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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

DESTAQUES DE 2009 E TENDÊNCIAS PARA 2010 EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

"Gostamos de pensar que somos avançados, não é mesmo? Somos tão "modernos". Nem um pouco como nossos ancestrais, que imaginamos em preto-e-branco, como naquelas cenas tremidas e aceleradas dos primórdios do cinema no começo do século. Quão antiquados eles eram, com seus Ford Modelo T e lâmpadas a querosene!

Odeio ter que dizer isso, mas para nossos descendentes pareceremos tão antiquados quanto nossos ancestrais. Nós ainda ficamos caçando uma livraria ou café quando precisamos de uma conexão sem fio à internet. Ainda compramos filmes gravados em disquinhos de plástico. Algumas pessoas ainda lêem "jornais".

Mas pelo menos estamos fazendo algum progresso. O ano ainda não acabou, mas já se passou o suficiente para observarmos os pontos altos, baixos e tendências do mundo da alta tecnologia em 2009. É a hora perfeita para contemplar o futuro que começa a se formar.

Pico projetores: O primeiro "pico projetor" chegou ao mercado no final do ano passado. Uma caixinha do tamanho de um iPod que cabia no bolso, com uma bateria recarregável e que poderia projetar uma imagem de até dois metros de largura em uma parede, folha de papel ou teto do avião (meu favorito). Neste ano vários rivais apareceram - e agora as empresas começaram a embutir projetores em outros aparelhos.

A Nikon, por exemplo, lançou a primeria câmera com um projetor embutido, um modelo que cabe no bolso da camisa batizada de Coolpix 1000pj. Chega de ligar a câmera à TV ou baixar fotos para o computador, você só precisa dizer "pessoal, venham ver isto" e apertar um botão para começar a apresentação. É algo novo, impressionante e incrivelmente útil.

Os celulares, claro, serão os próximos.

É verdade que as velas na decoração da mesa na ceia de natal provavelmente produzem mais luz que os pico projetores atuais, a imagem está longe da alta-definição e que é quase impossível vê-la a não ser que você apague as luzes. Mas temos que começar com pequenos passos.

Câmeras que funcionam com pouca luz: Desde o começo da era das câmeras digitais, a regra era: se você quer tirar fotos sem flash em um local com pouca luz, é melhor comprar uma daquelas câmeras SLR grandes, pretas e pesadas. As câmeras de bolso que representam 90% das vendas na maioria das vezes produzem fotos granuladas ou borradas sob pouca luz. Mas neste ano, as fabricantes de câmeras abandonaram sua obsessão de décadas com os megapixels. Em vez disso, várias delas começaram a trabalhar em coisas que realmente importam, como sensores maiores para fotos melhores.

A Panasonic e a Olympus se uniram para criar o formato Micro Four Thirds: câmeras que cabem no bolso do casaco e tiram fotos com a qualidade de uma SLR. A Fujifilm e a Sony lançaram novos modelos de bolso com sensores redesenhados que se saem excepcionalmente bem em baixa luz. E a Canon PowerShot S90 combina um sensor extraordinariamente grande (para uma câmera de seu tamanho) com uma lente digna de nota para produzir fotos incríveis mesmo com pouca luz.

Ainda assim, mesmo estas câmeras um dia serão vistas como ridiculamente toscas. Já há no mercado modelos "topo de linha" como a Canon EOS 5D MKII que são capazes de "ver" melhor do que você sob pouca luz. Vamos esperar a evolução da tecnologia fazer seu trabalho.

A ascensão dos "apps": "Apps" são aqueles mais de 100 mil programas criativos e fascinantes que você pode baixar para seu iPhone ou iPod Touch de graça ou baratinho. Por US$ 1 (às vezes nada) você pode transformar seu telefone em um leitor de código de barras, instrumento musical, nível de carpinteiro, estação de edição de vídeo, videogame portátil ou praticamente qualquer outra coisa. Hoje em dia, conversar inteiras na hora do jantar consistem em pessoas mostrando umas às outras seus aplicativos favoritos, e mais de um programador se tornou um milionário simplesmente vendendo um montão de cópias de sua criação, a US$ 1 cada.

