrentamento”.
O coordenador conta que veio de Mato Grosso do Sul junto a um grupo de 60 agentes penitenciários. Segundo ele, os gastos com ônibus, alimentação e estadia chegaram a mais de R$ 25 mil, pagos pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários.
O coronel Adalberto Rabelo, da Polícia Militar do Rio de Janeiro, defende a aprovação da PEC 300. Ele diz que o grupo aderiu ao movimento assim que soube da invasão. “Nós somos amigos deles. Quando vimos que eles vieram para o salão verde, resolvemos nos juntar”."
(Fonte: Ana Paula Leitão e Fred Raposo, iG)
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