O Jornal Diário do Nordeste, edição de hoje, publicou matéria dizendo que está havendo uma crise na Segurança Pública do Estado do Ceará. Hoje pela manhã, em entrevista na Rádio Cidade AM, no Programa do Messias, o Secretário da SSPDS-CE disse que isso era "pão dormido" e que era coisa de um Delegado que ele havia afastado por envolvimento no jogo de bicho.
Ele negou crise na sua pasta.
Veja a matéria do Diário do Nordeste:
"Num ofício enviado à Corregedoria em agosto último, Roberto Monteiro acusa Polícia Civil de despreparo em crises."
"Está instalada mais uma crise na Segurança Pública do Estado do Ceará. Desta vez, vieram à tona acusações que envolvem delegados da Polícia Civil e o titular da pasta da Segurança, Roberto Monteiro. O problema começou em agosto do ano passado, quando um ofício elaborado pelo secretário foi encaminhado ao corregedor-geral dos Órgãos da Segurança Pública, José Armando da Costa. No documento, cuja cópia foi obtida pelo Diário do Nordeste, Monteiro solicita a instauração de uma sindicância para apurar ´transgressões disciplinares´ que teriam sido cometidas por delegados da Polícia Civil em um local de crime.
A vítima do crime em questão era o delegado Cid Júnior Peixoto do Amaral, executado pelo procurador de Justiça aposentado Ernandes Lopes Pereira. O secretário relatou que, ao tomar conhecimento do caso, determinou, por telefone, ao comandante-geral da Polícia Militar que assumisse o gerenciamento da crise.
´Determinei também que a Polícia Civil se mantivesse afastada da residência, porquanto a melhor doutrina não aconselharia a atuação de integrantes daquela Corporação, em face do inevitável envolvimento emocional dos seus integrantes´, diz outro trecho do ofício. Logo em seguida, o secretário afirma que ´aquela Instituição (Polícia Civil) carece de profissionais especializados em gerenciamento de crises´, revela o documento.
Ele afirmou, no mesmo ofício, que orientou que somente o superintendente da Polícia Civil, Luiz Carlos Dantas, e o diretor do DPM, Franco Júnior, poderiam ter acesso ao interior do perímetro primário e coadjuvarem no gerenciamento.
O secretário então diz que foi surpreendido, cerca de uma hora depois de suas orientações, ´por uma turba de policiais civis´, desobedecendo suas ordens, violando perímetros táticos e pulando o alto muro da residência. ´A falta de profissionalismo dos infratores foi tamanha que, no caminho entre a residência e a viatura, o homicida foi agredido no rosto por uma mulher. Tamanha irresponsabilidade poderia ter acarretado lesões corporais e até a morte do preso, com as inevitáveis conseqüências negativas para a segurança pública do Estado´, diz outro trecho do documento.
Neste mês, quatro delegados já foram chamados à Corregedoria para prestar depoimento. Um deles foi Francisco Carlos Crisóstomo, na época, superintendente-adjunto da Polícia Civil. Ele foi ouvido ontem em depoimento. ´Apesar do envolvimento emocional com a vítima prendemos o criminoso e libertamos os reféns sem disparar um tiro sequer. Os objetivos principais do gerenciamento de crise são preservar a vida e aplicar a lei. A prioridade número um é preservar a vida de vítimas inocentes, acima de se aplicar a lei´, defendeu, em entrevista exclusiva, ontem, ao Diário do Nordeste. ´Em momento algum o secretário falou na vida dos reféns´, acrescentou Crisóstomo.
FIQUE POR DENTRO
Crime ocorreu em 13 de agosto do ano passado
O delegado de Polícia Civil Cid Júnior Peixoto do Amaral, de 60 anos, morreu na noite do dia 13 de agosto do ano passado ao ser atingido com um tiro próximo à orelha, disparado pelo procurador de Justiça aposentado, Ernandes Lopes Pereira, de 59 anos. O crime aconteceu dentro da mansão do procurador, na Rua Xeréu, localidade de Precabura, Eusébio, Região Metropolitana de Fortaleza.
