- Três policiais vieram da Rua Direita e mandaram ele levantar do banco. 'Abordagem, levante a mão'. Ele disse 'não vou levantar a mão não porque eu sou da casa', mostrando a carteira. Então o policial disse 'levante a mão, rapaz, não quero saber não'. Ele colocou a mão na cintura e o policial deflagrou três tiros no peito dele, que caiu no chão - relata uma testemunha, que não quer se identificar.
O perito foi encaminhado para o Hospital Ernesto Simões, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Em Salvador, os protestos pela morte do perito começaram ainda na noite de quarta-feira. Nesta manhã, os protestos continuaram. Os policiais civis fecharam o trânsito na região da Praça da Piedade pela manhã. Os policiais e colegas de trabalho do perito Hilton Martins Rivas querem a punição dos culpados. Segundo eles, Rivas que também era estudante de Direito, nunca se envolveu em nenhum crime.
- Era um cara que nunca enfrentou ninguém dentro do trabalho. Nunca discutiu com ninguém - conta o perito técnico Helder Cunha.
Em Feira de Santana, a categoria diz que só volta a trabalhar depois que os policiais militares responsáveis pela morte do perito forem presos. Em Itabuna, a paralisação segue até meio-dia de sexta-feira. Por enquanto os únicos serviços que estão sendo prestados são de levantamento cadavérico e prisões em flagrante. À tarde, durante o enterro no Cemitério Jardim da Saudade, amigos e colegas de profissão voltaram a manifestar. Rivas, que deixa a mulher grávida e um filho de 5 anos, foi enterrado sob aplausos
Ainda chocado, o pai de Hilton condenou a atitude do policial militar.
- A gente fica sem palavras para se expressar. Ele não mata só um, não. Mata pai, mata mãe, mata filho, mata todo mundo que gostava - afirmou o pai da vítima.
O crime
Segundo testemunhas, o tenente Fagner Costa Santos já havia procurado por Hilton antes do crime.
- Momentos antes estávamos no bar bebendo uma cerveja. Chegaram dois PMs e perguntaram ao dono do bar quem era Junior, o que ele era, onde ele morava. Eu acho que eles já vieram sabendo que tinha uma pessoa armada e que era (policial) civil - diz a testemunha.
Os policiais militares envolvidos na ocorrência já foram ouvidos na Corregedoria da PM e disseram que Hilton recebeu a abordagem armado e não obedeceu a ordem. A secretaria estadual de Segurança Pública divulgou nota, nesta quinta-feira, afirmando que "todos os procedimentos legais para apurar com rigor as circunstâncias da morte" estão sendo tomados. Segundo a secretaria, o tenente-coronel José Ronaldo Barreto, designado para presidir o Inquérito Policial Militar (IPM) instaurado, tem o prazo de 40 dias para a conclusão da investigação.
A secretaria afirmou ainda que o tenente PM Fagner Castro dos Santos, responsável pelos disparos, responderá também a inquérito policial regular, instaurado na 2ª Delegacia (Lapinha)."
(Fonte: iBahia e O Globo)
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