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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

CÂMARA APROVA AJUDA DE R$ 500 MIL PARA FAMÍLIAS DE MILITARES BRASILEIROS MORTOS NO HAITI

"A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira um projeto de lei do Poder Executivo que concede auxílio especial no valor de R$ 500 mil a cada uma das famílias dos 18 militares das Forças Armadas mortos no Haiti, durante o terremoto que aconteceu em 12 de janeiro.

Além desse auxílio, o projeto também prevê a concessão de uma bolsa especial de educação no valor de R$ 510 aos dependentes estudantes do ensino fundamental e médio até os 18 anos e, se universitário, até os 24 anos.

De acordo com o projeto, que terá ainda que ser aprovado pelo Senado, a bolsa de estudos será corrigida anualmente pelo mesmo índice de correção dos benefícios da previdência social. O Ministério da Defesa estabelecerá as normas para disciplinar a bolsa de estudo aos dependentes dos militares mortos no terremoto do Haiti.

O terremoto que atingiu o Haiti deixou 22 brasileiros mortos, dentre eles a médica sanitarista Zilda Arns, o diplomata Luiz Carlos da Costa, uma menina não identificada e 19 militares que participavam da missão de paz da ONU, liderada pelo Brasil.

MILITARES MORTOS

Cleiton Batista Neiva, 33 anos, policial militar

O primeiro tenente Cleiton Batista Neiva ingressou na Polícia Militar do Distrito Federal em 3 de abril de 1997 e trabalhou em diversas unidades da corporação.

Em 2005, participou da missão de paz da ONU no Haiti e dois anos depois, em 2007, decidiu voltar ao país para fazer trabalho voluntário. Ele estava em licença, pedida por motivos particulares.

Segundo a polícia, Neiva estava na sede da ONU em Porto Príncipe no momento da tragédia.

Antonio José Anacleto, 24 anos, soldado

Dois dias antes do terremoto, Antônio José Anacleto falou por longas horas com o pai, José Anacleto, por telefone. A conversa foi interpretada por José como uma despedida prévia.

De acordo com a tia Alice Anacleto Nascimento, o soldado Antônio voltaria para sua cidade natal, Cachoeira Paulista, nesta semana. Ele estava feliz com o trabalho no Haiti, mas sentia saudades da família e queria voltar. Sua intenção era dar sequência aos serviços no exército no Brasil.

De acordo com a tia Alice, a família é “muito unida” e os filhos estão ajudando o pai a se conformar. “Estão todos abalados. [O acidente] pegou a família de surpresa”.

Bruno Ribeiro Mário, 26 anos, 1º tenente

Na última conversa com o pai por telefone, na segunda-feira, o 1º tenente Bruno Ribeiro Mário, pediu que ele o aguardasse para a comemoração de seu aniversário de 27 anos, que aconteceria no dia 8 de fevereiro.

"Ele embarcaria para o Brasil no sábado (16), após seis meses de missão", contou Arnaldo Antônio Mário, tio de Bruno. "Estava com saudade, após meses fora de casa".

Nascido em São Gabriel (RS), Bruno foi voluntário para integrar a missão de paz no Haiti. "Ele estava feliz, mas essa fatalidade aconteceu", disse o tio. O tenente deixa uma irmã, pai e mãe.

Davi Ramos de Lima, 37 anos, 2º sargento

O militar Amaro Augusto de Lima teve nove filhos, mas apenas um, Davi Ramos de Lima, decidiu seguir sua carreira. "Ele era o orgulho da família", diz o pai. "Ele foi com orgulho, com fibra de herói. Foi levar paz para uma terra sem paz".

Davi voltaria para o Brasil no sábado. A família, que mora em João Pessoa, já tinha comprado passagens para recebê-lo em Lorena, no interior de São Paulo, onde ele morava. "Na bagagem, a gente já tinha pronta a nossa comida típica daqui (nordeste) para levar ao Davi", conta o pai. "A viagem seria para matar as saudades, mas agora vai ser de luto".

Douglas Pedrotti Neckel, 24 anos, cabo

Com volta para o Brasil marcada para domingo (17), o cabo Douglas Pedrotti Neckel, 24 anos, tinha planos de deixar o Exército quando encerrasse seu período no Haiti.

"Ele tinha dito à mãe e à irmã que ia deixar o Exército e trabalhar na transportadora da família", contou Ana Paula, prima de Douglas. "Para ele, sua missão estava cumprida".

Nascido em Cruz Alta (RS), Douglas morava em Lorena (SP) havia 14 anos. Segundo Ana Paula, ele sempre quis servir o Exército e, na época do alistamento, se empenhou para ser convocado. "A vida dele era o Exército. Nós até criticávamos, porque esse era o assunto dele 24 horas por dia", conta ela. "Todo filme que ele assistia, tudo tinha relação com o Exército".