Neste ano, a idéia pegou fogo. Novas lojas de aplicativos para o BlackBerry, aparelhos da Palm (Pre e Pixi) e smartphones Windows foram inauguradas. Elas se juntam às lojas já existentes para o iPhone / iPod Touch e smartphones baseados no sistema operacional Android, do Google.

Estas lojas são todas menores que a da Apple, claro. Mas à medida em que crescerem, terão de se ajustar cuidadosamente para evitar os problemas que atualmente assolam a loja da Apple. Os guardiões desta, que devem aprovar cada aplicativo antes de seu lançamento, frequentemente desencadeiam verdadeiras tempestades online quando rejeitam um programa que o público quer.

Mas talvez um problema maior seja o fato de que as ferramentas para a descoberta de novos aplicativos ainda não se ajustaram ao tamanho da loja. Algumas centenas de aplicativos conseguem espaço nas listas de "best sellers" ou destaques na loja da Apple, mas outras 99.950 sequer vêem a luz do dia. Talvez 2010 seja o ano em que este problema será resolvido.

Netbooks: Estes portáteis baratos (a partir de R$ 999), leves (cerca de um quilo) e limitados (não tem drive de CD) ocupam um novo e até então mal-servido espaço no mercado, entre os celulares e os notebooks tradicionais.

Como toda nova categoria de gadgets, os primeiros modelos, do ano passado, eram lentos e incômodos. Os modelos deste ano melhoraram rapidamente, embora ainda sejam mais adequados para escrever, navegar na internet e ler e-mails do que para jogos, edição de imagens e reprodução de vídeo. Em todo caso, estes portáteis baratos com certeza chegaram na hora certa: sua estréia nas lojas coincidiu perfeitamente com a grande recessão de 2008/2009.

E-books se estabelecem: O leitor de e-books da Amazon, o Kindle, uma prancheta de plástico projetada para leitura de livros e jornais com uma tela preto-e-branco extremamente nítida, foi um experimento interessante. Um "brinquedo" nas mãos dos loucos por gadgets.

Mas em 2009, os e-readers começaram a se preparar para a inevitável popularização. Tivemos a segunda geração do Kindle, um Kindle de tela grande e uma série de novos rivais vindos da Sony. Então a Amazon abriu sua loja de e-books (com mais de 380 mil títulos) para as pessoas que não tem Kindles: os livros podem ser lidos em um iPhone, iPod Touch ou, em breve, em um Mac ou PC. Lentamente, o conceito de ler pixels em vez de tinta impressa no papel se torna cada vez mais natural.

Mas a coisa esquentou mesmo com a entrada da rede de livrarias Barnes & Noble no mercado. Ela abriu sua loja de e-books e seu software de leitura (para Macs, PCs e iPhone/iPod Touch) antes mesmo de ter um leitor dedicado para anunciar.

O anúncio foi feito, e ao menos em teoria o nook oferece muito mais recursos que o Kindle: uma tela secundária colorida para navegação, Wi-Fi para baixar novos livros, leitura ilimitada dentro das lojas da Barnes & Noble e até mesmo a opção de emprestar um e-Book para um amigo.

Por enquanto, é tudo teoria. A Amazon ri do peso e baixa autonomia de bateria do nook, e ninguém sabe quantas editoras irão aceitar os esquemas de leitura gratuita nas lojas e empréstimo de livros. Mas duas coisas são certas: os e-books estão evoluindo em um ritmo alucinante, e seu apelo cresceu muito além dos fanáticos por gadgets.

Em resumo, 2009 foi um ano como qualquer outro: cheio de inovações e decepções, progresso e obstáculos. Ainda assim estamos em um ponto incrível na história da tecnologia. Nossos aviões oferecem conexão sem fios à internet, podemos fazer chamadas via Skype para a China e falar por horas, e nossos filhos editam vídeo para o trabalho de casa. Ainda assim, vocês sabem o que nossos netos irão dizer: "Que antiquado!"."

(Fonte: David Pogue - The New York Times e Ig)

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