"Bastou a instalação de uma nova câmera no Hubble para que o supertelescópio espacial vasculhasse uma região do universo nunca antes vista, uma área de "sementes cósmicas". O norte-americano Garth D. Illingworth - professor de astronomia da Universidade da Califórnia, Santa Cruz - contou ao Correio que a câmera de campo profundo próxima ao infravermelho 3 (WFC3/IR), instalada em maio do ano passado, provocou uma dramática mudança no aparelho.
As imagens captadas foram analisadas por cinco equipes internacionais de astrônomos e os surpreendentes resultados deram o tom do 215º Encontro da Sociedade Astronômica Norte-Americana, realizado esta semana em Washington. "Definitivamente, o Hubble registrou as mais distantes galáxias já vistas. Estamos olhando para 13 bilhões de anos atrás e vemos essas galáxias quando o universo tinha entre 600 milhões e 700 milhões de anos. Estamos retrocedendo 95% na vida do cosmo para observá-las quando ainda eram jovens", afirmou Illingworth, o cientista que liderou o estudo das imagens. "As fotos mostram sementes que cresceram até formar as grandes galáxias, como a Via-Láctea, e nos dizem sobre a origem delas", acrescentou.
Segundo Illingworth, essas galáxias são pequenas, muito azuis e parecem exibir propriedades primordiais. "Nós estamos vendo claramente sinais de algumas das mais antigas populações de estrelas nessas galáxias, próximas das primeiras gerações estelares", explicou. O estudioso acredita que a descoberta pode revelar mais detalhes sobre como era o universo apenas 300 milhões de anos após o big bang, a grande explosão cósmica que deu origem a tudo. A importância da WFC3/IR tem uma explicação clara: quanto mais profundamente o Hubble olhar no espaço, mais ele estará observando o passado - isso porque a luz leva bilhões de anos para cruzar o universo observável. "O Hubble pode nos dar mais visões sobre as condições do universo em sua idade jovem, nos permitindo aprender mais sobre matéria escura, energia escura e a estrutura em larga escala do próprio mundo das galáxias", comemora Illingworth.
O especialista norte-americano acredita que a WFC3/IR é incrivelmente poderosa, na medida que detecta galáxias bem mais antigas do que as encontradas pela antecessora câmera avançada ACS. "Nós usamos as imagens incrivelmente profundas da ACS e as da WFC3/IR. Todas essas imagens são as mais profundas já feitas nas escalas óticas e próximas do infravermelho", admite Illingworth. Ele e sua equipe vasculharam, de forma muito cuidadosa, os dados captados pela WFC3/IR, somente detectados no espectro infravermelho. "Isso é uma assinatura de galáxias, com um desvio (1) para o vermelho muito alto. São bastante fracas e raras", acrescentou.
Identificação
Somente a equipe de Ross McLure, do Instituto de Astronomia da Universidade de Edimburgo (Reino Unido), detectou, a partir das imagens, 29 candidatas a galáxias. Pelo menos 12 delas tinham um desvio para o vermelho de magnitude 6,3, e quatro registravam um índice de 7 (correspondentes, respectivamente, a 890 milhões de anos e 780 milhões de anos após o big bang). A existência das galáxias recém-descobertas também retrocede o tempo em que as galáxias se formaram antes de 500 milhões a 600 milhões de anos depois da grande explosão cósmica. Isso permitirá ao James Webb Space Telescope (JWST), sucessor do Hubble, estudar com detalhes a natureza dessas galáxias e fazer novos achados. A Nasa (agência espacial norte-americana) espera lançar o JWST em 2014.