Segundo a prima, Douglas classificava a experiência no Haiti como uma "lição de vida". "Ele disse que tinha visto muita pobreza, muito sofrimento, mas que o trabalho estava sendo bom para ele", afirmou Ana Paula. "Ele estava vendo a vida com outros olhos e aprendendo muito".

Felipe Gonçalves Julio, 22 anos, soldado

A declaração que o soldado Felipe Gonçalves Julio, deixou à namorada no Orkut agora parece profética: "mesmo que algum dia nossas vidas estejam em outro lugar...meu amor por você será eterno".

Embora os dois ainda fossem namorados, em seu próprio perfil no site de relacionamentos o soldado já se declarava casado. "Ele disse que ia se casar quando voltasse", contou Thiago Ferreira, tio de Camila. "Estava cheio de planos".

O casal começou o namoro pouco antes de o militar ir ao Haiti, em julho de 2009. Durante o período que passou no país, Felipe falou com Camila diariamente pela internet e por telefone. O último contato, feito na segunda-feira, durou mais de uma hora. "Parecia que ele estava se despedindo", afirmou Thiago.

Leonardo De Castro Carvalho, 29 anos, 2o sargento

A família de Leonardo de Castro Carvalho já tinha preparado uma festa surpresa para recebê-lo de volta, no sábado. “Ele estava no último dia de patrulha, no dia do terremoto. A gente não sabe nem como aconteceu (a morte), onde ele estava”, lamenta a prima Carla de Castro Carvalho.

Segundo Carla, o militar foi para o Haiti “para aprender coisas que não aprenderia no Exército, aqui no Brasil”, relata Carla. “Ele dizia que se ele não fosse para lá nunca iria passar por esse tipo de experiência, que a situação deles era de muita pobreza e que sua missão era ajudar”, lembra.

O oficial sempre teve o sonho de ser do Exército. Mesmo tendo sido dispensado do serviço militar obrigatório, Carvalho não desistiu da carreira. “Ele estudou e, depois, quando foi para entrar na ESA (Escola de Sargentos das Armas), ele se recolheu para estudar tanto que a gente nem via ele na rua”, conta Carla.

Raniel Batista de Camargos, 42 anos, subtenente

Pouco antes de perder sua vida no terremoto, o subtenente Raniel Batista de Camargos, 42 anos, usou a internet para desejar feliz aniversário à filha, Giovana. Pelo Skype, ele conversou com ela e Luiz Gustavo, o filho de 2 anos e meio, que moram em Lins (SP) com a mulher do militar, Heloísa Camargos.

Segundo a irmã do subtenente, Mary Camargos, no mesmo dia Raniel telefonou a seu pai e disse que já estava "de malas prontas" para voltar ao Brasil, no dia 28. "Ele era muito alegre, piadista, e brincou dizendo que a gente não ia aguentar ele aqui", contou.

A missão no Haiti era uma experiência importante para Raniel, segundo sua irmã. "Ele era muito solidário, gostava de resolver problemas, tentava ajudar", contou. "Por telefone, ele dizia que só quando teve contato com a realidade do Haiti é que ficou sabendo o que era pobreza".

Rodrigo de Souza Lima, 23 anos, 3º sargento

No dia anterior ao terremoto, Rodrigo de Souza Lima telefonou para os pais em Piraí (RJ) e disse estar preocupado com a possibilidade de passar o aniversário longe da família - ele faria 24 anos no dia 20.

Segundo a cunhada do militar, Tatiane Ferreira da Silva, ele já estava pronto para voltar para casa, no dia 16, pois tinha muita saudade dos pais, irmãos e sobrinhos.

A família ainda está em estado de choque. “Estamos sem acreditar que isso tenha ocorrido com ele”, disse Tatiane, que descreve o cunhado como “alguém muito estudioso, esforçado, sempre apaixonado pela farda que usava, e que via no Haiti uma esperança de ajudar alguém mais pobre do que ele”.

Tiago Anaya Detimermani, 23 anos, soldado

Depois que encerrasse seu período no Haiti, Tiago Anaya Detimermani, planejava se casar.

"Ele tinha se casado no civil quatro meses antes de embarcar para a missão de paz, mas queria realizar uma cerimônia na igreja", contou a tia Maria Célia Anaya Xavier.

Tiago, que morava em Cachoeira Paulista, no interior de São Paulo, tinha o sonho, desde criança, de ser militar. Há cinco anos atuava no Exército e, desde julho, estava no Haiti.

"Ele dizia que queria morrer com a bandeira do Brasil no peito. Sentia orgulho. Queria defender a pátria".

Washington Luis de Souza Seraphin, 23 anos, cabo

A morte do cabo Washington Luis de Souza Seraphin abalou os moradores da cidade de Lorena (SP), onde ele nasceu. "Estamos todos chocados e não sei como tudo isso irá passar", afirmou Thais Fraga, que conhece Washington desde a infância. "Ele era a tranquilidade em pessoa e gostava de estar sempre entre amigos".

