"As capitais do Nordeste registram crescimento econômico acima da média nacional, mas vêm sendo castigadas pelo aumento da criminalidade. Reportagem publicada pelo 'O Globo' deste domingo mostra que histórias de violência, impunidade e o tráfico de drogas colocam Maceió no topo da lista das capitais mais violentas do Brasil, segundo o Ministério da Justiça.
Em 2008, em Maceió, houve 66,2 homicídios por 100 mil habitantes. No Rio, foram 33 e em São Paulo, 10,8. Os dados deste ano não foram fechados, mas já indicam mais de mil assassinatos. Entre 2006 e 2007, em seis das nove capitais da região, os homicídios cresceram. Só Teresina, Recife e Aracaju registraram menos crimes
Apesar da queda, Recife se mantém como a segunda cidade mais violenta da região. A capital de Pernambuco tinha, em 2007, 67,69 homicídios por 100 mil habitantes. Em 2006, esta taxa era de 69,49. A média nacional é de 22 assassinatos por 100 mil habitantes.
- Quando a violência sai das periferias, a sensação é de que a criminalidade está crescendo. A sociedade naturalizou a violência contra negros, jovens e pobres. A maioria das pessoas se choca quando o crime é cometido contra pessoas de fora desse grupo, como no caso da médica - afirma o professor universitário Carlos Alberto da Costa Gomes, da ONG Observatório de Segurança Pública da Bahia, e doutor em ciências militares pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, referindo-se ao assassinato de Rita de Cássia Martinez, sequestrada no Shopping Iguatemi, em Salvador.
Em Fortaleza, segundo o delegado César Wagner Martini, a droga está por trás de pelo menos 75% a 80% da criminalidade urbana.
Mesmo com queda no número de homicídios por 100 mil habitantes, a percepção de violência continua em São Paulo. Recentes assaltos a residências de luxo e confrontos policiais em favelas assustam moradores. A manicure Vilma Soares mora na Favela de Heliópolis, na zona sul, há 20 anos, e na quinta-feira assistia pela janela à movimentação de policiais em frente à sua casa. Uma falsa denúncia agitou a comunidade, e as crianças eram carregadas para dentro de casa.
Mãe de quatro rapazes - de 20, 18, 16 e 12 anos-, Vilma diz que hoje os tempos são diferentes de quando deixou o Paraná para morar em Heliópolis:
- Decretei um toque de recolher. Ninguém pode chegar em casa depois das 11h da noite.
Distante dali, no Jardim Europa, repleto de mansões, vizinhos célebres e ricos, a cada ano cresce o número de vigilantes particulares, e um guarda é contratado para cada cinco ou dez casas, no máximo. Os moradores desembolsam até R$ 1 mil por mês, e os contratam por 24 horas. As casas têm muros altos, câmeras de circuito externo e cercas elétricas."
(Fonte: O Globo)
Enquanto isso, a Polícia vive um faz de conta. O Cid faz de conta que respeita o policial e o faz de conta que cumpre as ordens absudas no sofrer da escala 6x1.
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