As recém-detectadas galáxias não emitem radiação suficiente para "reionizar" o universo incipiente, ao retirar elétrons do hidrogênio que se resfriou após o big bang. Esse fenômeno de reionização ocorreu entre 400 milhões e 900 milhões de anos depois da origem do universo. Os cientistas creem que a densidade de galáxias de brilho muito débil e abaixo do limite de detecção seja tão alta que tornaria possível o processo de reionização. Outra possibilidade é que uma onda de formação de galáxias tenha sido interrompida e dado origem a uma nova onda. Uma terceira teoria é de que as galáxias mais antigas seriam extraordinariamente eficientes em reionizar o universo.
De acordo com a Agência Espacial Europeia (ESA), que divide com a Nasa os méritos da descoberta, as observações demonstram a formação progressiva das galáxias e fornecem mais dados para o modelo hierárquico de ligação dessas estruturas - pequenos objetos adquirem massa para formar corpos maiores, em um dramático processo de colisão e aglomeração.
As imagens captadas foram analisadas por cinco equipes internacionais de astrônomos e os surpreendentes resultados deram o tom do 215º Encontro da Sociedade Astronômica Norte-Americana, realizado esta semana em Washington. "Definitivamente, o Hubble registrou as mais distantes galáxias já vistas. Estamos olhando para 13 bilhões de anos atrás e vemos essas galáxias quando o universo tinha entre 600 milhões e 700 milhões de anos. Estamos retrocedendo 95% na vida do cosmo para observá-las quando ainda eram jovens", afirmou Illingworth, o cientista que liderou o estudo das imagens. "As fotos mostram sementes que cresceram até formar as grandes galáxias, como a Via-Láctea, e nos dizem sobre a origem delas", acrescentou.
Segundo Illingworth, essas galáxias são pequenas, muito azuis e parecem exibir propriedades primordiais. "Nós estamos vendo claramente sinais de algumas das mais antigas populações de estrelas nessas galáxias, próximas das primeiras gerações estelares", explicou. O estudioso acredita que a descoberta pode revelar mais detalhes sobre como era o universo apenas 300 milhões de anos após o big bang, a grande explosão cósmica que deu origem a tudo. A importância da WFC3/IR tem uma explicação clara: quanto mais profundamente o Hubble olhar no espaço, mais ele estará observando o passado - isso porque a luz leva bilhões de anos para cruzar o universo observável. "O Hubble pode nos dar mais visões sobre as condições do universo em sua idade jovem, nos permitindo aprender mais sobre matéria escura, energia escura e a estrutura em larga escala do próprio mundo das galáxias", comemora Illingworth.
O especialista norte-americano acredita que a WFC3/IR é incrivelmente poderosa, na medida que detecta galáxias bem mais antigas do que as encontradas pela antecessora câmera avançada ACS. "Nós usamos as imagens incrivelmente profundas da ACS e as da WFC3/IR. Todas essas imagens são as mais profundas já feitas nas escalas óticas e próximas do infravermelho", admite Illingworth. Ele e sua equipe vasculharam, de forma muito cuidadosa, os dados captados pela WFC3/IR, somente detectados no espectro infravermelho. "Isso é uma assinatura de galáxias, com um desvio (1) para o vermelho muito alto. São bastante fracas e raras", acrescentou.
Identificação
Somente a equipe de Ross McLure, do Instituto de Astronomia da Universidade de Edimburgo (Reino Unido), detectou, a partir das imagens, 29 candidatas a galáxias. Pelo menos 12 delas tinham um desvio para o vermelho de magnitude 6,3, e quatro registravam um índice de 7 (correspondentes, respectivamente, a 890 milhões de anos e 780 milhões de anos após o big bang). A existência das galáxias recém-descobertas também retrocede o tempo em que as galáxias se formaram antes de 500 milhões a 600 milhões de anos depois da grande explosão cósmica. Isso permitirá ao James Webb Space Telescope (JWST), sucessor do Hubble, estudar com detalhes a natureza dessas galáxias e fazer novos achados. A Nasa (agência espacial norte-americana) espera lançar o JWST em 2014.
