Estamos comemorando o centenário de nascimento de Maria do Carmo Miranda da Cunha, a nossa inesquecível Carmem Miranda. Ela nasceu no dia 9 de fevereiro de 1909, em Marco de Canavezes, Portugal, e faleceu vítima de um infarto no dia 5 de agosto de 1955, em Beverly Hills, Califórnia, nos Estados Unidos da América. Naquele mesmo dia ela passou mal durante a filmagem de um programa para a televisão com Jimmy Durante, quando já à noite, em sua casa, ela falecia aos 46 anos de idade.
Ela veio para o Brasil com 18 meses. Seu pai era barbeiro e a família, de 6 filhos, vivia modestamente. Carmem Miranda marcou tanto com seu jeito de cantar, revirando os olhos, mexendo as mãos e gingando, com seu sorriso contagiante e a graça de seus trajes cheios de balangandãs, que até hoje, mais de 40 anos após sua morte, é o símbolo brasileiro mais conhecido no mundo. Mais do que uma voz, foi um fenômeno do show business norte-americano.
Aportando nos Estados Unidos no início da Segunda Guerra Mundial, representou vivamente a terra desconhecida e exótica, cheia de coqueiros, bananas, abacaxis, atendendo às necessidades fantasiosas e consumistas do povo norte-americano e alcançando a glória e a fortuna. De volta ao Brasil, depois de um ano ausente, foi recebida sob vaias em um show no Cassino da Urca, que abriu cantando South American Way. Em resposta bem-humorada ao público, lançou logo em seguida novo show, Disseram que Voltei Americanizada, de Vicente Paiva e Luiz Peixoto.
Despois de se destacar apresentando-se em bares cariocas interpretando Carlos Gardel, aos 20 anos gravou seu primeiro disco, com músicas como Não Vá Sim'bora e Se o Samba É Moda, de Josué de Barros, e se apresentou pela primeira vez no rádio, com Iaiá Ioiô, também de Josué de Barros. Tornou-se famosa ao gravar a marcha carnavalesca Pra Você Gostar de Mim (Taí, 1931), de Jubert de Carvalho, que vendeu mais de 35 mil discos. Em meio aos foliões, participou, em 1933, de seu primeiro longa-metragem, o documentário A Voz do Carnaval, de Adhemar Gonzaga e Humberto Mauro. Seu último filme no Brasil foi lançado às vésperas do Carnaval de 1938: Bananas da Terra, de João de Barro, no qual interpretou pela primeira vez a música O Que É Que a Baiana Tem?, de Dorival Caymmi, lançando definitivamente para o sucesso tanto o compositor como sua baiana estilizada.
A convite do empresário norte-americano Lee Schubert, embarcou com o grupo Bando da Lua para os Estados Unidos, em 1939. Estreou na Broadway, cativando de imediato a crítica e o público norte-americanos. Quatro anos depois, fez seu melhor filme, The Gang's All Here (1943), dirigido por Busby Berkeley, no qual faz o número mais famoso: The Lady in the Tutti-Frutti Hat, cantando num cenário tropicalíssimo, com bananas gigantescas se movendo. Foram ao todo 14 filmes no exterior, rodados de 1940 a 1953.
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