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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

PESQUISAS DE ROBÓTICA GANHAM MAIS ESPAÇO NO PAÍS

"Nos últimos anos, a área de robótica tem ganhado força no país. Um exemplo é a Cientistas Associados, criada em 2003 por pesquisadores brasileiros, que desenvolve produtos tecnológicos baseados em software e hardware, como sistemas interativos e robôs móveis.

Uma novidade da empresa é o RoboDeck, voltado à utilização em educação e pesquisa. O modelo é capaz de se adaptar a projetos tanto de estudantes do ensino médio técnico como da graduação e da pós-graduação.

O robô é constituído de um hardware básico, formado pelos componentes principais, e um hardware opcional, constituído de módulos como câmara, placa de alta performance e por dispositivos que podem ser acoplados a depender da necessidade de cada projeto.

“Trata-se de uma plataforma universal e aberta que permite acoplar outros módulos. Isso facilita a pesquisa porque não é necessário partir da estaca zero todas as vezes que se for desenvolver um novo projeto. Permite ainda que professores e alunos direcionem os trabalhos diretamente aos módulos tanto de hardware como de software ou em um algoritmo inteligente, em vez de se preocupar com as ferramentas”, disse Antonio Valério Netto, diretor de tecnologia e novos negócios da Cientistas, à Agência FAPESP.

O projeto, que teve o apoio da FAPESP por meio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), será comercializado em 2010 pela empresa XBot. Seis universidades brasileiras já solicitaram pedido para aquisição do RoboDeck.

“O RoboDeck funciona como um sistema operacional de computador, em que cada usuário pode programá-lo de diversas formas. A ideia é que a tecnologia para controlá-lo não seja específica, mas sim aberta. No caso brasileiro, existe um filão com a popularização de softwares livres. Pode-se usar Windows, Linux e reconfigurar o robô para cada pesquisa”, disse.

Segundo Valério Netto, que é doutor pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (ICMC/USP), em São Carlos, e atualmente coordena o Núcleo de Jovens Empreendedores (NJE) do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), de São Carlos e região, o objetivo é fazer do robô uma ferramenta, de modo que os pesquisadores e estudantes na área não precisem fugir do foco principal, que é a pesquisa.

O RoboDeck pode ser controlado remotamente ou funcionar de forma autônoma para realizar tarefas predeterminadas. Nos módulos opcionais pode-se acrescentar placa de alta performance com Linux embarcado que permite, por exemplo, comunicação por meio de tecnologias como wi-fi, bluetooth ou zigbee, além de câmaras com entrada USB, garras mecânicas e motores de direção, entre outros dispositivos.

Aprendizado acelerado

Segundo Valério Netto, outro aspecto a ser salientado é que o robô – testado em parceria com os alunos da Escola de Engenharia da Universidade de São Paulo (EESC/USP), em São Carlos – ajuda a acelerar o aprendizado com a chamada “eletrônica viva”.

“Há 20 anos uma plaquinha eletrônica em cima de uma mesa era algo fantástico para se estudar. Hoje isso não funciona muito. Os alunos ficam livres para pensar a criação de módulos e dissecar o robô em várias partes. Dentro dele, tem eletrônica, mecânica, computação, onde se pode estudar a inteligência computacional”, disse.

O custo dos kits do RoboDeck varia de R$ 3 mil a R$ 35 mil dependendo da configuração e do modelo do produto. Segundo o pesquisador, essa variação de preço envolve o acréscimo de módulos e a aquisição de módulos separadamente. A empresa já tem encomendas para 2010 de várias universidades brasileiras e instituições de pesquisa.

“O robô tem um custo bem acessível em relação a seus concorrentes internacionais. Além disso, a barreira alfandegária encarece em até 60% a compra de produtos eletrônicos de fora do país, o que torna o processo mais complicado para as universidades”, disse.

Apesar do foco em pesquisa e educação, Valério Netto conta que outras empresas podem se interessar e utilizar a plataforma universal do RoboDeck e, a partir dela, fazer novas aplicações.

“Tivemos a experiência de uma empresa da área de segurança que achou bastante interessante a utilização dos robôs para realizar rondas programadas em locais como grandes armazéns e galpões onde ficam armazenados produtos estocados. O robô pode se locomover durante várias horas e, por meio da câmera digital e outros sensores, identificar intrusos ou mesmos situações não programadas que precisam ser alertados para a central de segurança”, disse.

“Além disso, é possível implementar módulos específicos que permitirão ao robô atuar na execução de rondas para segurança e monitoramento de condomínios horizontais (áreas residenciais) e áreas de risco em indústrias petroquímicas e usinas de geração de energia (nuclear, termelétricas, entre outras”, complementou."

(Fonte: FAPESP - Ig)

Um comentário:

  1. Até as maiores maquinas ja construídas até hoje, necessitam de "alguem" para operarem, mas ainda assim, existem segmentos onde esses "robos" se encaixariam bem. Hj existem vários mas que a população desconhece. Infelizmente me coloco do lado das pessoas que tem pouca ou nenhuma informação sobre o assunto, mas gostei de sua abordagem. Sempre que posso, venho aqui, mas só agora resolvi comentar. Visite-me tb. Terá uma surpresa. Aproveitei um gancho seu pra fazer uma matéria e expressar minha indignação. Espero que nao se sinta ofendido por ter "usado" sua materia.

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