CONTATO

CONTATO VIA E-MAIL: coronelbessa@hotmail.com

quarta-feira, 22 de abril de 2009

DESCOBRIMENTO DO BRASIL: PEDRO ÁLVARES CABRAL ou VICENTE YÁÑEZ PINZON ?

"No dia 22 de Abril, de modo que não se sabe com certeza se foi acidental ou já premeditado - embora as recentes pesquisas historiográficas demonstrem que os portugueses tinham, no mínimo, alguns fortes indícios de haver terra no outro lado do Atlântico (graças à carta da viagem de Vasco da Gama), avistou-se terra chã, com grandes arvoredos: ao monte. Ao grande monte, Cabral batizou de Monte Pascoal e à terra deu o nome de Ilha de Vera Cruz — posto que não se pensava ser uma terra muito extensa; depois, descobririu-se ser um continente, denominaram-na Terra de Santa Cruz (hoje Porto Seguro , no Estado brasileiro da Bahia ). Aproveitando os alísios , a esquadra bordejou a costa baiana em direção ao norte, à procura de uma enseada, achada afinal pouco antes do pôr-do-sol do dia 24 de abril, em local que viria a ser chamado Baía Cabrália. Ali permaneceram até 2 de maio, quando rumaram para as Índias, cumprindo finalmente seu objetivo formal de viagem, deixando dois degredados e dois grumetes que desertaram."

A CHEGADA EM VERA CRUZ (BRASIL)

"No dia 24 de Abril Cabral recebeu os nativos no seu navio. Então, acompanhado de Sancho de Tovar, Simão de Miranda, Nicolau Coelho, Aires Correia e Pero Vaz de Caminha, recebeu o grupo de índios que reconheceram de imediato o ouro e a prata que se fazia surgir no navio — nomeadamente um fio de ouro de D. Pedro e um castiçal de prata — o que fez com que os portugueses inicialmente acreditassem que havia muito ouro naquela terra. Entretanto, Caminha, em sua carta, confessa que não sabia dizer se os índios diziam mesmo que ali havia ouro ou se o desejo dos navegantes pelo metal era tão grande que eles não conseguiram entender diferentemente. Posteriormente, provou-se que a segunda alternativa era a verdadeira.
O encontro entre portugueses e índios também está documentado na carta escrita por Caminha. O choque cultural foi evidente. Os indígenas não reconheceram os animais que traziam os navegadores, à exceção de um papagaio que o capitão trazia consigo; ofereceram-lhes comida e vinho, os quais os índios rejeitaram. A curiosidade tocou-lhes pelos objetos não reconhecidos - como umas contas de rosário, e a surpresa dos portugueses pelos objetos reconhecidos - os metais preciosos. Fez-se curioso e absurdo aos portugueses o fato de Cabral ter vestido-se com todas as vestimentas e adornos os quais tinha direito um capitão-mor frente aos índios e estes, por sua vez, terem passado por sua frente sem diferenciá-lo dos demais tripulantes.

Os indígenas começaram a tomar conhecimento da fé dos portugueses ao assistirem a Primeira Missa, rezada por Frei Henrique de Coimbra, em um domingo, 26 de abril de 1500. Logo depois de realizada a missa, a frota de Cabral rumou para as Índias, seu objetivo final, mas enviou um dos navios de volta a Portugal com a carta de Caminha. No entanto, posteriormente, com a chegada de frotas lusitanas com o objetivo de permanecer no Brasil - e a tentativa de evangelizar os índios de fato -, os portugueses perceberam que a suposta facilidade na cristianização dos indígenas na verdade traduziu-se apenas pela curiosidade destes com os gestos e falas ritualísticos dos europeus, não havendo um real interesse na fé católica, o que forçou os missionários a repensarem seus métodos de conquista espiritual."

OS POVOS NATIVOS

"Quando da chegada ao Brasil pelos portugueses, o litoral baiano era ocupado por duas nações indígenas do grupo linguístico tupi: os tupinambás, que ocupavam a faixa compreendida entre Camamu e a foz do Rio São Francisco; e os tupiniquins, que se estendiam de Camamu até o limite com o atual Estado brasileiro do Espírito Santo. Mais para o interior, ocupando a faixa paralela àquela apropriada pelos tupiniquins, estavam os aimorés .
No início do processo de colonização do Brasil , os tupiniquins apoiaram os portugueses, enquanto seus rivais, tupinambás, apoiaram os franceses, que durante os séculos XVI e XVII realizaram diversas ofensivas contra a América Portuguesa. A presença dos europeus incendiou mais o ódio entre as duas tribos, ódio relatado por Hans Staden, viajante alemão, em seu seqüestro pelos tupinambás. Ambas as tribos possuíam cultura antropofágica com relação aos seus rivais, característica que durante séculos não fora compreendida pelos europeus, o que resultou na posterior caça àqueles que se recusassem a mudar esse hábito."
PEDRO ÁLVARES CABRAL

