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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

CERCO À EMBAIXADA - HONDURAS x BRASIL

"Sob o anúncio de uma nova extensão do toque de recolher em Honduras, soldados e policiais antimotim cercaram nesta quarta-feira a Embaixada do Brasil na capital Tegucigalpa, onde o presidente deposto, Manuel Zelaya, está refugiado desde segunda-feira (21). O governo interino de Roberto Micheletti nega, contudo, intenção de invadir a embaixada --o que poderia agravar a crise do país.

Centenas de efetivos de segurança, alguns mascarados e outros portando armas automáticas, cercaram uma área ao redor do prédio da embaixada do Brasil onde Zelaya se refugiou com a família e um grupo de cerca de 40 partidários.

O Ministério de Relações Exteriores do Brasil confirmou que a eletricidade, a água e o telefone da embaixada foram cortados por várias horas, mas que estava permitida a entrada de alimentos.

De acordo com o 22º artigo da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, de 1961, os locais das Missões Diplomáticas (embaixadas e edifícios anexos) são invioláveis. Os agentes do estado acreditado (que recebe a embaixada) não podem penetrar neles sem o consentimento do chefe da missão.

O governo brasileiro disse que garantirá a proteção do presidente deposto dentro da embaixada e pediu ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) uma reunião de emergência para discutir a pior crise na América Central em décadas.

Um toque de recolher, que virtualmente parou a capital, foi ampliado até as 18h desta quarta-feira (21h no horário de Brasília) e provocou o fechamento de aeroportos, escolas e comércios.

Micheletti disse nesta terça-feira que Zelaya pode ficar na embaixada por "cinco ou dez anos, nós não temos nenhum inconveniente que ele viva ali", sinalizando estar preparado para um conflito demorado.

Na terça-feira, policiais e militares dispersaram com bombas de gás lacrimogêneo, carros hidrantes e uma antena que emitia um som ensurdecedor os manifestantes que se aglomeravam diante da embaixada brasileira. Os manifestantes pró-Zelaya se defenderam jogando pedras, em um conflito que deixou ao menos 20 feridos, nenhum em estado grave, e cerca de 150 presos.

IMPASSE

Os Estados Unidos, a União Europeia e a OEA (Organização dos Estados Americanos) pediram uma saída negociada para que Zelaya retorne ao poder.

O governo interino, contudo, se recusou a suavizar sua posição contra a volta de Zelaya ao poder --impasse que deu um fim às negociações mediadas pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias.

Na noite desta terça-feira, Micheletti disse estar disposto a conversar com Zelaya se ele reconhecer a legitimidade da próxima eleição presidencial marcada para 29 de novembro, mas esclareceu que não negociaria a volta do presidente deposto ao poder.

Zelaya afirmou que a oferta de diálogo é uma "manipulação" e o acusou de não ter vontade de resolver a crise que vive o país.

"Tudo isto é uma manipulação", indicou Zelaya em declarações a Rádio Globo e ao Canal 36, acrescentando que "não há vontade de resolver a crise que tem o país".

"Devem deixar de manipular a opinião pública, eu vim aqui para que o diálogo seja direto, para que não tenha comparsas, nem nenhum tipo de distúrbios", ressaltou o presidente deposto.

Zelaya afirmou que não reconhecerá as eleições já que "não há igualdade para todos". "Assim não há trato, se há eleições têm que haver condições de igualdade para todos, não perseguição contra uns e favor para outros."

(Fonte: Folha online e UOL)

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