"A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) divulgou nesta sexta-feira (12/03) uma lista de países que restringem o acessos de seus cidadãos a informações encontradas na rede mundial. Batizada com o sugestivo nome "Inimigos da Internet", a lista traz figuras esperadas, como China, Irã e Arábia Saudita, mas surpreende ao incluir a democrática Austrália e a Coreia do Sul, país com maior penetração da internet no mundo, como nações "sob vigilância".
"Democracias ocidentais não estão imunes à tendência de regulação da internet. Em nome da luta contra a pornografia infantil e o roubo de propriedade intelectual, leis e decretos têm sido adotados, ou estão sendo criados, notavelmente na Austrália, França, Itália e Grã-Bretanha", diz o relatório.
Na Coreia do Sul, uma nova lei pode levar à prisão por até cinco anos quem for pego "disseminando notícias falsas com a intenção de prejudicar o interesse público".
Segundo a RSF, os países que mais violam os direitos dos internautas são Arábia Saudita, Burma, China, Coreia do Norte, Cuba, Egito, Irã, Síria, Turquia, Turcomenistão, Uzbequistão e Vietnã. O relatório alerta que 120 blogueiros estão presos por se expressar na internet. A China lidera a triste estatística com 72 detentos, seguida pelo Vietnã e Irã.
"Em países autoritários onde a mídia tradicional é controlada pelo Estado, a internet oferece um espaço único de discussão e troca de informações e se tornou uma ferramenta importante de mobilização e protesto".
Segundo a ONG, os artifícios utilizados pelas nações autoritárias para controlar a internet são censura política e social de conteúdo, ameaça e prisão de internautas, vigilância online e exigência de identificação de usuários.
Entre os piores casos, a RSF cita a Coreia do Norte, Burma e o Turcomenistão, que "se isolam completamente da grande rede" ao não investir o mínimo em infraestrutura. O resultado é o surgimento de um mercado negro de telecom na fronteira da China com a Coreia do Norte, situação que se repete também em
Envolvido em uma polêmica com a China, o Google comentou o relatório em seu blog oficial, afirmando que a ferramenta de buscas e o YouTube estão ou foram bloqueados em pelo menos 25 países. O gigante da web patrocinou o prêmio "Cidadão da Web", produzido pela Repórteres Sem Fronteiras.
O site iraniano "Mudanças pela Igualdade" foi o primeiro vencedor, graças a sua luta pela igualdade de direitos entre os sexos num país dominado pelo fundamentalismo religioso. Segundo o Google, "o site se tornou uma fonte conhecida de informação sobre os direitos das mulheres no Irã, documentando prisões de ativistas e funcionando como ponto de encontro para oposicionistas do regime".
( Clique aqui para ler o relatório completo, em pdf )
(Fonte: O Globo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário