"Eu vou contar uma História
Que passou-se há muitos anos
Que abalou Juazeiro
Com um fato desumano
O Negro Roque
Matou Monsenhor Joviniano.
Era um dia de Reis
Daquele ano passado
Na pedra fundamental
Dos Franciscanos marcado
Monsenhor Joviniano
Ali foi assassinado.
(...)
Havia uma família
Que vivia bem feliz
Morando em Juazeiro
Bem pertinho da matriz
Que deu abrigo a um doido
Por ser um pobre infeliz.
O doido ali foi criado
Até ficar um rapaz
Tinha uma filha da casa
Pior que o satanás
Prometendo casamento
Não deixava o louco em paz.
A tal moça foi para o Rio
Pra tentar vestibular
Fez, passou e lá ficou
E chegou a se formar
Com um colega de turma
Conseguiu se casar.
E depois de alguns anos
A Juazeiro ela voltou
Para mostrar o marido
E os netinhos ao vovô
Os pais fizeram uma festa
Quando a filha chegou.
O Roque estava lá fora
Aguando o hardim
Quando avistou a mulher
Foi logo dizendo assim
Você voltou meu amor
Vou levar você pra mim.
(...)
O doido saiu correndo
Com Monsenhor foi falar
Que a sua namorada
Acabava de chegar
Nas festas de fim de ano
Ele queria casar.
Monsenhor sabendo disso
O rapaz mandou trancar
Para que esse escândalo
Não chegasse a se alastrar
Quando o casal fosse embora
O mandaria soltar.
Quando o Roque estava preso
Você sabe como é
Os outros presos diziam
Zombando do pobre até
O padre mandou te prender
Pra ficar com tua mulher.
Passou-se as festividades
E não houve nenhum choque
O casal foi embora
Sem sair nos enfoques
Monsenhor foi a cadeia
E mandou o Roque soltar.
(...)
Quando Monsenhor estava
Na hora do benzimento
O Roque ali foi chegando
Trazendo um mau pensamento
Foi logo cravando a faca
Cumprindo o seu juramento.
(...)
Quando foi no outro dia
O Roque não regressou
A polícia fez as buscas
E num instante encontrou
O corpo do criminoso
Ao caminho do matador.
(...)
Assim acaba a história
Contei tudo por aqui
Do jeito que aconteceu
Basta apenas conferir
O crime que abalou
A zona do Cariri."
(Fonte: Sub Tenente José Jeová de Oliveira, Cf Portal da PMCE)
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