As recém-detectadas galáxias não emitem radiação suficiente para "reionizar" o universo incipiente, ao retirar elétrons do hidrogênio que se resfriou após o big bang. Esse fenômeno de reionização ocorreu entre 400 milhões e 900 milhões de anos depois da origem do universo. Os cientistas creem que a densidade de galáxias de brilho muito débil e abaixo do limite de detecção seja tão alta que tornaria possível o processo de reionização. Outra possibilidade é que uma onda de formação de galáxias tenha sido interrompida e dado origem a uma nova onda. Uma terceira teoria é de que as galáxias mais antigas seriam extraordinariamente eficientes em reionizar o universo.
De acordo com a Agência Espacial Europeia (ESA), que divide com a Nasa os méritos da descoberta, as observações demonstram a formação progressiva das galáxias e fornecem mais dados para o modelo hierárquico de ligação dessas estruturas - pequenos objetos adquirem massa para formar corpos maiores, em um dramático processo de colisão e aglomeração.
- De olho no universo
Veja algumas características do Hubble, resultado de uma parceria da Nasa com a Agência Espacial Europeia (ESA)
Ano de lançamento: 1990
Órbita: a 569km da Terra
Objetivo: produzir imagens em alta resolução para que astrônomos descubram novos planetas, estrelas e galáxias, entendendo assim o funcionamento e a origem do Universo
Energia: provém de dois painéis solares com 7,1m de comprimento e 2,6m de largura, além de seis baterias que funcionam quando o Hubble passa pela sombra terrestre
Tamanho: 13,2m de comprimento e 4,2m de diâmetro
Peso: 11.110kg
Ano de lançamento: 1990
Órbita: a 569km da Terra
Objetivo: produzir imagens em alta resolução para que astrônomos descubram novos planetas, estrelas e galáxias, entendendo assim o funcionamento e a origem do Universo
Energia: provém de dois painéis solares com 7,1m de comprimento e 2,6m de largura, além de seis baterias que funcionam quando o Hubble passa pela sombra terrestre
Tamanho: 13,2m de comprimento e 4,2m de diâmetro
Peso: 11.110kg
- De volta ao passado
O que as galáxias detectadas pelo supertelescópio espacial revelaram aos astrônomos
A descoberta
A nova câmera infravermelho de profundidade (WFC3/IR) do Hubble revelou galáxias de 13 bilhões de anos, que surgiram apenas 600 milhões de anos depois do big bang
Essas oito galáxias têm 1/20 do tamanho e 1% da massa da Via- Láctea, mas são as sementes a partir das quais as grandes galáxias cresceram
Características
São extremamente azuis e provavelmente têm alto deficit de elementos mais pesados. Também atuam como berços de estrelas e se desenvolvem por meio da colisão e da fusão, durante um processo conhecido como reionização
1 - Frequência
O desvio para o vermelho é a alteração no modo como a frequência das ondas de luz é observada no prisma, em função da velocidade relativa entre a fonte emissora e o receptor observador. A luz azul é absorvida pelas galáxias que estão no caminho até a Terra e somente os comprimentos de onda vermelhos sobrevivem a essa absorção. Quanto maior é a distância de um objeto celeste, mais avermelhado é o comprimento de onda do qual os cientistas podem “ver” a luz."
(Fonte: Rodrigo Craveiro - Correio Braziliense)
A descoberta
A nova câmera infravermelho de profundidade (WFC3/IR) do Hubble revelou galáxias de 13 bilhões de anos, que surgiram apenas 600 milhões de anos depois do big bang
Essas oito galáxias têm 1/20 do tamanho e 1% da massa da Via- Láctea, mas são as sementes a partir das quais as grandes galáxias cresceram
Características
São extremamente azuis e provavelmente têm alto deficit de elementos mais pesados. Também atuam como berços de estrelas e se desenvolvem por meio da colisão e da fusão, durante um processo conhecido como reionização
1 - Frequência
O desvio para o vermelho é a alteração no modo como a frequência das ondas de luz é observada no prisma, em função da velocidade relativa entre a fonte emissora e o receptor observador. A luz azul é absorvida pelas galáxias que estão no caminho até a Terra e somente os comprimentos de onda vermelhos sobrevivem a essa absorção. Quanto maior é a distância de um objeto celeste, mais avermelhado é o comprimento de onda do qual os cientistas podem “ver” a luz."