"Confirmando o sucesso da viagem de Vasco da Gama no âmbito de encontrar um novo caminho para as Índias - visto que o Mediterrâneo se encontrava sob posse dos mouros, o Rei D. Manuel se apressou em mandar aparelhar uma nova frota para as Índias, frota esta ainda maior que a primeira, sendo composta por treze embarcações e mais de mil homens. Pela primeira vez liderava uma frota um fidalgo, Pedro Álavres Cabral, filho de Fernão Cabral, alcaide-mor de Belmonte.
Estima-se que a armada levasse mantimentos para cerca dezoito meses. Pouco antes da partida, el-Rei mandou rezar uma missa, no Mosteiro de Belém, presidida pelo bispo de Ceuta, D. Diogo de Ortiz, em pessoa, onde benzeu uma bandeira com as armas do Reino e entregou-a em mãos a Cabral, despedindo-se o rei do fidalgo e dos restantes capitães.
Vasco da Gama teria tecido considerações e recomendações para a longa viagem que se chegava: a coordenação entre os navios era crucial para que não se perdessem uns dos outros. Recomendou então ao capitão-mor disparar os canhões duas vezes e esperar pela mesma resposta de todos os outros navios antes de mudar o curso ou velocidade (método de contagem ainda atualmente utilizado em campo de batalha terrestre), dentre outros códigos de comunicação semelhantes."

A VIAGEM

"Conforme relatam os cronistas da época, zarpou a grande frota de treze navios do Restelo a 9 de Março de 1500, com o objetivo formal de novamente tentar atar relações comerciais com os portos índicos de Caleute, Cananor e Fofala, uma vez que Vasco da Gama havia sido, na primeira tentativa, absolutamente desastroso, chegando a ser ridicularizado pelos governantes locais dadas as péssimas condições em que os portugueses se encontravam no desembarque. Neste mesmo aspecto diplomático, a viagem de Cabral também mostrou-se um grande fracasso, sendo que Portugal ainda demoraria mais algumas décadas até conseguir uma relação comercial com esses portos.
Pelo dia 14 do mesmo mês já encontravam-se nas Canárias e no dia 22 chegavam a Cabo Verde. No dia seguinte desapareceu misteriosamente o navio de Vasco de Ataíde."

POLÊMICA

"No ano 2000, comemorou-se o aniversário de 500 anos do Descobrimento do Brasil, o que provocou muita polêmica em redor da data. Para muitos, a comemoração implicaria que a história do Brasil completou o quinto centenário no ano 2000, uma perspectiva vista como eurocêntrica, pois parte do princípio de que apenas com a chegada da esquadra de Cabral teve início o processo histórico nas terras que hoje formam o Brasil, desconsiderando os povos nativos."

