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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

OS 187 ANOS DO “FICO”, A MAÇONARIA E A HISTÓRIA DO BRASIL

Ontem, assistindo rapidamente a televisão num canal local, o programa mostrava uma “troca de família”, onde a cônjuge virago, tinha que passar uma semana em outra casa, com outra família e vice-versa. A troca se deu entre uma mãe portuguesa e uma brasileira. A portuguesa foi levada ao Museu do Ipiranga, em São Paulo, numa visita turística. Ali o cônjuge varão falava da história, enaltecia os portugueses e tal. Lembrei que em tudo existem os fatos ocultos, ou seja, as vezes sabemos da história por um ângulo, quando outros estão ocultos.

No dia 9 de janeiro último, comemoramos um desses fatos, os 187 anos do Dia do FICO. O Dia do Fico deu-se naquele 9 de janeiro de 1822, quando o então Príncipe Regente D. Pedro de Alcântara foi contra as ordens das Cortes Portuguesas que exigiam sua volta a Lisboa, ficando no Brasil.

Por volta de 1821, quando as Cortes Portuguesas mostraram a idéia de transformar o Brasil de novo numa Colônia, os liberais radicais se uniram ao Partido Brasileiro tentando manter a autoridade do Brasil. As Cortes mandaram uma nova decisão enviada para o Príncipe Regente D. Pedro de Alcântara. Uma das exigências era seu retorno imediato a Portugal.

Os liberais radicais, em resposta, organizaram uma movimentação para reunir assinaturas a favor da permanência do Príncipe. Assim, eles pressionariam D. Pedro a ficar, juntando 8 mil assinaturas. Foi então que, contrariando as ordens emanadas por Portugal para seu retorno à Europa, declarou para o público: "Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico".

A partir daí, D. Pedro entrou em conflito direto com os interesses portugueses, para romper o vínculo que existia entre Portugal e o Brasil. Este episódio prenunciou a Declaração de Independência do Brasil que viria a ser proclamada em 7 de setembro de 1822. Evento, como tantos outros, com forte participação da Maçonaria. Vejamos outros fatos históricos no Brasil envolvendo a Maçonaria.

"Há um capítulo em branco na História do Brasil, e esse capítulo é o que se refere à Maçonaria, presente em todos os momentos decisivos e importantes de nossa pátria.

Em torno da excepcional contribuição da Maçonaria para a formação de nossa nacionalidade, é inadmissível qualquer dúvida. De nenhum importante acontecimento histórico do Brasil, os maçons estiveram ausentes. Da maioria deles, foram os elementos da Maçonaria os promotores. Não há como honestamente negar que o Fico, A Proclamação da Independência, a Libertação dos escravos, A Proclamação da República, os maiores eventos de nossa pátria foram fatos organizados dentro de suas lojas.

Antes de tudo isso, já na Inconfidência Mineira, a Maçonaria empreendia luta renhida em favor da libertação de nossa pátria. Todos os conjurados, sem exceção, pertenciam à Maçonaria: Tiradentes, Thomas Antonio Gonzaga, Cláudio Manoel da Costa, Alvarenga Peixoto, e até mesmo o Judas, o traidor Joaquim Silvério dos Reis, infelizmente também pertencia à ordem.

Há que se ressaltar também a grande contribuição de um maçom ilustre Francisco Antonio Lisboa, o Aleijadinho. Este grande gênio da humanidade. Maçom do grau 18, Aleijadinho, autor de obras sacras, fez questão de secretamente homenagear a Maçonaria em suas esculturas. Ao bom observador e conhecedor da maçonaria, não passará despercebido, ao conhecer a obra do grande mestre, detalhes, pequenos que sejam que lembram a instituição maçônica. Os três anjinhos formando um triângulo, o triângulo maçônico, tornaram-se sua marca registrada.

A própria bandeira do Estado de Minas Gerais foi inspirada na Maçonaria: o triângulo no centro da bandeira mineira é o mesmo do delta luminoso, o Olho da Sabedoria.

A independência do Brasil foi proclamada em 22 de agosto de 1822, no Grande Oriente do Brasil. O grito de independência foi mera confirmação. Ninguém ignora também que o Brasil já estava praticamente desligado de Portugal, desde 9 de janeiro de 1822, o dia do Fico. E o Fico foi um grande empreendimento Maçônico, dirigido por José Joaquim da Rocha, que com um grupo de maçons patriotas, fundou o Clube da Resistência, o verdadeiro organizador dos episódios de que resultou a ficada.

A libertação dos escravos no Brasil foi, não há como negar, uma iniciativa de maçons, um empreendimento da Maçonaria. A Maçonaria, cumprindo sua elevada missão de lutar pela reivindicação dos direitos do homem, de batalhar pela liberdade, apanágio sagrado do Homem, empenhou-se sem desfalecimento, sem temor, indefesamente pela emancipação dos escravos.

Para confirmar estes fatos basta verificar a predominância extraordinária de maçons entre os líderes abolicionistas. Dentre muitos destacaram-se Visconde de Rio Branco, José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, Eusébio de Queiroz, Quintino Bocaiúva, Rui Barbosa, Cristiano Otoni, Castro Alves, e muitos outros.

A Proclamação da República, não há dúvidas de que também foi um notável empreendimento maçônico. O primeiro Ministério da República, sem exceção de um só ministro, foi constituído de maçons. Mera casualidade? Não. Ele foi organizado por Quintino Bocaiúva, que havia sido grão-mestre.

Assim foi e tem sido a atuação da Maçonaria com relação ao Brasil, sempre apoiando e lutando para a concretização dos ideais mais nobres da pátria, comprometendo-se em favor da liberdade e condenando as injustiças
.”

Fonte: Sociedades Secretas - Tenório de Albuquerque.

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