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quarta-feira, 29 de julho de 2009

QUALQUER JOGO QUE ABORDE O CRIME ORGANIZADO SERÁ BANIDO

"Nesta segunda-feira (27/07), o Ministério da Cultura da China divulgou uma nota banindo jogos online que tenham personagens de chefes mafiosos, gangues de rua saqueadoras ou qualquer tipo de vandalismo predisposto a se tornar uma organização.

O decreto - que promete "punição severa" para violadores, porém falhou em especificar as penalidades - também proíbe websites de ter links para sites de jogos de internet que glorifiquem o crime organizado.

De acordo com o Ministério, tais jogos “expressam comportamentos antissociais como assassinato, agressão, roubo e estupro” e “ameaças graves, além de distorções de padrões de ordem moral e social, facilmente colocando jovens sob uma influência perigosa”.

Já nesta terça-feira, uma quantidade de jogos, incluindo “Godfather” (O poderoso chefão), “Gangster” e “Mafioso Hitman”, foi tirada da rede local, embora vários jogos bem violentos ainda estejam disponíveis.

A decisão não é tão surpreendente, pois o governo vem lutando em uma guerra contra a pornografia na internet e outros sites que podem ser interpretados como uma “perturbação social”. Neste ano, mais de mil websites foram fechados por ter conteúdo “vulgar”. Apesar disso, alguns críticos reclamam que os sites acadêmicos ou de serviço público, que lidam com doenças sexualmente transmissíveis, também foram sacrificados.

Outros esforços para controlar a internet tiveram menos sucesso. Em junho, a China decretou um mandado que exigia que todos os novos computadores de uso doméstico deveriam incluir uma instalação de filtração do software, conhecido como Green Dam-Youth Escorte. O governo insistiu que o programa teria efeito apenas sobre a pornografia, mas críticos disseram que ele também poderia ser usado para bloquear websites com supostas tendência políticas. O governo foi oprimido pela pressão de fabricantes de computadores e usuários diários e, neste mês, adiou as novas regras.

Não está claro se o banimento dos jogos de computadores com temas mafiosos aumentará a fúria dos 200 milhões de chineses que jogam games online, embora alguns deles, que trabalham na indústria, não pareçam preocupados demais.

Chen Yongjin, fundador de uma companhia de jogos online em Pequim, disse que os designers ainda podem fornecer aos consumidores o sangue e a violência desejada sem usar o tema. “O problema é quando o assassinato se correlaciona com a vida real”, disse Chen, que pediu que o nome de sua empresa não fosse divulgado.

Jogos online são imensamente lucrativos na China. Em 2008, a indústria trouxe receitas de 18 bilhões de Yuan, o equivalente a US$ 2,64 bilhões, um aumento de 77% sobre o ano anterior, de acordo com a associação chinesa de empresas de jogos.

Especialistas da indústria dizem que ao menos 90% de todos os jogos online na China têm algum tipo de violência, seja envolvendo mestres de kung-fu homicidas, hobbits empunhando espadas ou monstros com desejo por carne humana. "Se os jogos têm um cunho fantástico ou mitológico, não deve haver problema”, disse Chen.

O reflexo dos novos regulamentos foi o aumento da preocupação com os efeitos prejudiciais dos jogos de computadores na juventude chinesa. Há acampamentos de verão para adolescentes que passam muito tempo online e, em Xangai, voluntários monitoram se há menores de 18 anos em lanhouses.

De acordo com a pesquisa do Congresso Nacional de Pessoas, mais de 10% dos jovens do país estão “viciados” na internet, embora alguns psicólogos do Oriente questionem a validade de tal diagnóstico.

Na China, a definição inclui crianças que gastam mais de seis horas por dia na frente do computador enquanto evitam dormir, interagir socialmente e fazer trabalhos escolares. No ano passado, a Associação Juvenil do Desenvolvimento da Internet na China divulgou um relatório afirmando que 70% de todos os crimes juvenis são “induzidos pelo vício na internet”.

Um hospital psiquiátrico na província de Shandong apresentou um remédio não convencional para essa dependência: terapia de eletrochoque. O Hospital Linvi Mental Health disse que, neste ano, tratou três mil jovens durante um período de quatro meses, de acordo com o artigo no China Youth Daily (publicação sobre jovens).

No entanto, oficiais de saúde em Pequim não ficaram contentes e baniram o tratamento neste mês, dizendo que não há provas de que funciona."

(Fonte: New York Times e Ig)

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