"Copenhagen, 1910. Desde 1869, quando John Stuart Mill diante do parlamento inglês havia brigado pelo direito de votos das mulheres. Muitos movimentos na direção da emancipação feminina haviam sido feitos. E em 1893, a Nova Zelândia, quem diria, tornara-se o primeiro país do mundo a conceder às mulheres o direito de votar. Agora, já na segunda Conferência Internacional de Mulheres Trabalhadoras, tratava-se de consolidar algumas vitórias e celebrar. E a proposta de Clara Zetkin, lider do escritório alemão do Partido Social Democrata da Alemanha, encarregado dos direitos das mulheres, muito ousada, na época, caiu como uma luva.
- "Vamos criar um dia, sempre o mesmo, todos os anos, para que em todos os países as mulheres possam lembrar a sociedade de suas necessidades e fazer pressão por mudanças", ela propos diante de 100 outras mulheres, de 17 países, representando clubes, sindicatos, partidos, e incluindo as três primeiras finlandesas que foram as primeiras mulheres do mundo eleitas como parlamentares. A ideia foi aprovada, por unanimidade.
- "Vamos criar um dia, sempre o mesmo, todos os anos, para que em todos os países as mulheres possam lembrar a sociedade de suas necessidades e fazer pressão por mudanças", ela propos diante de 100 outras mulheres, de 17 países, representando clubes, sindicatos, partidos, e incluindo as três primeiras finlandesas que foram as primeiras mulheres do mundo eleitas como parlamentares. A ideia foi aprovada, por unanimidade.
O primeiro Dia Internacional da Mulher aconteceu no ano seguinte, em 19 de março de 1911. Clara escolheu a data, que lembrava o dia de 1848 em que o rei da Prússia havia prometido diante da "força do proletariado insurgente", entre tantas outras coisas que eventualmente não seriam cumpridas, a garantia do direito de voto às mulheres. Para nós, hoje, a data parece carecer de um certo glamour, mas o dia foi um tremendo sucesso!
Já na semana anterior, dois jornais dedicados à causa feminina foram criados, um na Áustria e outro na Alemanha. Encontros e discussões foram organizados em toda parte, desde pequenas aldeias, até nas grandes cidades.
Naquele dia, os homens ficaram em casa cuidando das crianças enquanto as mulheres saíam em protestos e passeatas. Muitos, no entanto, resolveram acompanhá-las. Os números falam de mais de um milhão de mulheres nas ruas da Alemanha, Suíça, Dinamarca e Áustria.
Menos de uma semana depois, no dia 25, nem bem os ânimos haviam se acalmado, a morte de 146 mulheres trabalhadoras no incêndio que destruiu a Triangle, uma fábrica de tecidos em Nova Yorque, trouxe à luz um quadro aterrador de maus tratos e condições de trabalho subhumanas. E precipitou a adesão dos EUA ao movimento de defesa dos direitos de mulheres, mas também de homens, ao trabalho digno e remunerado em igualdade de condições.
Dois anos depois, em 1913, 8 de março foi o dia em que as mulheres saíram de novo às ruas. Dizem que a data havia sido instituída na Rússia de Lênin, para celebrar a "heróica mulher trabalhadora". As feministas gostaram certamente do tom heróico e do vínculo com os ideais socialistas. E aderiram...
Hoje, essas origens socialistas e briguentas do Dia Internacional das Mulheres poucas vezes são lembradas. E com tanta festa, a gente acaba esquecendo desse passado "heróico" em que era muito perigoso ser mulher..."
(Fonte: IG e International Women's Day 2009).
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