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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

UM TESTE DE FOGO PARA A NOVA DELEGACIA DE HOMICÍDIOS

"Eram 3h30m da madrugada de hoje. A primeira impressão que tive era de que havia ocorrido um confronto envolvendo policiais e criminosos. Cerca de 15 carros da Polícia Civil, com mais de 20 homens armados de espingardas e pistolas, se concentravam na alça de acesso ao Elevado Paulo de Frontin, no sentido Centro-Sul, Rio de Janeiro - RJ. Só tive tempo de avistar a luz azul do giroscópio.

Cheguei a pensar na possibilidade de algum policial ter sido assassinado. Pedi que o motorista retornasse até que parei com o carro do jornal onde os policiais armados estavam. Expectativa. Suspense. Vi então um carro de transporte de cadáveres, conhecido pela alcunha de rabecão. Diante dele, um único corpo de um homem negro, de bruços, sobre a calçada, sob o Viaduto dos Marinheiros, perto da Praça da Bandeira, Zona Norte do Rio. É claro que logo imaginei que o homem havia sido morto em confronto com os policiais.

Mais um corpo estendido no chão, sem direito à vela ou à identificação. A média é de quase 18 mortes violentas por dia, no Estado do Rio. Menores ou maiores, números não traduzem o drama de quem fica, órfãos e viúvas.

Examinei bem o cenário antes de sair do carro. Então percebi que os veículos eram da Delegacia de Homicídios e logo me liguei: é uma equipe da nova superdelegacia de Homicídios, em ação. Respirei aliviado, confesso. Um policial aparentemente desarmado, com o distintivo de delegado, fazia anotações. Abordei primeiramente o casal de policiais que estava mais próximo do meu carro. Eles confirmavam que o policial que anotava era o delegado. Então me dirigi a ele.

Bastante solícito, o delegado Lajes, de plantão na Delegacia de Homicídios, me explicou que era a segunda noite de funcionamento do novo sistema da Delegacia de Homicídios do Rio, que, caso funcione de verdade, pode ser decisivo para a elucidação de casos e redução dos homicídios dolosos no estado.

Pedindo para que sua imagem não fosse gravada, o delegado me contou que ele chega a um local de crime com quatro peritos criminais e cerca de 15 policiais fortemente armados. Lajes disse a nova delegacia dispõe de um total de 150 policiais civis e o principal objetivo é esclarecer um crime em 48 horas. Logo que essa equipe chega, dispensa os PMs que antes perdiam horas guardando um corpo até a chegada da perícia.

Pelo que vi é uma espécie de unidade de Crime Scene Investigation (CSI). Só faltou a marca delineando o corpo no chão e a faixa amarela determinando distância. O corpo do homem, aparentando 25 anos, ainda não havia sido identificado até o final da madrugada.

ALERTA: Esse vídeo contém imagens de violência, não aconselhável a menores de 18 anos."

(Para acessar o vídeo com rapidez use de preferência o Mozilla Firefox)

(Fonte: Jorge Antônio Barros - O Globo)

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