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sábado, 24 de julho de 2010

PLUTOCRACIA E VAGABUNDAGEM

Estamos vivendo o processo da campanha política do Brasil. Em 2010 teremos que escolher um novo Presidente da República, Governadores para os 27 Estados e Distrito Federal, 2 Senadores por Unidade Federada, Deputados Federais e Estaduais proporcionais. Entretanto, é incrível como atualmente o processo político está entregue à plutocracia e à vagabundagem.

Políticos, principalmente detentores dos poderes, não abrem mão de usar a "máquina" e o erário estatal em benefício próprio. Campanhas milionárias, mesmo para Estados pobres como o Ceará, estarrecem ante a realidade e às nossas vistas.

Hoje tive a oportunide, por acaso, de ligar a televisão num noticiário local de Fortaleza, capital do nosso Estado do Ceará e ver um dos candidados a Governador do Ceará desenvolvendo sua campanha política. Foi estarrecedor, primeiro, porque aquela "figura" simpática, aberta, democrática, afável, amiga, disponível, etc, não é a "figura" cotidiana que vemos. Aliás, a maioria dos nossos políticos, passado o processo das eleições se "acastelam", se emolduram no poder e desaparecem. São figuras raras, longe dos afagos, abraços, toques e do alcance popular.

Foi incrível. Vi o candidado bebendo num mesmo copo de cerveja de um popular, dançar com uma desconhecida no leito da via pública ante o toque do seu "rico" jingle de campanha, distribuir sorrisos fáceis, abraços e acenos de forma múltipla e despudorada.

O candidado chegou ao ponto de, em sintonia com uma criança que apareceu à sua frente, mandar "bater", estendendo-lhe à mão em forma de soco para o correspondente "bate" da criança. Tornou-se naquele momento um "jovem radical", mas será que em sintonia com suas reais necessidades?

Enquanto isso, no cotidiano, o que vemos é a falta de empregos, fome, miséria, crimes, desordem, impostos aviltantes, saneamento precário, saúde falida, doenças endémicas, educação descontinuada, falta de perspectivas e morte...

Nós mesmos, militares estaduais do Ceará, vivemos uma época de terror, onde falta-nos quase tudo e o governo gastando milhões e milhões em campanha política. É a plutocracia estatal. É a pura VAGABUNDAGEM.

