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quinta-feira, 27 de maio de 2010

ESCUTAS TELEFÔNICAS MOSTRAM ENVOLVIMENTO CRIMINOSO DE POLICIAIS COM SEGURANÇA PRIVADA

"Escutas mostram esquema para coagir empresas a contratar firma de segurança privada em SP."

"Escutas telefonicas feitas com autorização da Justiça mostram como funcionava o esquema investigado pela Operação Usurpação em cidades do interior de São Paulo. Nem entidades sem fins lucrativos, como a Apae, escapam das investidas dos delegados denunciados. O realatório do Ministério Público à Justiça contém trechos destas escutas. Delegados e policiais civis, além de um secretário da cidade de Itapetininga, são acusados de coagir empresas a contratar a Itapê Security, que presta serviços de vigilância privada. Entre os alvos da operação Usurpação estão os delegados Alexandre Viana, Ivan Scott e o delegado seccional de Itapetininga, José Antônio Vieira Ramos. Em abril, eles e mais 11 pessoas foram presas, em seis cidades paulistas. Oito já foram liberadas. ( TVTEM: ouça trechos da escuta)

O delegado Alexandre Vianna recebe recebe de Silvio César de Jesus Barbosa, representante comercial da Itapê Security, a informação de que a Apae iria contratar outra empresa de segurança.

Silvio Barbosa: Eles não vão contratar, porque ficou muito caro e vai contratar o pessoal da cidade lá mesmo. O funcionário do setor de tributos lá é firmeza, mas pelo fato de ser Apae...

Alexandre Vianna: Vou falar com o Ivan direitinho e depois a gente resolve.

Vianna usa o telefone da polícia para ligar para um funcionário do setor de tributos da Prefeitura de São Miguel Arcanjo.

Alexandre Vianna: Oi, tudo bem? Aqui é Alexandre, delegado da DIG de Itapetininga. Veio uma denúncia para nós aqui... Vai ter um evento aí no município, na Apae. Foi feita solicitação de alvará com vocês, aí?

Funcionário do setor de tributos: Foi

Vianna: Eles contrataram empresa sem documentação?

Funcionário do setor de tributos: Eu "to" segurando o alvará por causa da empresa mesmo.

O delegado age como se fosse chefe do funcionário público.

Alexandre: Você notifica eles então para mim, eu já "to" mandando para você a documentação. É que aportou denúncia de que ela (Apae) vai fazer de forma clandestina.

Em outra ligação, Vianna ameaça um funcionário da Apae. Segundo o delegado, uma equipe da DIG iria até o local fazer uma fiscalização caso não fosse contratada a empresa deles, a Itapê Security.

Alexandre: Sai uma equipe daqui só pra fazer fiscalização disso. Nós estamos pedindo pra vocês, por que? Se tem alguma pessoa contratada que acaba machucando um terceiro. Essa responsabilidade acaba sendo sua, já que você tem um contrato que não cumpre a lei.

Para o Ministério Público, esta é uma maneira de direcionar a contratação da empresa. No mesmo dia, a prefeitura emitiu um ofício, assinado pelo prefeito Antônio Celso Mossin, proibindo a entidade de contratar a empresa inicial. A Apae acaba fechando contrato com a Itapê Security pelo valor de R$ 60 por segurança que trabalharia no evento. Na conversa, Ivan Scott se refere à tesoureira da APAE.

Ivan: Quanto que foi feito pra mulher lá de São Miguel?

Silvio: Sessenta reais.

Ivan: Então "tá" bom, né filho. Não tem nota né?

Silvio: Não, não tem nota.

Os três delegados e outros três sócios da Itapê Security continuam presos em São Paulo, na sede da Polícia Federal e na Penitenciária da Polícia Civil do Estado. O processo corre em segredo de justiça. Eles foram denunciados por três crimes: formação de quadrilha, concussão e peculato."

(Fonte: TVTEM, O Globo)

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