"A marinha israelense entrou no navio e este ruma ao porto de Ashdod. A operação ocorreu tranquilamente, sem violência e de comum acordo com as pessoas a bordo. O navio deve chegar (ao porto) em algumas horas", disse o porta-voz do governo israelense Moro Eisin.
Israel afirma que, antes de invadir o barco, enviou quatro mensagens por rádio pedindo para que este mudasse sua rota para Ashdod, mas recebeu resposta nenhuma.
O governo de Israel tinha reiterado nos últimos dias que impediria com o uso força a chegada do cargueiro "Rachel Corrie" a Gaza em caso da embarcação não desistir da intenção de romper o bloqueio israelense e chegar à faixa palestina.
Ontem, a tripulação do navio já havia rejeitado a oferta feita por Israel através da Irlanda que atracasse em Ashdod e desembarcasse nesse porto israelense situado ao norte de Gaza a ajuda humanitária. A proposta incluía ainda que representantes do navio acompanhassem depois a transferência da ajuda de Ashdod até Gaza.
Segundo "Free Gaza, um dos grupos que organiza a expedição, o "Rachel Corrie" transporta 1,2 mil toneladas de ajuda humanitária. Com 20 pessoas a bordo, entre os passageiros está a prêmio Nobel da Paz norte-irlandesa Mairead Maguire e um antigo subsecretário-geral das Nações Unidas, o irlandês Denis Halliday.
O "Rachel Corrie" ficou para trás do comboio devido a problemas técnicos. O nome do navio irlandês é carregado de simbolismo. Rachel Corrie era uma ativista americana que em 2003 foi esmagada em Gaza por uma escavadeira militar israelense quando exercia papel de "escudo humano" impedindo a demolição de casas palestinas.
Ataque na segunda-feira
O Exército israelense atacou na segunda-feira outros seis navios do comboio de ajuda humanitária, da qual faz parte o navio irlandês.
Na abordagem, o Exército israelense matou nove ativistas turcos - um deles com dupla nacionalidade turco-americana - que viajavam em uma das embarcações. No ataque, em águas internacionais, dezenas de ativistas ficaram feridos.
Centenas de ativistas foram presos e deportados de Israel desde então. O incidente provocou uma onda de críticas internacionais, e o Conselho de Segurança da ONU emitiu declaração pedindo que o caso seja investigado imediatamente, de forma "imparcial, crível e transparente".
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