"O padre José Afonso Dé, de 74 anos, foi indiciado na noite desta segunda-feira (12/04) pelos crimes de estupro de vulnerável, praticado contra menores de 14 anos, e ato libidinoso com fraude. O padre é investigado pela Polícia Civil por suspeita de abusar sexualmente de coroinhas da igreja católica onde celebrava missas em Franca, a 395 quilômetros de São Paulo. Nesta segunda-feira, ele prestou depoimento durante oito horas.
O depoimento foi prestado à delegada Graciela de Lourdes David Ambrosio, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Franca. O padre estava acompanhado de seu advogado. A polícia também apura casos envolvendo outras crianças e adolescentes. Durante o interrogatório, o padre negou as acusações.
Segundo a delegada, há todas as evidências de crimes. Mais de 20 pessoas foram ouvidas durante o inquérito, entre elas adolescentes entre 12 e 16 anos que dizem ter sido vítimas do padre. A delegada disse que os relatos foram bem coerentes.
O padre Dé atuava na Paróquia São Vicente de Paulo, na periferia da cidade. Ele foi afastado de suas funções religiosas desde o início das investigações. Padre Dé não pôde celebrar missas, batizados ou casamentos desde então. A denúncia começou a ser investigada em março, após o caso chegar ao Conselho Tutelar.
A delegada afirmou que não foi preciso pedir a prisão do padre, pois ele tem cooperado desde o início das investigações. Ela afirma que agora vai fazer "as avaliações finais". A expectativa é que o inquérito seja concluído até o fim da semana.
Seis padres de outras paróquias também foram ouvidos pela delegada. Os religiosos afirmaram em depoimento que ficaram sabendo das denúncias pelos garotos. Depois que caso tornou-se público, surgiram outras denúncias contra padre Dé em cidades onde ele atuou anteriormente.
O advogado do pároco, Eduardo Caleiro Palma, diz que ele respondeu todas as perguntas feitas pela delegada.
- E fez isso de forma coerente e clara - disse o advogado.
Segundo ele, foi um depoimento minucioso, em que foram esclarecidas todas as dúvidas levantadas. Ele diz que irá aguardar a conclusão do inquérito para anunciar que medidas irá tomar."
(Fonte: O Globo e G1)
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