No momento do disparo, muitas pessoas estavam dentro da casa: o delegado, sua mãe, Júlia Vieira do Amaral, sua companheira, o procurador, sua esposa, o motorista e outros funcionários do procurador. Ele e o delegado, segundo testemunhas, eram amigos de infância.
DELEGADO AFIRMA:
´Só cumpri o que determina o Código do Processo Penal´
Francisco Crisóstomo avaliou ainda que o secretário ´deu muita ênfase à preservação da vida do assassino´. Sobre a afirmação de Monteiro da ´carência de profissionais especializados em gerenciamento de crises na Polícia Civil´, o delegado defendeu: ´somos profissionais da Polícia e provamos, naquela crise, que estamos preparados para resolver qualquer problema´.
Ele continuou: ´o gerenciamento de crises não é uma ciência exata, cada situação é única e exige soluções diferenciadas. Cada caso é um caso, que deve ser refletido e analisado. Mas existe uma característica fundamental neste processo, que é a urgência, especialmente quando existem vidas em risco. Naquele caso tínhamos a mãe da vítima, uma senhora idosa, visivelmente abalada com aquela situação e literalmente ´banhada de sangue´ do filho. Quanto mais tempo se passasse, naquele caso, a crise poderia ficar maior´.
Para ele, ´a atitude deliberada do secretário em não confiar no seu aparato gera uma instabilidade muito grande, fazendo com que a tropa também não confie nele. Desde que assumiu a pasta, ele vem mostrando uma perseguição ininterrupta a pessoas de conduta ilibada´.
Formação
De acordo com Crisóstomo, ´ao contrário do que foi dito pelo secretário, existem vários policiais civis com formação até no Exterior para gerenciamento de crise. Merecemos respeito e passar por isso está sendo uma punição´.
Em seu depoimento, o delegado afirmou, ontem, que quando chegou ao local do crime não foi informado pela PM de qualquer determinação do secretário no sentido de que a Polícia Civil não deveria assumir o gerenciamento da crise. ´O tempo foi passando e nenhuma ação por parte da Pm foi efetivamente tomada. Diante de toda a situação e dada a consciência profissional, tomou a iniciativa no preparo de uma invasão tática do local´, explicou, na Corregedoria.
Ele revelou ainda, em depoimento, que ao chegar no local do crime ´este se encontrava apenas parcialmente isolado pela Polícia Militar e, mesmo assim, observou o trânsito de muitas pessoas estranhas à operação no interior da área delimitada, algumas delas inclusive portando gravadores´.
Segundo ele, apenas dias depois tomou conhecimento das determinações do secretário de Segurança. ´Contudo, considerando o que vivenciei na cena do crime, mesmo que estas tivessem chegado ao meu conhecimento antes da ação propriamente dita, não teria como cumpri-las, posto que as circunstâncias relativas ao fato impunham uma rápida e eficiente ação policial. Somente cumpri o que me determina o Código do Processo Penal´.
FORMAÇÃO
Alves apresenta 4 certificados à Corregedoria, em depoimento
No último dia oito de junho o também delegado Francisco Alves de Paula prestou depoimento na Corregedoria, na mesma sindicância. Na época, ele era o diretor do Departamento de Inteligência Policial (DIP).
Ele afirmou que ´em nenhum momento, do período em que esteve no local presenciou ou percebeu qualquer autoridade, principalmente da Polícia Militar, que em tese era quem comandava a ocorrência, assumir ou chamar para si a responsabilidade pelos procedimentos do gerenciamento de crise´.
Alves também falou sobre a manifestação do secretário acerca da carência de profissionais preparados para gerenciamento de crise na Polícia Civil. Ele apresentou na Corregedoria quatro certificados: ´Certificado de curso Anti-Seqüestro e Extorsão´, realizado na Polícia Nacional da Colômbia; um certificado do III Curso Básico em Operações de Natureza Policial, na Escola de Polícia do Estado do Paraná; certificado de participação na oficina operacional sobre doutrinas de Gerenciamento de Crises, promovida pela própria SSPDS em 1998 e certificado do 2ºCurso de Gerenciamento de Crises, na Casa do Comércio, em Salvador/Bahia.
