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terça-feira, 15 de dezembro de 2009

JESUS DECEPCIONA A QUEM BUSCA O PODER E A VIOLÊNCIA


O CONTADOR DE HISTÓRIAS

"Pedro não deixou nenhuma carta escrita por suas próprias mãos. Ele gostava de contar histórias a respeito de Jesus, que ele conhecera pessoalmente.

Pedro gostava de aconselhar para que as pessoas pudessem conhecer e seguir o Mestre de Nazaré, como ele fez. Com muita emoção, ele nos transmitia o seu testemunho de vida, nos incentivando a caminhar na mesma estrada de Jesus.

A maioria de nós é constituída de gente sem casa própria, migrante pelo mundo, sempre em busca de um lugar onde pudéssemos viver dignamente. Nós sentimos uma imensa saudade de Pedro. Como ele, buscamos construir um mundo onde se torne realidade o Reino de Deus sobre o qual tanto Jesus falava.

CONVITE DE JESUS DE NAZARÉ

A UM PESCADOR INCONFORMADO

Pedro nos contava como ele vivia na Galiléia: de sua vida de pescador, de seu pai Zebedeu, de sua esposa, de seu irmão André, de sua sogra...

Falava-nos de sua cidade de Cafarnaum, do Mar da Galiléia, dos barcos, das pescarias, das noites mal dormidas, dos cansaços, das viagens a Jerusalém, das festas...

Falava-nos de sua indignação por causa dos impostos exorbitantes que as famílias tinham que pagar, tanto para o Império Romano como para o Templo de Jerusalém...

Falava-nos de seu temperamento primário, às vezes agressivo, mas ao mesmo tempo cheio de ternura e misericórdia.

Seus olhos brilhavam, de modo especial, quando relatava o seu primeiro encontro com Jesus e como fora convidado para segui-lo e tornar-se “pescador de pessoas”. Confessou que demorou para entender o significado destas palavras.

Ele achava que tinha chegado o momento de fazer uma grande organização popular para derrubar o Império Romano e que Jesus seria o grande líder, parecido com o rei Davi.

Pedro, quando Jesus falava de Reino de Deus, pensava que ele se referisse ao Reino de Israel. Afinal, ele era judeu e tinha a consciência de pertencer ao único povo escolhido por Deus. Ele se enchia de orgulho por ser da “raça eleita”, superior a todas as demais.

JESUS DECEPCIONA A QUEM BUSCA

O PODER E A VIOLÊNCIA

O semblante de Pedro se agravava quando nos contava a respeito de sua “decepção” com relação a Jesus.

Ele tinha a convicção de estar seguindo um novo rei, forte e poderoso, com uma incrível capacidade de aglutinar uma multidão de pessoas...

Ele imaginava que este messias-rei fosse capaz de vencer definitivamente o Império. No entanto, Jesus assume uma atitude totalmente contrária à expectativa de Pedro e de muitas outras pessoas.

Ao invés de rei, Jesus torna-se escravo;
Ao invés de violência, Jesus usa de meios pacíficos;
Ao invés de dominação, Ele segue o caminho do serviço mútuo;
Ao invés da vingança, Jesus segue o caminho da misericórdia e do perdão;
Ao invés do ódio, Ele vive o amor até para com os inimigos...
E chega a se entregar, sem resistência, aos que querem prendê-lo e matá-lo.

Pedro nos contava, entristecido, como usou da espada para defender a Jesus, suas intenções de lutar contra os poderosos, usando de meios violentos. E, com lágrimas nos olhos, ele nos falava de sua covardia e traição quando Jesus fora preso, daquele olhar do Amigo que o deixou totalmente nu e sem defesa, do seu profundo arrependimento... Mas seu ser inteiro se iluminava, quando lembrava do perdão e do amor gratuito que Jesus ressuscitado lhe manifestou. Foi a partir desta experiência tão radical que Pedro começou a entender quem é Jesus e qual a sua proposta.

