A caminhada, que partiu da escadinha do cais do porto e seguiu até a Praça da República, foi organizada por diversos órgãos ligados as duas categorias e contou com a adesão maciça da população. Segundo a organização do evento, pelo menos 15 mil pessoas participaram da manifestação.
“Hoje, a defasagem dos salários dos policiais militares do Pará, em relação aos do Distrito Federal, está em torno de 45 a 55%. E, se conseguirmos a equiparação, com certeza vamos poder nos qualificar mais e prestar um melhor serviço para a população”, explicou o chefe da Casa Militar da Governadoria do Estado, coronel Pantoja Júnior. Ainda de acordo com o coronel hoje, em todo o Estado, há cerca de 25 mil policiais militares, entre ativos e inativos. Todos seriam beneficiados pela PEC 300. “Estamos realizando este movimento para sensibilizar os nossos parlamentares paraenses e buscar a adesão deles à nossa causa”.
A sociedade civil não só aderiu à causa como engrossou a caminhada dos militares. Foi este o caso da Associação dos Moradores do bairro da Terra Firme, que levou cerca de 30 pessoas para o evento. A presidente da entidade, Dilma Nunes, classificou a luta dos policiais como algo “justo” e cujo resultado “vai beneficiar toda a sociedade pois, se os policiais trabalharem satisfeitos, será melhor para todos”.
A mesma opinião tem o presidente do centro comunitário Osvaldo de Caldas Brito, Jorge Bojo. Segundo ele, a entidade, localizada no bairro do Jurunas, apoia os militares por acreditar que o trabalho deles é fundamental para o bem de toda a sociedade. “Se o salário deles aumentar, com certeza vão trabalhar com mais prazer, na certeza de que poderão dar melhores condições de vida para a sua família”.
Além de artistas locais, como o cantor Pinduca, que também pertence aos quadros da Polícia Militar, a marcha contou com a participação do deputado federal Major Fábio (DEM-PB), relator da PEC 300 na Comissão Especial da Câmara dos Deputados. Ele é considerado um dos maiores defensores da PEC 300 no Congresso Nacional."
(Fonte: Diário do Pará)
"Policiais e bombeiros militares do Estado do Pará, acompanhados de familiares, ocuparam ontem de manhã as ruas do centro de Belém na 1ª Grande Marcha em Favor da PEC 300, para reivindicar a aprovação, pelo Congresso Nacional, da Proposta de Emenda Constitucional número 300 (PEC 300), que possibilita a isonomia salarial entre os profissionais da área de segurança pública nos Estados com os servidores das mesmas corporações lotados no Distrito Federal.
Um soldado da PM ou do Corpo de Bombeiros dos Estados ganha R$ 1.200,00 mensais, enquanto o militar de mesma patente recebe em torno de R$ 4 mil por mês no Distrito Federal. Segundo os manifestantes, a defasagem salarial existe há cerca de cinco décadas. Na marcha de ontem, muitos policiais participaram em motocicletas. E a Ronda Tática Metropolitana (Rotam) e a Cavalaria da PM engrossaram o ato.
A passeata de ontem começou no entorno da praça Pedro Teixeira, na avenida Presidente Vargas, próximo à escadinha do Cais do Porto, e seguiu até próximo ao Teatro da Paz, onde foram feitos pronunciamentos em favor da aprovação da PEC 300.
Com a isonomia proposta, disseram coordenadores do movimento durante a passeata, os policiais não precisariam mais fazer 'bicos' para complementar a renda familiar. 'Foi divulgado na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados que a cada 17 horas um agente de segurança pública morre no Brasil', disse o deputado federal e capitão PM Assunção (PSB-ES), que juntamente com o deputado federal e major PM Fábio Rodrigues (DEM-PB), integra a Comissão Especial da Câmara dos Deputados que encaminha a matéria. Os dois parlamentares participaram da manifestação em Belém.
Para viabilizar a isonomia salarial, os parlamentares e militares reunidos ontem defenderam a parceria entre os governos estaduais e federal para o reajuste e a complementação salariais necessários. A expectativa dos líderes do movimento militar é que até o final deste ano a PEC 300 seja aprovada no Congresso Nacional.
O major Fábio Rodrigues disse que a mobilização dos policiais militares e bombeiros pela aprovação da PEC 300 ocorre em todo o País. 'Nós vamos estar no dia 25 no Piauí, no dia 27 no Rio de Janeiro e, depois, no Acre, porque nós temos de ter segurança para podermos dar segurança à população', justifica.
Rodrigues disse que tem Estado, como o Rio de Janeiro, onde um soldado da PM ganha R$ 900,00 por mês, chegando a receber apenas R$ 1.000,00 com as gratificações.
A PEC 300 tramita na Câmara e dentro de um mês e meio deverá ser votada. Se aprovada, seguirá para exame no Senado Federal. 'O governador de Sergipe já afirmou que até 2010 o soldado PM vai passar a ganhar R$ 3 mil', disse Fábio Rodrigues.
PEC vai beneficiar 30 mil policiais do Estado, 16 mil deles da ativa
A PEC 300, de autoria do deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) atinge 700 mil policiais militares e bombeiros no Brasil, fora os inativos. No Pará, contempla 13 mil policiais militares e 3 mil bombeiros na ativa, que, somados aos inativos, totalizam 30 mil pessoas. De acordo com policiais militares e bombeiros que estavam ontem na avenida Presidente Vargas, o Pará somente está à frente do Rio Grande do Sul, do Rio de Janeiro e do Piauí em salário.
'O Governo Federal deverá repassar, por meio de um fundo (Fundo Nacional de Segurança Pública), os recursos aos Estados para pagamento dos militares a fim de viabilizar a isonomia salarial', afirmou o deputado federal Wladimir Costa (PMDB-PA) na caminhada.
Estiveram também na marcha o deputado federal Zenaldo Coutinho (PSDB-PA), deputado estadual Márcio Miranda (DEM) e os vereadores Marquinhos do PT e Vanessa Vasconcelos (PMDB).
MORDOMIAS
Para o vice-governador Odair Correia, que participou da caminhada, se 'o Estado Brasileiro tem recursos para bancar mordomias' precisa, então, remunerar melhor os servidores da segurança pública. Ele defendeu uma parceria entre as administrações federal e estaduais para concretizar a isonomia entre os militares.
Segundo o sargento Haelton Costa, presidente da Cooperativa dos Militares do Corpo de Bombeiros do Pará (Cicoob), já houve manifestação no Rio de Janeiro e na Bahia, e agora em Belém, pela primeira vez no Norte do Brasil.
Da marcha de ontem participaram integrantes da Comunidade Osvaldo de Caldas Brito, do bairro do Jurunas, da Associação dos Subtenentes e Sargentos da PM, do Grêmio Recreativo de Marabá, do Centro Comunitário Allan Kardec, entre outras."
(Fonte: O Liberal)
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