"Propostas vagas, pouco detalhadas e nada precisas, que não apontam meios para serem efetivadas e, quase sempre, limitam-se a apresentar princípios e diretrizes gerais. Esta é a síntese do que se vê nas propostas apresentadas pelos cinco dos sete candidatos ao Governo do Ceará que cumpriram exigência da lei que vale a partir dessas eleições e apresentaram, no ato de registro das candidaturas, seus programas de governo.
Intitulado “Por um Ceará melhor para todos”, o programa de governo do candidato à reeleição, Cid Gomes (PSB), chama a atenção pelos verbos indicando a continuidade: fortalecer, continuar e manter. Em 10 páginas, o PSB apresenta propostas pouca precisas, como “ampliar e fortalecer o Programa Ronda do Quarteirão”, “fortalecer os serviços da Defensoria Pública no Estado do Ceará” e “ampliar o número de delegacias da mulher”. O próprio programa de governo de Cid se reconhece como “apenas parâmetros gerais norteadoras da campanha”.
Tolerância zero
Com o título “Para fazer brilhar o Ceará”, o programa de governo de Lúcio Alcântara (PR) propõe, em 12 páginas, medidas tão abstratas quanto às dos seus concorrentes. Na segurança pública, o candidato apresenta proposta semelhante à de Cals, de combate às drogas, mas apresentando um projeto concreto: a criação da Secretaria Estadual Antidrogas.
Recheada de palavras de ordem e com dezenas de pontos de exclamação, o breve programa de governo de Francisco Gonzaga (PSTU) ocupa menos de uma página e traz propostas nada precisas. Algumas são diretrizes, como a “defesa das liberdades, contra a ‘democracia’ dos ricos”. Outras são propostas, de fato, mas sem deixar claro de que modo elas seriam executadas, como o fortalecimento e a ampliação dos investimentos das três universidades estaduais - Uece, Urca e UVA. E itens como “Aumento salarial já!”, “Concurso público já!” e “Reforma agrária já!” são apresentados mais como reivindicações aos governantes, e não como propostas de quem pretende governar.
(Fonte: Robson Braga - O Povo)
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