(Fonte: Rodrigo Craveiro - Correio Braziliense)
O UNIVERSO ANTES DO BIG BANG
ResponderExcluirPara entendermos a auto criação do universo, temos que partir do nada material,
uma energia escura sem massa em estado de repouso ou vácuo quântico. Porque se fosse criado a partir de uma matéria existente não seria o início e sim uma etapa da criação.
Um sistema fechado sempre está sujeito à flutuação do ponto zero. Havendo o deslocamento de uma energia, receberá uma resistência em sentido contrário, como um pêndulo, iniciando um movimento ondulatório, e estará criado o espaço e o início do tempo. O vácuo em estado de repouso se opõe às forças de compressão ou expansão, mas a vibração de uma energia é natural, pois o espaço já foi criado, haverá apenas a troca de posição no espaço em instantes de tempo ad-perpetum.
A matéria é energia em vibração, a ciência percorrendo o caminho inverso da criação, decompôs a matéria em seus elementos constituintes até chegar à energia parada, onde não existe o espaço e o tempo, mas contêm todas as possibilidades de existência, inclusive o homem e sua consciência.
A primeira vibração do vácuo concentrou a energia num espaço reduzido, produzindo o aumento da velocidade da vibração pelas forças de compressão e expansão, gerando a primeira partícula, o bóson de Higgs que se desdobrou em Quarques, que se desdobraram em Prótons, Nêutrons e Elétrons, e estavam criadas as partículas para a montagem dos átomos de hidrogênio. Formando um universo desse gás, sujeito à atração gravitacional, para formar estrelas e dar início à produção em série dos elementos químicos que compõem o universo atual.
Esta, deve ter sido a trajetória da auto criação do universo, se houve uma grande explosão foi muito depois que o universo já estava criado.
Se não foi assim, teria que haver uma inteligência fora desse sistema, como supôs Platão, um deus, o demiurgo (“fabricante” ou “artesão”), que, contemplando de fora como observador, tratou de produzir suas experiências de criação, sujeitas a erros de percurso, culminando com o acidente de uma grande explosão. Para depois seguir com novas experiências, inclusive a vida, tantas vezes interrompida aqui na terra, e teríamos que perguntar, quem criou esse demiurgo? E assim sucessivamente.
É muito mais lógico o panteísmo de Anaxágoras, Giordano Bruno, Spinosa e outros, que Deus é a natureza. Se a matéria é energia em vibração, como disse Virgilio, (“Mens agitat molem” o espírito anima a matéria). O espírito de Deus ou vácuo quântico se expressa na matéria, tornando-se o UNO de Plotino. Portanto, Deus é espírito e matéria, se não fosse assim nem estaríamos nos referindo a Ele.
A tradição mística, sempre divinizou o espírito e erroneamente demonizou a matéria, agora as religiões deverão assimilar essa nova compreensão da realidade, para se reconciliarem com o divino, sob pena de continuarem ofendendo a Deus.
Pelo exposto, deduz-se que a auto criação é dinâmica, não segue nem um propósito, como disse o sofista Protágoras (não há nada decretado no céu para ser cumprido na terra, o homem é livre para fazer e desfazer o que lhe aprouver para o seu destino). Tanto é assim, que o futuro da humanidade é incerto, vai depender da ação dos governantes das nações.
A ciência descobriu Deus, com outros nomes, embora não admita, mas para nós pensadores teístas basta, para continuarmos a nossa fé justificada.
Ivo da Silva Bitencourt -30/12/2009