UMA NOVA MENTALIDADE

PARA UM NOVO MUNDO

Não foi fácil para Pedro desvencilhar-se das amarras do legalismo judaico. Por um tempo ele ainda conservou a idéia de que o povo judeu representava uma linhagem muito especial, diferente da dos outros povos.

O sistema de pureza estava entranhado na cabeça de Pedro. Este sistema excluía os pobres, as mulheres e os estrangeiros. Pedro, pouco a pouco, foi vencendo esta ideologia. Na medida em que ele foi entrando em contato com pessoas fora da terra da Palestina, foi percebendo que a graça de Deus se manifesta em todas elas, independente da raça. Esta descoberta aconteceu na casa de um patrício nosso, chamado Cornélio. Lá, com a ajuda do Espírito Santo, Pedro entendeu e acolheu a revelação de que “Deus não faz acepção de pessoas”.

Esta história está contada no capítulo 10 de Atos dos Apóstolos. A partir daí foi se descortinando um novo mundo para aquele pescador da Galiléia e dedicou-se, de corpo e alma, até o dia de sua morte, para “pescar muita gente” e torná-la participante do novo povo de Deus que se caracteriza pela prática da justiça e por uma vida de fraternidade.

UMA HOMENAGEM A PEDRO

Nós poderíamos lembrar aqui muitas outras coisas maravilhosas que Pedro nos deixou como herança. Mas, a nossa intenção, neste primeiro encontro do ano de 2003, é ajudar a vocês para que compreendam melhor porque foram escritas duas cartas, cuja autoria foi atribuída a Pedro.

É um costume, no meio de nós, escrever apoiando-se no nome de alguma personalidade importante. É a chamada pseudonímia. Esta prática tem a finalidade de demonstrar a relação de carinho e amizade com esta personagem, de enfatizar a importância da mensagem e, assim, torná-la ainda mais aceitável no meio das comunidades. Pelo que Pedro foi e pelo que fez no meio de nós, merece esta homenagem.

Nós temos a certeza de que, se ele estivesse atualmente vivo, daria muita força para escrevermos aos nossos irmãos e irmãs que estão passando por muitas dificuldades.

Além de Pedro, nós lembramos de mais duas pessoas que foram muito especiais no meio de nossas comunidades. Elas foram companheiras de Pedro no trabalho missionário. São elas: Silvano e Marcos. Elas estão citadas na primeira carta de Pedro.

SILVANO e MARCOS

Silvano foi uma espécie de secretário de Pedro. Também é chamado pelo nome de Silas. Ele participou da primeira comunidade cristã de Jerusalém.

Silvano participou da Assembléia onde foi decidido que nas comunidades cristãs não poderia haver distinção entre judeus e gentios. Junto com Judas, ele foi escolhido para levar as resoluções daquela Assembléia para Antioquia e para outras comunidades cristãs espalhadas pelo mundo dos gentios. Apesar de ser judeu, conhecia muito bem a língua grega e tinha habilidade para dialogar com todos e aprofundar a verdade de Jesus Cristo. Silvano participou também de uma viagem missionária junto com Paulo. Esteve aqui em Roma, junto com Pedro, na década de 60.

Também Marcos (ou João Marcos), aquele que escreveu o Evangelho de Marcos, esteve no meio de nós junto com Pedro. A experiência e a sabedoria deles nos ajudaram a entender e a perseverar no caminho de seguimento de Jesus.

PARA QUEM ESCREVEMOS E POR QUÊ?

A primeira carta de Pedro nós escrevemos aos cristãos e cristãs espalhados pela província romana da Ásia Menor. Um dos nossos animadores, que nós chamamos de presbítero (cf. lPd 5,1), é o nosso secretário. Ele escreve os pensamentos que nós consideramos importantes para dar força àquelas comunidades que estão em tribulação. É preciso nos apoiarmos e nos encorajarmos mutuamente..."

(Fonte: Celso Loraschi)

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