A partir da confirmação do ministério da Saúde de que o vírus da gripe suína (H1N1) circula livremente pelo país, o estado do Rio Grande do Sul, que até agora tem o maior número de casos de vítimas fatais no país - sete até esta quinta-feira - reforça as medidas de combate à doença. Foi criado um comitê gestor para acompanhar a evolução dos casos de gripe e o governo espera começar a realizar testes de laboratório em pacientes suspeitos que estiverem internados. Os postos de saúde vão funcionar até às 22h. O Ministério da Saúde vai reforçar as equipes de vigilância epidemiológica no estado para ajudar na prevenção e no atendimento dos casos.
Agora, além dos viajantes que atravessam a fronteira, a Vigilância Epidemiológica também vai focar suas ações no locais onde há grandes aglomerações de pessoas, além de monitorar casos graves. O secretário de Saúde do estado, Osmar Terra, destacou a vulnerabilidade do estado devido ao inverno rigoroso e a proximidade com a Argentina e o Uruguai. Terra anunciou que será ampliado o controle nas fronteiras. Segundo ele, existem mais de mil casos da doença na região, que é considerada a porta de entrada da gripe, por via terrestre, no Brasil.
Terra afirma que os sete óbitos estão dentro da proporção de letalidade do mundo e não vão alterar o perfil de mortalidade por doenças respiratórias no inverno, terceira causa de morte no Rio Grande do Sul. Em média, são 2.500 óbitos/ano por pneumonia. O secretário afirmou que não há motivo para pânico e que 99% dos casos são tratados em casa, sem necessidade de internação.
Mortos pela doença no país chegam a 11
O Ministério da Saúde confirmou em um único dia mais sete mortes po gripe suína no Brasil, subindo para 11 o número total. Foram confirmados nesta quinta-feira cinco casos no Rio Grande do Sul, um no Rio de Janeiro e outro em São Paulo. O ministro José Gomes Temporão disse que já há evidência de que o vírus da nova gripe circula no Brasil. Uma das vítimas, que morreu em São Paulo no dia 30 de junho, não teve nenhum contado com estrangeiros ou com pessoas que viajaram para fora do país. Segundo o ministro, o Brasil é o oitavo país a registrar a transmissão sustentada da doença. A lista inclui Estados Unidos, México e Argentina.
- Registramos o primeiro caso que confirma que o novo vírus circula dentro do território nacional. Confirmamos, nesta manhã, o primeiro caso de vítima sem qualquer vínculo (contaminação ocorrida no exterior). Trata-se de um paciente de São Paulo, que morreu no último dia 30 de junho. Essa é a primeira evidência de que o vírus está em circulação no país - afirmou Temporão.
A vítima do Rio de Janeiro é uma mulher de 37 anos. A Secretaria de Saúde não informou o endereço dela, mas confirmou que ela morava na capital.
Ela adoeceu no dia 3 e morreu dia 13 de julho num hospital particular com dignóstico de pneumonia. Ainda segundo a secretaria, a mulher não teria viajado para o exterior recentemente nem teria tido contato com alguém que tivesse viajado.
Em Osasco, na Grande São Paulo, um jovem de 21 anos morreu em decorrência do vírus influenza A H1N1 (foi a terceira vítima no estado). Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o jovem frequentava um cursinho pré-vestibular na capital paulista. A identidade do paciente não foi divulgada. O rapaz morreu no dia 11 de julho, mas estava internado desde o início do mês no Hospital Sino-Brasileiro. Ele não teve contato com a menina de 11 anos que morreu no dia 30 de junho na cidade.
No Rio Grande do Sul, foram confirmadas mais cinco mortes nesta quinta-feira. Logo pela manhã, a Santa Casa de Uruguaiana, na fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina, já tinha confirmado mais uma morte no estado. Trata-se do caminhoneiro Dirlei Pereira da Silva, de 33 anos, que estava internado desde o dia 10 de julho na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), após voltar de viagem da Argentina.
À tarde, outras quatro mortes foram confirmadas. O secretário de Saúde de Santa Maria, José Farrett, anunciou a morte de duas pessoas: Diogo Carvalho, de 26 anos, e Lucídio Klein, de 31 anos. Lucídio morreu na semana passada e Diogo, na madrugada da última segunda-feira. Segundo Farrett, Diogo esteve no Uruguai, mas Lucídio não havia saído da cidade. Ainda não se sabe como ele se contaminou. Santa Maria ainda tem quatro pacientes em estado grave com suspeita da doença, mas descarta decretar estado de emergência.
- Decretar estado de emergência neste momento causaria pânico na população - afirmou o Farrett.
Na cidade gaúcha de Passo Fundo, a 300 quilômetros de Porto Alegre, foram confirmadas também mais duas mortes. São dois homens, de 30 e 42 anos, que faleceram nos dias 8 e 10 de julho. Eles não viajaram para o exterior e também não se tem notícia de que tiveram contato com alguma pessoa proveniente das áreas de risco. Segundo o secretário municipal de Saúde, Alberi Grando, o homem de 42 anos tinha problemas no coração. Ele foi internado à meia noite do dia 9 e morreu às 23 horas do dia 10. O outro paciente, de 30 anos, aparentemente não tinha outro problema. Ele foi internado no dia 6 e morreu dois dias depois.
Além dos dois casos já confirmados de morte por gripe suína em Passo Fundo há a suspeita de mais uma morte pela doença. Por conta do surto, as escolas da cidade anteciparam as férias."
(Fonte: O Globo e CNB)
Nenhum comentário:
Postar um comentário