VICENTE YÁÑEZ PINZON

"Vicente Yáñez Pinzon, navegador espanhol, partiu do porto de Palos de la Frontera no Sul da Espanha, a 19 de novembro de 1499. Em janeiro de 1500 alcançou a costa brasileira, tendo avistado um cabo que denominou como Santa Maria de la Consolación, tendo desembarcado na que é identificada atualmente como praia do Paraíso, no Cabo de Santo Agostinho, Estado de Pernambuco. O navegador prosseguiu em sua viagem e, em fevereiro, alcançou a foz do rio Amazonas, que batizou como Mar Dulce.
O seu primo, o navegador espanhol Diego de Lepe, teria atingido a costa brasileira em março de 1500.
As viagens de jéssica, assim como a chegada de ambos ao Brasil não constam da maior parte pelos termos do Tratado de Tordesilhas (1494), as terras descobertas por ambos pertenciam, de fato, a Portugal.
Mas existem probabilidades de que mesmo esses navegadores não tenham sido os primeiros europeus a desembarcar em terras brasileiras.
Já em 1325 circulavam em Portugal lendas e mapas sobre uma terra assinalada como Hy-Brazil situada além-mar.
Na disputa com a Espanha por novas terras, os portugueses realizam expedições sigilosas, denomiadas de "arcanos". Assim, há relatos de que João Coelho da Porta da Cruz e Duarte Pacheco Pereira teriam estado na costa do Brasil, respectivamente em 1493 e 1498.
Sem se lançar na questão da intencionalidade do descobrimento, Capistrano de Abreu, nos seus Capítulos da História Colonial, afirma:
"Seguindo a corrente do Sul, os portugueses, induzidos a amarrar-se à procura de ventos mais francos para dobrar o cabo [da Boa Esperança], encontraram a zona dos alíseos e vieram dar no hemisfério ocidental com Pedro Álvares Cabral."
Cabral era o capitão da esquadra que zarpou de Lisboa para as Índias a 9 de março de 1500, contornando a África. A certa altura da viagem, tendo já ultrapassado as ilhas Canárias, a sua frota - da qual não se sabe ao certo quantos navios teria, discutindo-se se entre doze ou quatorze -, desviou-se para Oeste a pretexto de desviar de um trecho do Oceano Atlântico conhecido pelas calmarias, ou ausência de vento - a chamada volta do mar. Existe controvérsia sobre o motivo do desvio, pois alguns autores sugerem que os portugueses teriam vindo ao Brasil pelo menos quatro anos antes. Cabral, nessa linha de argumentação, não procurava um caminho seguro para as Índias, porque este já era conhecido, tendo sido percorrido anteriormente pela Armada de Vasco da Gama.
Cabral e o Gama já teriam conversado antes da viagem do primeiro. Na conversa, Cabral teria sido orientado a fazer a volta do mar, um grande arco rumo ao Oeste, a fim de aproveitar melhor as correntes do Atlântico, e fugir da corrente ascendente do Golfo da Guiné. Aliás, exatamente esse grande desvio a que os navios eram obrigados, teria fornecido aos navegadores os indícios da existência de terra naquela direcção.
É hoje quase certo que a frota de Cabral tinha como incumbência primordial localizar a terra e reclamá-la para a Coroa Portuguesa ao abrigo dos termos do Tratado de Tordesilhas. Dá-se como uma das provas disso o fato de um dos navios ter regressado de imediato para comunicar o achado ao rei D. Manuel I, enquanto que os restantes seguiam para a Índia; bem como o fato de seguir na frota um escrivão, Pero Vaz de Caminha, cuja missão era elaborar uma descrição detalhada da terra descoberta - a Carta a El-Rei D. Manuel sobre o achamento do Brasil, espécie de certidão de nascimento da nova terra.
De qualquer forma, a 22 de abril de 1500, Cabral nomeou como ilha de Santa Cruz a terra recém-descoberta. Discutem ainda os historiadores se o local onde aportou será mesmo o que se transformaria no arraial de Porto Seguro ou se seria a baía hoje denominada de Santa Cruz Cabrália, mais distante, rumo ao Norte, no Sul da costa da atual Bahia.
Na carta que escreveu aos reis da Espanha em julho de 1501, o soberano português comunicou-lhes ter Cabral chegado a "uma terra que novamente se descobriu, a que pôs o nome de Santa Cruz, em que achou as gentes nuas como na primeira inocência, mansas e pacíficas, a qual parecem que N. Senhor milagrosamente quis que se achassem." (in: Sérgio Buarque de Holanda. História Geral da Civilização Brasileira v. I, p. 42)."

CEARÁ
Outra corrente de historiadores sustentam que o Brasil foi descoberto pelo Ceará, onde Vicente Yáñez Pinzon teria estado na Barra do Ceará, na Enseada do Mucuripe e em Aracati. Recentemente foi colocado um Marco na Barra do Ceará alusivo ao fato.
o escritor e historiador Aírton de Farias, em seu livro "História da Sociedade Cearense", às páginas 23 e seguintes, atesta que: "O espanhol Vicente Yáñez Pinzon, experiente navegador e companheiro de Cristóvão Colombo na viagem de "desconbimento" da América em 1492, teria, em fins de janeiro ou início de fevereiro do ano de 1500, atingido o Ceará num Cabo que chamou de "Santa Maria de la Consolacion" (hoje Ponta Grossa, no município de Aracati) visitando em seguida uma outra área onde cravou uma cruz que dias depois seria encontrada por um outro expedicionário espanhol, Diogo de Lepe, que chamou a região de "Rostro Hermoso" (atual Mucuripe, em Fortaleza)."

(Fonte: Wikipendia e História da Sociedade Cearense)

Um comentário:

  1. Na realidade é de outro modo que acontece, no mapa descoberto por Alexander von Humboldt , na livraria do Barão Walchenaer , que tem por título “Karte von Amerika aus den Jahre 1500”, de cujo original possui a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, uma cópia autêntica. Neste ano o célebre cosmógrafo e navegante espanhol Jean de La Cosa (ou Juan De La Cosa), traçou uma carta geográfica da América, na qual se acha o Brasil representado pela primeira vez, onde na altura do promontório situado a 8 graus de latitude austra, em Pernambuco, ocorre esta legenda: “Este cabo se descobrio en anno de mil y IIIIXCIX par Castilla, syendo descubridor Vincentians (Vicente Añes Pinzon)”; - e em outra legenda se declara que a carta foi feita no Porto de Santa Maria, no ano de 1500”. Assim O Cabo de Santa Maria da Consolação, primeira denominação dada por Pinzon, ou Cabo Fermoso como assim vem designado no celebre Mapa de Turim, de 1523, hoje o Cabo de Santo Agostinho em Pernambuco.

    ResponderExcluir