O que preocupa os militares estaduais do Ceará:
  • Falta de aumento salarial compatível, que inclusive foi prometido ao menos com a média do Nordeste e ou que seria implantado em forma de SUBSÍDIO e nada foi cumprido (ofício Nº 382/2007-GAB/SSPDS, de 26 de abril de 2007). A Polícia Civil e os Agentes Prisionais, que histórica e respectivamente ganhavam igual e menos que os PMs e BMs, tiveram implantados o SUBSíDIO (Polícia Civil) e aumento acima da média (Agentes Prisionais). O SUBSÍDIO para a Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar do Ceará, além de direito previsto na constituição, já consta na Lei Estadual nº 13.729, de 11 de janeiro de 2006 (art. 54, 55, 56 e 57). O mais grave é que o SUBSÍDIO foi implantado além da Polícia Civil, para outras categorias como para os médicos da PERFORCE, Procuradores do Estado, Defensores Públicos, etc, e os Militares Estaduais ficaram de fora.
  • Falta regulamentar a jornada de trabalho, que inclusive foi prevista no art. 5º da Lei estadual nº 14.113, de 12 de maio de 2008, cujo prazo era de 180 dias e até hoje não foi cumprido pelo governo. A lei diz que o Poder Executivo encaminharia Projeto de Lei dispondo sobre o Regime de Trabalho Semanal dos militares da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará, mas o Estado não cumpriu a lei.
  • A quase extinção das Indenizações por Reforço do Serviço Operacional extra (IRSO).
  • Extinção das Promoções Compensatórias.
  • Extinção dos PMs Voluntários.
  • Falta de promoções.
  • Falta de cursos.
  • O Hospital da Polícia Militar do Ceará está praticamente fechado. Falta-nos um plano de saúde.
  • A Gratificação "do Ronda" não é paga para quem entra de férias, Licença Médica ou mesmo falece em objeto de serviço.
  • Um Soldado do Ronda com menos de 1 ano de serviço ganha mais que um Soldado, Cabo, Sargento, Subtenente, Tenente ou Capitão da "PM Comum".
  • Inexistência da Gratificação de Risco de Vida.
  • Obrigatoriedade de dirigir viatura sem que os Militares Estaduais tenham a especialização legal exigida pela legislação de trânsito. Os PMs alegam que não tem curso técnico para dirigir as Viaturas e citam o artigo 145 do Código Brasileiro de Trânsito, que estabelece a obrigatoriedade de aprovação em curso de treinamento de prática veicular em situação de risco, como premissa básica para poderem trabalhar em tal atividade.
  • Os militares estaduais têm que pagar prejuízos em casos de acidentes com as Viaturas, embora essas estejam com as manutenções preventivas atrasadas e operacionalizando com a documentação "retardada", e pior, na maioria dos casos sem a documentação ou até cópia autenticada (CRLV, antigo DUT) em poder dos motoristas.
  • Falta uma política habitacional para a tropa.
  • Transferências são realizadas à revelia (falam de casos da CPRv, Companhia de Eventos, PMTUR e Companhia de Guarda do Presídio...). Inclusive, alguns policiais civis, militares e bombeiros militares, deveriam passar somente 2 anos em Delegacias, Unidades ou Subunidades, prorrogáveis por mais 2 anos, tudo conforme os Decretos Estaduais nºs 27.878 e 27.879, ambos de 18 de agosto de 2005, mas ali estão há mais de quatro anos, enquanto alguns Militares Estaduais são transferidos sem nem tomar conhecimento das movimentações e sem o "auxílio para mudança - transporte", previsto na lei nº 11.167, de 07 de janeiro de 1986 (arts. 34 e 35).
  • Atraso no pagamento das Diárias de Alimentação e ou Alimentação e pousada para quem viaja em serviço.
  • Atraso na publicação das Reservas e Reformas.
  • Que há descumprimento das normas constitucionais - Constituição Federal (art. 144) e a Constituição do Estado do Ceará (art. 178) -, porquanto o Governo está criando grupos "paramilitares", chamados "Pró-Cidadania", para cuidar da segurança pública fim nos municípios do Estado, deixando inclusive de investir na tropa regular do interior, que se encontra em abandono.
  • As Corporações, a SSPDS e o Governo, não cumprem os prazos nas respostas aos requerimentos e ou outros documentos protocolados.
  • Muitos têm que trabalhar duramente enquanto outros ficam em "casa", dispensados pelos superiores e até exercendo atividades ilegais, como segurança particular e outros "bicos".
  • Existe "retardamento" e até casos de descumprimento de decisões judiciais em favor dos Militares Estaduais.
  • Existe atraso no repasse de algumas peças do fardamento, ademais só receberam uma farda, quando têm que usar o uniforme vários dias consecutivos (4 x 1 e 3 x 1).
  • Falta de condições e material para o trabalho, tais como coletes, lanternas, algemas, apitos, tonfas, munição, luvas, fitas de isolamento de local de crime, cones, spray para demarcação de local de acidente, cavaletes, lençóis descartáveis para "proteger" cadáveres enquanto aguardam a chegada da perícia, material de controle de distúrbios, capa de chuva, capacete, protetor solar, fone de ouvido para HT (policiais das motos reclamam que não conseguem ouvir o rádio de mão tendo que pilotar a moto, quando um simples fone de ouvido resolveria o problema).
  • Reclamam que estão sem o Sistema de Ensino das Corporações, que são amparados pelas Constituições Federal e Estadual e ainda pela LDB – Lei de Diretrizes e Bases para Educação, a Lei Federal n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, no seu artigo 83 (“O Ensino Militar é regulado em lei específica, admitida a equivalência de estudos, de acordo com as normas fixadas pelos sistemas de ensino”), em face da SSPDS ter criado uma Academia nova, comandada por um Períto da Polícia Federal, cuja Academia não pode conduzir o Ensino Militar, mesmo assim até hoje sem funcionar.
  • Não estão sendo vacinados contra tétano, Gripe e outras moléstias.
  • Endividamento, haja vista que passaram quase um ano sem poder contrair empréstimos consignáveis, cujos juros são baixos em relação ao do empréstimo pessoal, ademais não podiam renegociar dívidas, em face do monopólio do Cartão Único/Bradesco.
  • Falta de valorização, principalmente com folgas adicionais, pois têm que trabalhar agora 24 dias/mês. Também não recebem elogios, medalhas, cestas básicas etc.
  • Dentre outras...
A quem apelar?

4 comentários:

  1. A quem apelar?Cel.Bessa,por todos estes depoimentos, que vem acontecendo por muitos e muitos anos,por varias gestões governamentais,vejo que,somente Deus o nosso criador irar resolver estes problemas.Vejamos,a nossa gloriosa Polícia Militar, aos longo dos tempos,tem contribuido e feito o seu trabalho dentro destas piores condições de trabalho.Notamos que a cada ano tem piorado as condições e os trabalhos oferecidos as nossas Comunidades Cearenses.A Segurânça Pública está muito ausente das comunidades.Eu pergunto!aonde está o problema administrativo?Porque os Governantes Estaduais não se lembram de nossa Polícia Militar?Sem mais comentários,abraço.

