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domingo, 5 de julho de 2009

MINISTÉRIO PÚBLICO INVESTIGA VENDA DE DADOS SIGILOSOS PELA INTERNET

"O Ministério Público de São Paulo investiga se policiais estavam entre os clientes de uma empresa que vendia todo tipo de informações, sobre qualquer pessoa, pela internet. O dono da empresa que vendia informações sigilosas pela internet afirmou, em depoimento à polícia, que tinha policiais como clientes. Para a Justiça, isso pode implicar na libertação de pessoas que já estão presas. Na sexta-feira, o Jornal Nacional mostrou que basta informar o CPF de uma pessoa para descobrir endereço, renda, cheques devolvidos e até telefones dos vizinhos.

Reportagem da TV Globo foi a um prédio luxuoso no Morumbi, bairro nobre de São Paulo, para tentar falar com o dono da AP Informação, empresa que, segundo o Ministério Público, vende informações sigilosas pela internet., mas não conseguiu passar da portaria.

- Ele não está. Ele saiu - disse o porteiro.

O site continua no ar, apesar da proibição da Justiça. Neste sábado, mais uma vez, o promotor que investiga o caso teve acesso a dados sobre ele mesmo.

- Aqui há conferência de dados de nome, endereço, nome de parentes, de veículo. O atual veículo que eu possuo, e o que eu já possui também, inclusive com os endereços anteriores. É impressionante - afirma Luiz Henrique Dal Poz.

Segundo os promotores, em depoimento na sexta-feira no Ministério Público, o dono da empresa disse que conseguia as informações com a Serasa e com cinco empresas de marketing de São Paulo, do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul. Essas cinco empresas agora também serão investigadas. O dono da AP Informação contou ainda que tem 750 clientes e citou alguns deles.

- Ele mencionou a presença de advogados, de empresas de cobrança, de policiais, de uma forma genérica ele fez explicações. Segundo ele relatou, policiais pagavam pelo serviço e isso nós iremos confirmar através do material apreendido - diz o promotor de Justiça.

Para uma juíza, se ficar comprovado que algum policial comprou informações e usou numa investigação, o caso pode ficar ainda mais grave.

- Se eventualmente isso gerou uma prisão e a prova foi buscada de forma ilícita, vai caber à Justiça ainda soltar o eventual autor do crime. É uma prova que não pode ser refeita, ela não pode ser "consertada" - explica a juíza criminal Ivana David.

O núcleo de informação e coordenação do "ponto br", órgão vinculado ao comitê gestor da internet no Brasil, informou que está pronto para atender qualquer decisão judicial e que ainda não retirou o site da AP Informação do ar porque não foi notificado.

O advogado do dono da AP-Informação não quis falar com a nossa reportagem. A Serasa informou que não tem a empresa como cliente e que vai adotar todas as medidas legais para a proteção de seus interesses e de sua marca."

(Fonte: Jornal Nacional e O Globo)

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