A amiga não conversou com Washington durante o tempo em que ele participou da missão de paz da ONU no Haiti, que é liderada pelo Brasil. No entanto, soube por amigos que ele estava com saudades de casa e planejava fazer uma festa quando voltasse a Lorena, no fim de janeiro. A impossibilidade do encontro entristece os amigos de Washington. "Ele fará uma falta irreparável".

João Eliseu Souza Zanin, 46 anos, coronel

O coronel João Eliseu Souza Zanin, de 46 anos, servia no Gabinete do Comandante do Exército e estava no Haiti participando de reuniões de coordenação de pessoal. Deixa mulher e dois filhos.

"O coronel estava ligado ao gabinete do comandante do Exército e encontrava-se no Haiti participando de reuniões de coordenação de pessoal", diz a nota do Comando do Exército que divulgou a morte de Zanin.

Zanin, natural de Mirassol, no interior de São Paulo, ingressou na escola militar de Campinas quando era jovem. Após a formatura, fez Academia das Agulhas Negras, em Resende, no Rio de Janeiro, e saiu como aspirante a oficial.

Segundo seu irmão Luís Fernando, em entrevista a um jornal local de Mirassol, Zanin já havia completado 30 anos de carreira militar e poderia se aposentar.

Francisco Adolfo Vianna Martins, major

O major Francisco Adolfo Vianna Martins servia no Estado-Maior do Exército e desempenhava a função de Observador Militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH).

Francisco, natural de Belo Horizonte, Minas Gerais, estava em Missão de Paz desde julho do ano passado, atuando como Observador Militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti - Minustah.

O major morava com a família em Brasília, onde trabalhava no Departamento de Pessoal do Exército antes de ser designado para a missão no Haiti.

Marcus Vinícius Macêdo Cysneiros, 42 anos, tenente-coronel

O tenente-coronel Marcus Vinícius Macêdo Cysneiros, de 42 anos, era de Niterói (RJ) e servia o Gabinete do Comando do Exército, desempenhando funções de observador militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah).

Em nota divulgada à imprensa, a família do militar afirma que Cysneiro era "pai incomparável e único, filho exemplar, marido dedicado e amoroso, irmão amado, amigo fiel".

Segundo a família do militar, Cysneiros ingressou nas Forças Armadas com apenas 13 anos. Concluiu a Escola de Comando do Estado Maior do Exército defendendo dissertação sobre a Ilha de Trindade e, posteriormente, ingressou no doutorado da Universidade de Brasília (UNB).

"Nosso 'Marquinhos', nosso orgulho, nosso herói, combateu o bom combate, terminou sua corrida, guardou a fé, e leva consigo um pouco de nós, que o amamos, pois em nós você deixou amor verdadeiro", finaliza o comunicado da família.

Arí Dirceu Fernandes Júnior, 23 anos, cabo

O cabo Arí Dirceu Fernandes Júnior, de 23 anos, fazia parte do 2º Batalhão de Infantaria Leve, sediado em São Vicente, no litoral de São Paulo.

Ele pertencia a um grupo de 89 militares que integravam um pelotão de 1.300 soldados brasileiros.

Seu pelotão embarcou para o Haiti em julho de 2009 e a previsão de retorno dos militares era em janeiro. Ari Dirceu Fernandes Júnior deixa uma filha de três anos.

Emílio Carlos Torres dos Santos, coronel

Emílio Carlos Torres dos Santos estava no Haiti desde maio de 2009 e morreu no Hotel Cristopher, uma das bases da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah). O coronel Emílio formou-se na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman-RJ) na turma de 1985 e foi comandante do 26º Batalhão de Infantaria Paraquedista, uma das unidades de elite do exército brasileiro.

Entre janeiro de 2008 e março de 2009 o coronel trabalhou no Senado Federal como assessor do Exército. Em 2011, completaria o tempo necessário para entrar na reserva. Cearense nascido em Crateús, Emílio deixa a mulher, a médica Ana Paula Santos, e duas filhas, de 13 e 7 anos.

Márcio Guimarães Martins, 36 anos, major

Major Márcio Guimarães Martins, de 36 anos, nasceu em Natal, no Rio Grande do Norte. Ele servia no Comando da Brigada de Infantaria Paraquedista, no Rio de Janeiro, e estava desempenhando a função de oficial de Estado-Maior do Batalhão de Infantaria da Força de Paz no Haiti (Brabatt).

Também morreram no terremoto os soldados Rodrigo Augusto Da Silva e Kleber Da Silva Santos."

(Fonte: Agência Brasil; Bruno Rico, Camila Nascimento, Carolina Rocha, Luísa Pécora - Ig)

Um comentário:

  1. Whashington, lembrar do seu sorriso é como ter o paraiso um "porto seguro"onde encontramos forças para sobreviver. É ter um pedacinho do ceu na terra, é saber que cuida de nós que te amamos tanto. Obrigada por deixar em nossas lembranças esse sorriso que nos faz caminhar a cada dia.
    Ana Claudia

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