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sexta-feira, 11 de setembro de 2009

35 MIL NOVOS CABIDES

"Conforme é de conhecimento geral, a tal da PEC dos Vereadores foi aprovada pelo Congresso.

Resultará na criação de algo como 7.300 a 7.700 novos vereadores em uma porção de Câmaras Municipais.

Uma pergunta que se impôs desde o início dessa discussão é a seguinte: há necessidade desses novos vereadores?

A resposta dos políticos sempre foi burocrática. A composição das Câmaras se descolou dos respectivos contingentes eleitorais, no passado houve redução pelo Supremo Tribunal Federal da quantidade de vereadores etc.

Contudo, nenhum dos promotores dessa Proposta de Emenda à Constituição conseguiu responder a uma pergunta singela: há demanda do eleitor dessas cidades por mais vereadores?

É claro que não há. Ao contrário. Dada a inoperância das Câmaras, sempre compradas pelos prefeitos por meio do mecanismo perverso do loteamento da administração em troca de apoio político, o público brasileiro considera o Legislativo inútil, dispendioso e invadido por aventureiros.

Como não há motivação fundada nos interesses dos eleitores para a medida, a causa para o agito que animou os partidos políticos deve ser buscada em outro lugar.

Esse lugar é o seguinte — cada um dos novos vereadores que assumirão seus lustrosos mandatos imediatamente nomerá “assessores”. Chutando-se uma média de cinco “assessores” por vereador, isso dá algo entre 35 mil e 40 mil novos cabides onde dependurar pessoas pagas com nosso dinheiro e que servirão aos interesses dos partidos e dos políticos. Esses “assessores” nada mais são do que cabos eleitorais.

A aproximação das eleições de 2010 fornece um estímulo adicional à concuspicência dos políticos.

A PEC dos Vereadores prevê uma redução dos orçamentos das Câmaras Municipais, o que é uma boa.

Como é que as Câmaras farão para acomodar mais vereadores com menos orçamento?

Em qualquer esfera da vida, olha-se o orçamento futuro, examinam-se as despesas atuais e se define o que será cortado.

Os vereadores terão de fazer isso. Mas onde cortarão?

O presidente da Câmara Municipal de Curitiba, a qual receberá mais três edis, exprimiu (inadvertentemente, decerto) para onde se dirigirá o corte. Disse ele que, como cada vereador terá de ter um gabinete e mais seus assessores, os cortes terão de incidir sobre “outras” atividades.

Não lhe ocorreu que a forma mais óbvia de adaptar-se a uma redução orçamentária seria demitir “assessores”.

Vade retro, gritará em coro a virtual totalidade dos vereadores, deputados estaduais e federais e senadores. Cortar “assessores”, nem mortos.

É isso aí.

A PEC dos Vereadores serve a eles, não a nós."

(Fonte: Blog do Abramo - Ig)

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