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domingo, 6 de setembro de 2009

O QUE DIZ O ROSTO

"Feições do rosto apontam traços da psiqué humana."

"Para os adeptos da fisiognomonia, a leitura do rosto pode revelar traços profundos da personalidade, além de momentos marcantes da vida. Livro ensina a técnica aos leigos.

Olhar para o rosto de uma pessoa é a mais óbvia maneira de perceber o que ela sente no momento. Raiva, dor e entusiasmo, por exemplo. No entanto, o rosto pode falar bem mais que isso: transforma-se em um mapa da psique, apontando traços profundos da personalidade. Ao menos é o que creem os estudiosos da fisiognomonia — espécie de oráculo que interpreta os formatos do rosto e relaciona formas e proporções com atributos do caráter.

A arte de ler rostos é o gancho da série Lie to me (em português, Minta para mim), apresentado pelo canal americano Fox. Na ficção, Cal Lightman, interpretado por Tim Roth, é um agente policial especializado em detectar mentiras de investigados a partir das mais sutis expressões que fazem durante interrogatórios. A técnica é capaz de levá-lo a solucionar crimes excessivamente problemáticos. A alta audiência comprova o interesse do público sobre o assunto, e rendeu à Fox o contrato para uma próxima temporada, no ano que vem. A série ainda é inédita no Brasil.

A pesquisadora Valquíria Martinez, formada em naturopatia na Espanha, garante que não há exagero na série: o rosto, mesmo que estático, é suficiente para que descubramos intenções e até mesmo fatos marcantes da vida. Em Os mistérios do rosto (Ed. Madras), ela traça panoramas entre diversas técnicas de leituras e elabora um guia no estilo faça-você-mesmo.

A primeira preocupação ao tratar do assunto é que a fisiognomonia não pode ser vista como uma forma de eugenia. "Não é uma rotulação. Até porque uma boa leitura depende da análise de mais de 60 traços", explica. Segundo a pesquisadora, a interpretação da fisionomia é um hábito inato, a primeira das artes adivinhatórias. "Desde o berço, o bebê busca entender o que os adultos que lhe cercam buscam ou esperam", exemplifica. Teria sido praticada inclusive pelo filósofo grego Hipócrates para reconhecer o potencial de discípulos. Hoje, é tida principalmente como um instrumento de autoconhecimento.

Na prática, a leitura é feita a partir da associação entre formas geométricas dos elementos da face e características de personalidade. Por exemplo: maçãs do rosto e maxilares salientes denunciam pessoas ciumentas, assim como olhos e queixos mais arrendondados apontam para alguém maternal, dócil. Valquíria explica que as transformações no rosto com o avançar da idade são reflexo da vida experimentada. Dessa forma, os traços hereditários perdem importância diante das linhas de expressão e outros sinais adquiridos. "Mesmo gêmeos idênticos imprimem marcas que o diferenciam, na medida em que tenham personalidades distintas", diz.

E o que dizer das cirurgias plásticas e procedimentos afins? É o grande terror do fisiognomonista. Além de apagar a história impressa no rosto, as mudanças nos traços naturais podem interferir na personalidade, ao agregar valores nem sempre favoráveis. "Mudar a imagem do rosto é alterar predisposições e posturas. Por esse motivo, muitos ficam insatisfeitos e buscam repetir a plástica numa tentativa de se melhorar", acredita."

(Fonte: J. R. Torres - Correio Braziliense)

2 comentários:

  1. adorei esse assunto queria saber mais sobre isso,onde poderia encontrar mais informacoes?? tem algum site?? obrigada

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