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  2. Coronel Bessa, desejo um domingo de muita paz
    pra vc e sua família.



    Os Pessimistas

    Certa vez, um poderoso rei, para comemorar o aniversário de seu amado filho, resolveu fazer uma grande festa para todos os seus súditos. Entre as muitas atrações do evento, havia um desafio que a todos interessou: era "a escalada ao poste". No alto de um gigantesco mastro havia uma cesta repleta de ouro e de comida. Aquele que conseguisse alcançar o topo daquele poste poderia se deliciar com a comida e pegar para si todo o ouro. Muitos dos que estavam presentes, pretendiam participar daquele desafio. Quando o rei autorizou, foi dado início à prova.

    O primeiro a participar foi um rapaz alto e forte. Ele tomou uma distância curtíssima e começou a subir no poste. Não chegara nem à metade, quando, cansado e irritado, desistiu. Enquanto descia, dizia que o poste era alto demais e que não havia nenhuma possibilidade de que alguém alcançasse o prêmio.

    Blasfemava baixinho para que seus queixumes não fossem ouvidos pelo rei, mas sugeriu àqueles que se aproximavam dele que não tentassem, a fim de que o rei se visse obrigado a diminuir o tamanho do mastro. Alguns súditos, influenciados pelas palavras do jovem, sentiram-se decepcionados com o rei e foram embora cabisbaixos e choramingando. Outros proferiram contra o rei palavras de desapontamento.

    De repente, porém, do meio da multidão surgiu um garotinho muito magro e de aparência franzina. Tomou distância, aproveitando o tumulto criado pelo jovem rapaz que o antecedera, e, correndo como o vento, iniciou sua subida no mastro. Na primeira tentativa não teve êxito. Quando se preparava para tentar novamente, as pessoas ao redor gritavam: "desista! Desista!". Mesmo assim ele persistiu. Parecia mais convicto do que da primeira vez. Afastou-se e, com energia, agarrava-se ao mastro, ganhando altura com muito empenho. Minutos depois, após ter realizado indescritível esforço, o garoto, diante do olhar admirado de todos, atingiu o topo e a cesta repleta de ouro e comida. Alguns o aplaudiram; outros, incrédulos, comentavam a proeza.

    O rei, admirado pela determinação do vencedor, imediatamente foi procurar o pai do garoto para buscar uma explicação sobre o ocorrido.
    "Meu senhor, como pôde esse menino, tão pequeno e fraco, alcançar um objetivo tão difícil, enquanto todos o instigavam a desistir?" - questionou curioso o soberano.
    Sorrindo, com o filho nos braços, o pai esclareceu: "duas coisas motivaram o meu filho a agir da forma como agiu: a primeira é a fome, porque há dias o pobre não come nada. E a segunda é porque ele é surdo, e não ouviu nenhuma das palavras desencorajadoras que lhe foram dirigidas."

    ->> Muitas são as razões que podem nos motivar a buscar nossos objetivos. Algumas delas são nobres e dignas, outras emergenciais e até mesmo casuais. Em verdade, o mais importante é que tenhamos metas definidas e firme disposição para persistir sempre. Distinguir as palavras de orientação das palavras de desestímulo nem sempre é tarefa fácil.
    Usemos, portanto, o bom senso e o discernimento para saber insistir no que realmente vale a pena, sem nos deixar acovardar pelos discursos pessimistas!!!

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  3. Caro Coronel Bessa,
    Penso que dentre todos os candidatos a Governador, o melhor, não só para nossa gloriosa Polícia Militar e para todos os cearenses é sem sombra de dúvidas o Dr.LÚCIO ALCÂNTARA. Tenho um filho que também é Militar e ele disse que não houve melhor Governador para a PM do que o Dr.LÚCIO e só ele tem condições viáveis e concretas de barrar a arrogância e a prepotência dos Ferrira Gomes.
    Meu filho me disse que a maioria esmagadora dos Policiais Militares, Bombeiros e civís estão apoiando a candidatura do Dr.LÚCIO. Lúcio Alcântara é homem de diálogo, íntegro e honesto e o que ele promete, ele cumpre, é um homem de passado limpo em quem podemos confiar.
    Lêda Pinheiro

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  4. Temos uma saída:
    Votar certo no dia 03 de outubro!

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