Reportagem da TV Globo foi a um prédio luxuoso no Morumbi, bairro nobre de São Paulo, para tentar falar com o dono da AP Informação, empresa que, segundo o Ministério Público, vende informações sigilosas pela internet., mas não conseguiu passar da portaria.
- Ele não está. Ele saiu - disse o porteiro.
O site continua no ar, apesar da proibição da Justiça. Neste sábado, mais uma vez, o promotor que investiga o caso teve acesso a dados sobre ele mesmo.
- Aqui há conferência de dados de nome, endereço, nome de parentes, de veículo. O atual veículo que eu possuo, e o que eu já possui também, inclusive com os endereços anteriores. É impressionante - afirma Luiz Henrique Dal Poz.
Segundo os promotores, em depoimento na sexta-feira no Ministério Público, o dono da empresa disse que conseguia as informações com a Serasa e com cinco empresas de marketing de São Paulo, do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul. Essas cinco empresas agora também serão investigadas. O dono da AP Informação contou ainda que tem 750 clientes e citou alguns deles.
- Ele mencionou a presença de advogados, de empresas de cobrança, de policiais, de uma forma genérica ele fez explicações. Segundo ele relatou, policiais pagavam pelo serviço e isso nós iremos confirmar através do material apreendido - diz o promotor de Justiça.
Para uma juíza, se ficar comprovado que algum policial comprou informações e usou numa investigação, o caso pode ficar ainda mais grave.
- Se eventualmente isso gerou uma prisão e a prova foi buscada de forma ilícita, vai caber à Justiça ainda soltar o eventual autor do crime. É uma prova que não pode ser refeita, ela não pode ser "consertada" - explica a juíza criminal Ivana David.
O núcleo de informação e coordenação do "ponto br", órgão vinculado ao comitê gestor da internet no Brasil, informou que está pronto para atender qualquer decisão judicial e que ainda não retirou o site da AP Informação do ar porque não foi notificado.
O advogado do dono da AP-Informação não quis falar com a nossa reportagem. A Serasa informou que não tem a empresa como cliente e que vai adotar todas as medidas legais para a proteção de seus interesses e de sua marca."
(Fonte: Jornal Nacional e O Globo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário