O incidente desencadeou uma grande operação militar contra a guerrilha, ao mesmo tempo em que ressuscitou o temor da volta das capturas políticas por grupos armados do país. O governo atribuiu às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Em reação ao sequestro, o governo determinou a libertação por via militar dos reféns em poder da guerrilha. Os acontecimentos abrem uma nova perspectiva de confronto quando o país se prepara para as eleições presidenciais de 2010.
O secretário de governo de Caquetá, Edilberto Ramon, e a mulher do governador, Himelda Galindo, confirmaram para a agência AP que o corpo de Cuéllar fora encontrado.
- Preferia que não me pedissem detalhes, mas esta é oficialmente a notícia - disse Ramon.
Outra autoridade afirmou que o corpo tinha várias marcas de balas e estava cercado de explosivos.
Este é o primeiro grande sequestro político desde 2002, e aconteceu numa região considerada um refúgio das Farc. Cuéllar, que ontem completaria 69 anos ontem, foi levado de casa, em Florencia, por volta das 22h15m de segunda-feira. Cerca de dez rebeldes com uniformes do Exército e armados com fuzis mataram um policial, explodiram a porta da casa do governador e o retiraram do quarto de pijama.
Esposa reclama de falha na segurança
Furioso, o presidente Álvaro Uribe ordenou pela manhã o resgate do governador, enviando chefes militares para a região. O governo ofereceu ainda US$ 500 mil por informações que levem ao paradeiro de Cuéllar.
- Pedi às Forças Armadas que façam todos os esforços para resgatar o governador e todos os reféns nas mãos desses bandidos - disse Uribe, antes da notícia da morte do governador. - Não podemos continuar a nos submeter a caprichos de terroristas que banham este país de sangue.
A decisão levou o Comitê Internacional da Cruz Vermelha a retirar-se do processo de libertação de dois reféns, que era esperada para os próximos dias: o cabo Pablo Moncayo e o soldado Josué Calvo. A ordem de Uribe foi criticada pela família de Moncayo, em cativeiro há 12 anos.
- Esse homem não liga para a vida dos reféns - declarou o pai do militar, Gustavo Moncayo.
Essa foi a quinta vez que Cuéllar foi sequestrado desde 1990. Embora o governo tenha declarado que Cuéllar não informou estar em perigo, sua esposa reclamou de falha na segurança. Cuéllar era protegido por um só homem naquela noite.
As Farc não reivindicaram o sequestro, mas autoridades e analistas dizem não ter dúvidas.
- Que outra força tem capacidade para realizar uma operação assim em Caquetá? Só as forças públicas e as Farc - afirmou León Valencia, da ONG Corporação Novo Arco-Íris.
O governo agiu logo pela manhã: enviou para Florencia o ministro da Defesa, Gabriel Silva; o comandante das Forças Armadas, general Freddy Padilla de León; o comandante do Exército, general Óscar González; o diretor da Polícia Nacional, Óscar Naranjo; além de comandantes regionais. Um grupo de forças especiais desembarcou na região.
Para analistas, o sequestro de um governador representa uma forma de o grupo demonstrar força quando o país se prepara para eleições e de garantir maior peso nas negociações.
Autoridades suspeitam que rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) tenham sequestrado o governador do estado colombiano de Caquetá, Luis Francisco Cuéllar Carvajal, na noite de segunda-feira em sua casa.
Durante a audaciosa operação, um segurança foi morto, disse Wilmer Rua, assessor de imprensa do governo. Ele acrescentou que esta é a quinta vez que Carvajal, de 80 anos, é sequestrado.
O presidente colombiano, Álvaro Uribe, ordenou às Forças Armadas que resgatem o governador, e os militares deram início a uma operação por terra e ar para localizar o paradeiro do político.
Investigadores acreditam que guerrilheiros esquerdistas tenham se disfarçado de soldados no ataque contra Carvajal.
O grupo marxista sustenta há 45 anos uma luta contra o governo. A tática de sequestro é amplamente utilizada pelas Farc.
O sequestro ocorre poucos dias depois de as Farc e o Exército de Libertação Nacional (ELN) anunciarem uma aliança entre os grupos - que até agora combatiam entre si - a fim de enfrentar as forças oficiais."
(Fonte: "Governador sequestrado pelas Farc é encontrado morto" - O Globo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário