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quinta-feira, 28 de maio de 2009

SILVIO SANTOS


A INFÂNCIA
Foi no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro que, em 12 de Dezembro de 1930, nascia Senor Abravanel, filho mais velho do casal Alberto e Rebeca, um casal de imigrantes, ele, da Grécia, ela, da Turquia. Posteriormente vieram mais cinco filhos. Desde jovem, sua mãe, abstendo‑se de chamá‑lo pelo nome de batismo, chamava o pequeno Senor de Sílvio, pseudônimo que ela mesmo escolhera.
Sílvio cresceu num ambiente classe média e sua família nunca foi tão pobre como se comenta. Seu pai, Alberto Abravanel, era proprietário de uma pequena loja de artigos para turistas, e desde pequeno, aquele que viria a ser um grande e famoso homem de negócios, acompanhava seu pai em sua empreitada comercial.

DE ABRAVANEL PARA SÍLVIO
Determinado a ganhar dinheiro por conta própria, o pequeno Sílvio enveredou para o caminho do comércio informal e, sem abandonar os bancos escolares, formou‑se técnico em contabilidade. Comunicador nato, o jovem camelô atraía a atenção de seus fregueses com anedotas e truques de magia que enriqueciam a conversa que ele descobrira ser a melhor forma de vender. Ao invés de conquistar os compradores no grito, Sílvio preferia explanar as vantagens de adquirir aquela mercadoria, dando uma verdadeira palestra sobre o produto de seu comércio.
Aos 14 anos, Sílvio viu o Estado Novo de Getúlio cair, e a reimplantação da democracia deu aos jovens uma nova perspectiva política. Sílvio, contudo, viu aquele momento com outros olhos: como as pessoas deveriam renovar seus títulos de eleitor, seria lucrativa a venda de capinhas que servissem para guardar os novos títulos. Não deu outra! O sucesso de seu comércio levou‑o a insistir no negócio, passando a vender canetas e outras bugigangas depois. Seu palco era a avenida Rio Branco, atuando todo dia num horário específico: das 11 às 11:45h, momento em que o guarda da esquina saia para o almoço!

PRECONCEITO NO RAMO EMPRESARIAL
Conta a história que seu tino empresarial iniciou‑se bem cedo. Ainda como camelô, Sílvio contratara três empregados que, no seu comércio, exerciam as seguintes funções: o primeiro tomava conta do estoque, o segundo vigiava a chegada do "rapa" (fiscais que recolhem o material de comerciantes não autorizados), e o último, por fim, de função primordial, era o chamado "farol". O "farol" era combinado para chegar próximo às pessoas em volta da barraca e dizer: "quero mais cinco destas, é a melhor caneta que já comprei!".
Aos 18 anos, mandado para o exército, o soldado Abravanel serviu às forças armadas e mostrou‑se ávido por desafios quando ingressou no grupo dos pára‑quedistas. Lá, ganhou disciplina e uma força de vontade, segundo ele, indômita.
Livre das obrigações militares e com a idéia de ampliar seus horizontes comerciais, Sílvio decidiu implantar um sistema de som em uma das barcas que fazia o trajeto Rio‑Niterói. Sua idéia era animar o enfadonho trajeto. Insistiu com os administradores do transporte e teve sucesso. Ali, nos intervalos das músicas, dava palavras de otimismo e veiculava anúncios do que comercializava a bom preço. Com o sucesso, montou um bar e começou a vender bebidas, sendo, naquela ocasião, um dos principais revendedores de uma determinada marca de cerveja no Rio. Em troca das bebidas, Sílvio distribuía cartelas de bingo e sorteava prêmios entre os compradores, uma prévia dos jogos que viria a fazer, futuramente, na televisão.
Mas em 1950 a barca quebrou, e com ela o negócio lucrativo de Sílvio. Ele então foi tentar a vida em São Paulo, onde passou a trabalhar na Rádio Nacional. Não seria difícil de imaginá‑lo naquela profissão, afinal, o jovem havia ganho 12 concursos de locução, tirando sempre o primeiro lugar. As sucessivas vitórias levaram‑no a proibição de competir novamente.

NASCE O SUPER EMPRESÁRIO
Certa vez, ao inscrever‑se em um destes concursos, o funcionário perguntou seu nome e ele prontamente respondeu: "Sílvio Abravanel", esta mesma pessoa pensou e disse: "Sílvio Abravanel, não... vamos chamá‑lo de Sílvio Santos...", e sem maiores explicações estava criado o nome artístico que Senor Abravanel utilizaria dali pra frente.
Ninguém tinha dúvidas de que aquele jovem se tornaria um locutor famoso, e certamente muito mais do que aqueles que o inspiraram. Seus ídolos eram César de Alencar e Héber de Bôscoli, dos quais herdou, respectivamente, o modo de falar e diálogo com o auditório, seu público sempre feminino que receberia a denominação respeitosa de "colegas de trabalho".
Na Rádio Nacional, Sílvio começou como "locutor‑reserva" daquele com quem viria a trabalhar por algum tempo: Manoel de Nóbrega. Na mesma ocasião conheceu Carlos Alberto, filho de Manoel, e Ronald Golias. Em 1957, um ano depois de tê‑la criado, Manoel lhe transmitiria o controle da quase falida empresa que fez o sucesso profissional do animador, o Baú da Felicidade. Assim foi a escalada gloriosa de Sílvio Santos que de camelô a locutor, seja como vendedor ou animador, pouco a pouco, construiu seu sucesso revelando seu impressionante "poder de comunicação". Conquistando, cada dia mais, seu definitivo lugar na história da comunicação.

PROGRAMA SÍLVIO SANTOS
Em 1961, Sílvio Santos começou a apresentar na TV Paulista um programa noturno chamado Vamos Brincar de Forca, baseado na conhecida brincadeira popular. O programa fazia um enorme sucesso porque Sílvio já apresentava um programa na Rádio Nacional, ao meio-dia, que era campeão de audiência.
Mas Sílvio ficou poucos meses com seu programa noturno na TV Paulista. Como a audiência era boa, ele foi estimulado a apresentar um novo programa, mais movimentado, com mais shows, nas tardes de domingo. Acontecia, naquela época, algo difícil de acreditar: a TV Paulista ficava fechada aos domingos. Só abria as 15h30 para transmitir futebol. Vitor Costa, dono da emissora, era entusiasta da idéia de ocupar as tardes de domingo com uma programação de variedades. Então acertou com Sílvio Santos a apresentação de um programa do meio‑dia até as 2 da tarde.
Dessa maneira, o contrato com a TV Paulista foi fechado e Sílvio lançou‑se na televisão aos domingos, com o suporte publicitário do Baú da Felicidade, que já existia há três anos e estava em franco desenvolvimento empresarial. Nascia, assim, o Programa Sílvio Santos.
A estréia ocorreu em meados de 1962. Seus quadros principais eram: Cuidado com a Buzina (calouros), Só Compra quem Tem, Pergunte e Dance, Partida de Cem e Rainha por um Dia.
Como se não bastasse a maratona de produzir o programa da TV Globo, Sílvio Santos passou a apresentar, a partir de 1965, na TV Tupi, um programa noturno, às quartas‑feiras, que ia das 21 horas à meia-noite. Título original do programa: Festa dos Sinos; depois, novo nome: Sua Majestade, o Ibope; a seguir, Cidade Contra Cidade. Este último marcou época porque era uma verdadeira olimpíada de provas entre as delegações das cidades, participantes, que vinham de todo o Brasil, cada uma trazendo as melhores atrações, curiosidades, relíquias históricas, exibições folclóricas. Às vezes o programa entrava pela madrugada, tal o desfile das atrações apresentadas pelas cidades competidoras. Aquela que ganhasse levava uma ambulância como prêmio. Depois, o programa passou a se chamar Silvio Santos Diferente, compreendendo vários quadros: Folias de Golias, O Dia em que Você Nasceu, Clube dos Quinze, Vestibular do Amor, Ele Disse, Ela Disse. Em março de 1976, o programa Sílvio Santos Diferente deixou a Tupi, passou para a TV Record, mas ficou no ar só até setembro, porque o animador decidiu não apresentar mais programas noturnos na televisão ‑ pelo menos por um certo tempo.
O ano de 1968 marcou o início de uma fase gloriosa de programas, com a conquista de altos índices de audiência. Os principais quadros eram: Os Galãs Cantam e Dançam, Cuidado com a Buzina, Namoro no Escuro, Casais na Berlinda e Sua Majestade, a Criança. Ia do meio‑dia até as 8 da noite. Era o dono absoluto das tardes de domingo. Sempre apresentando novas atrações: Show da Loteria Vamos Fazer Média, Só Compra quem Tem, Quem Sabe Mais, o Homem ou a Mulher. O folclórico Show de Calouros, Boa Noite, Cinderela, e Sinos de Belém.
Sinos de Belém era o quadro mais movimentado da televisão na época, exigindo até a utilização de aviões e helicópteros para o cumprimento das complicadas tarefas. O próprio Sílvio participava dessas tarefas, algumas bem perigosas. Certa vez ele subiu e desceu por uma escada de bombeiros até o 15º andar de um edifício, sem nenhuma corda de segurança. Participou de corridas de burricos, correndo muito, e não caiu. Desceu por um cabo de um helicóptero parado a 50 metros de altura e "pousou" em uma lancha ancorada no meio da represa de Guarapiranga, em São Paulo.
A partir de 1971, o Programa Sílvio Santos começou a apresentar o Troféu Imprensa, que se tornou um dos eventos mais importantes da televisão brasileira. Ele havia sido criado em 1958, pelo jornalista Plácido Manaia Nunes, para premiar os melhores artistas do rádio e da televisão.
Sílvio Santos recebeu seu primeiro Troféu Imprensa em 1964, como melhor animador. E, em 1971, o jornalista Plácido Manaia Nunes transferiu para Sílvio a sua realização, que hoje constitui ponto alto dentro da programação do SBT. Desde que foi criado, o Troféu Imprensa não deixou de ser entregue em nenhum ano.
O quadro Arrisca Tudo também marcou época no Programa Sílvio Santos. Estreou em 1976. Os participantes dispunham‑se a responder sobre temas culturais, como a vida de Moisés, a Inconfidência Mineira, a História do Egito Antigo, entre outros. As perguntas se tornavam mais difíceis à medida que os candidatos venciam etapas, semana após semana. O prêmio também multiplicava seu valor. O candidato que chegasse ao final da maratona recebia uma bolada de até 1 milhão de cruzeiros, uma fortuna na época.
Em 1993, o Programa Sílvio Santos entrou para o Guinness Book, o livro dos recordes, como o "programa mais duradouro da televisão brasileira". O programa estava completando, então, 31 anos. Esse registro está na página 195 da edição brasileira do Guinness, com uma foto em cores do quadro Topa Tudo por Dinheiro. Este recorde é contado a partir da estréia na TV Paulista, em 1962.

O SONHO VIROU REALIDADE
SBT: na nossa frente, só você.
O Sonho...
A carreira de Sílvio Santos começou em 1962 na TV Paulista apresentando o programa Vamos Brincar de Forca. O apresentador comprava duas horas para a exibição de sua atração. Com o anúncio de vários produtos, inclusive o do Baú da Felicidade, o faturamento era mais alto do que Sílvio Santos pagava para ter duas horas de exibição. Com todo esse sucesso e arrecadação mensais, o apresentador causou uma espécie de ciumeira entre os donos das emissoras, que queriam reaver o contrato do apresentador e mudar algumas cláusulas.
Na mesma época, a Record estava em crise e algumas ações foram postas à venda. Era o sonho de Sílvio Santos ter sua própria emissora? Ainda não, pois o apresentador associou‑se com a compra de 40%, mas o seu nome não poderia aparecer. Motivo: era contratado da Rede Globo.
O faturamento estava cada vez aumentando e já chegava dar 5 vezes mais do que Sílvio Santos pagava para ter duas horas de exibição.
A Globo queria mudar o contrato, mas o apresentador não aceitou.
Quinze dias depois de ter deixado a Globo, Sílvio Santos ganha sua concessão para ter uma TV só sua. A princípio iria chamar‑se TVS e a programação seria baseada em desenhos animados, filmes e é claro Programa Sílvio Santos. No começo a emissora teria que produzir seus programas em apenas um estúdio. Mas isso acontece com qualquer televisão que está iniciando suas atividades.
Vendo que com apenas um estúdio, a programação não iria para frente, Sílvio Santos resolveu fazer uma fusão com a TV Record com objetivo de baratear a programação e ter uma grade fixa de programas.
Em 1980 a TV Tupi sai do ar e as afiliadas ficam a ver navios. Para não perder as únicas afiliadas, a TV Record e TVS associam‑se a elas para a produção de programas locais e nacionais.
Em seguida, foram abertas novas concessões, 7 da TV Tupi, 2 da TV Excelsior e 1 da TV Continental. No final Sílvio Santos e Adolpho Bloch ganharam as concessões. O sonho de uma rede TV estava quase concretizado.

SISTEMA BRASILEIRO DE TELEVISÃO
No dia 19 de agosto de 1981, às 10 horas da manhã, no auditório do Ministério das Comunicações, em Brasília, aconteceu a cerimônia de assinatura de concessão dos quatro canais ao Grupo Sílvio Santos.
Em tom emocionado, Sílvio Santos disse as seguintes palavras, após a assinatura do contrato de concessão: “Peço a Deus que me dê saúde, que me ilumine e me ajude. Peço também que Ele abençoe este país e o povo admirável e carinhoso que aqui vive".
Um fato inédito da Televisão Mundial acontecia neste momento: a TVS Canal 4 de São Paulo exibia, ao vivo, a cores, o momento da assinatura do contrato, isto é, exibia seu próprio nascimento. Isto foi um fato que marcou o pioneirismo do SBT no mundo das comunicações. Estas quatro estações concedidas a Sílvio Santos seriam o início do SBT.
E por que "Sistema" Brasileiro de Televisão e não "Rede" Brasileira de Televisão (como seria mais comum no ramo das comunicações)? Simples: "Rede" subentende uma programação rígida, imposta do centro para fora, obrigando as emissoras afiliadas a transmitir a mesma programação da matriz, ignorando as necessidades locais. Já "Sistema" respeita as aspirações e as potencialidades regionais, artísticas e de comercialização e, assim, as emissoras afiliadas dispõem de algumas horas de programação própria, diariamente. As afiliadas do SBT têm direito a uma parte do faturamento gerado em São Paulo durante a programação via satélite, além do faturamento que elas próprias podem gerar.

ALGUNS NÚMEROS DE SÍLVIO SANTOS
· Patrimônio Pessoal declarado à Receita Federal: 879 milhões de Reais;
· Um anúncio de 30 segundos no SBT custa R$ 75.000,00;
· Sílvio Santos já fez duas cirurgias plásticas, a última há um ano e meio, para retirada de pés‑de‑galinha. Também faz seções de bronzeamento artificial e pinta os cabelos a cada 15 dias. A cor não é "acaju", como se pensa, mas a mistura de dois tons de loiro preparado por Jassa.;
· Silvio Santos tem 1,81m, 82kg, acorda todos os dias às 6 da manhã, faz 1 hora de esteira, 30 flexões de braço e 60 de joelho.
· O SBT deve valer entre 1 bilhão a 1,5 bilhão de reais;
· Sílvio Santos deixou com o Leão no ano passado 15 milhões de Reais (é a pessoa que mais paga imposto no Brasil);
· O Grupo Sílvio Santos tem 33 empresas, que movimentam 1,6 bilhão de reais por ano.

ABAIXO, AS 10 QUE MAIS FATURAM
· Liderança Capitalização SAI (Administradora da Telesena) – Faturamento: R$ 534 milhões;
· SBT (Rede de Televisão) - Faturamento: R$ 479 milhões;
· Banco Pan‑americano S/A (Banco) - Faturamento: R$ 262 milhões;
· BF Utilidades Domésticas Ltda ( Administrador de carnês etc) - Faturamento: R$ 173 milhões;
Pan-Americana Prestadora de Serviços S/C Ltda (Intermediadora de Financiamentos) – Faturamento: R$ 63 Milhões;
VIMAVE Veículos (Concessionária de Veículos) – Faturamento: R$ 39 Milhões;
Pan-Americano Arrendamento Mercantil S/A (Leasing) – Faturamento: R$ 10 Milhões;
Pan-Americana de Seguros (Seguradora) – Faturamento: R$ 10 Milhões;
TV Alphhaville (Emissora de TV a cabo) – Faturamento: R$ 8 Milhões;
Pan-Americano Administrador de Cartões de Crédito S/C Ltda (Administradora de Cartões de Crédito) – Faturamento: R$ 8 Milhões.

(Fonte: Temas de Chefia & Liderança)

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