Mas o que o menino tem nas mãos não é um fuzil AK (soviético), é um M16 (estadunidense), isto sim, e o menino é asiático. Omitem que se trata de uma foto da Reuters de um menino provavelmente cambojano segundo me informou a agência, ou seja, nem fuzil russo de guerrilha, nem colombiano. Mas, se queriam fotos de meninos com armas de grande calibre, não precisavam ir muito longe. Podiam vê-los na Espanha, numa jornada escolar no quartel do Regimento de Infantaria 'Soria 9', em Puerto del Rosario (Fuerteventura) em 23 de maio.
Além disso, no texto da noticia de El Mundo, diz-se que, na Colômbia, "17.000 meninos portam fuzil". Todavia, em janeiro de 2008, o ministro da Defesa colombiano afirmava que as FARC tinham entre 6.000 e 8.000 combatentes (El País 28-1-2008). Em que bando estão, então, os meninos com fuzis?
O que há, sim, na Colômbia, são dois milhões de meninos que se veem obrigados a trabalhar, segundo a diretora do Programa Internacional para a Erradicação do Trabalho Infantil da OIT, Liliana Obregón. E 4.457 meninos vivendo nas ruas das 16 principais cidades do país, segundo um estudo do Instituto Colombiano do Bem-estar Familiar com a cooperação da União Europeia. E nem os que trabalham o fazem para empresas da guerrilha, nem as grandes cidades do país por onde perambulam os meninos sem lar estão controladas pela guerrilha. Mas desses meninos não falou o jornal espanhol."
(Fonte: Pascual Serrano - Correo del Orinoco. Por e-mail da Fundação Lauro Campos)
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