Segundo o delegado, todos os cursos foram custeados pelo Estado do Ceará."
(Fonte: Rádio Cidade AM e Jornal Diário do NOrdeste)
Ele negou crise na sua pasta.
Veja a matéria do Diário do Nordeste:
"Num ofício enviado à Corregedoria em agosto último, Roberto Monteiro acusa Polícia Civil de despreparo em crises."
"Está instalada mais uma crise na Segurança Pública do Estado do Ceará. Desta vez, vieram à tona acusações que envolvem delegados da Polícia Civil e o titular da pasta da Segurança, Roberto Monteiro. O problema começou em agosto do ano passado, quando um ofício elaborado pelo secretário foi encaminhado ao corregedor-geral dos Órgãos da Segurança Pública, José Armando da Costa. No documento, cuja cópia foi obtida pelo Diário do Nordeste, Monteiro solicita a instauração de uma sindicância para apurar ´transgressões disciplinares´ que teriam sido cometidas por delegados da Polícia Civil em um local de crime.
A vítima do crime em questão era o delegado Cid Júnior Peixoto do Amaral, executado pelo procurador de Justiça aposentado Ernandes Lopes Pereira. O secretário relatou que, ao tomar conhecimento do caso, determinou, por telefone, ao comandante-geral da Polícia Militar que assumisse o gerenciamento da crise.
´Determinei também que a Polícia Civil se mantivesse afastada da residência, porquanto a melhor doutrina não aconselharia a atuação de integrantes daquela Corporação, em face do inevitável envolvimento emocional dos seus integrantes´, diz outro trecho do ofício. Logo em seguida, o secretário afirma que ´aquela Instituição (Polícia Civil) carece de profissionais especializados em gerenciamento de crises´, revela o documento.
Ele afirmou, no mesmo ofício, que orientou que somente o superintendente da Polícia Civil, Luiz Carlos Dantas, e o diretor do DPM, Franco Júnior, poderiam ter acesso ao interior do perímetro primário e coadjuvarem no gerenciamento.
O secretário então diz que foi surpreendido, cerca de uma hora depois de suas orientações, ´por uma turba de policiais civis´, desobedecendo suas ordens, violando perímetros táticos e pulando o alto muro da residência. ´A falta de profissionalismo dos infratores foi tamanha que, no caminho entre a residência e a viatura, o homicida foi agredido no rosto por uma mulher. Tamanha irresponsabilidade poderia ter acarretado lesões corporais e até a morte do preso, com as inevitáveis conseqüências negativas para a segurança pública do Estado´, diz outro trecho do documento.
Neste mês, quatro delegados já foram chamados à Corregedoria para prestar depoimento. Um deles foi Francisco Carlos Crisóstomo, na época, superintendente-adjunto da Polícia Civil. Ele foi ouvido ontem em depoimento. ´Apesar do envolvimento emocional com a vítima prendemos o criminoso e libertamos os reféns sem disparar um tiro sequer. Os objetivos principais do gerenciamento de crise são preservar a vida e aplicar a lei. A prioridade número um é preservar a vida de vítimas inocentes, acima de se aplicar a lei´, defendeu, em entrevista exclusiva, ontem, ao Diário do Nordeste. ´Em momento algum o secretário falou na vida dos reféns´, acrescentou Crisóstomo.
FIQUE POR DENTRO
Crime ocorreu em 13 de agosto do ano passado
O delegado de Polícia Civil Cid Júnior Peixoto do Amaral, de 60 anos, morreu na noite do dia 13 de agosto do ano passado ao ser atingido com um tiro próximo à orelha, disparado pelo procurador de Justiça aposentado, Ernandes Lopes Pereira, de 59 anos. O crime aconteceu dentro da mansão do procurador, na Rua Xeréu, localidade de Precabura, Eusébio, Região Metropolitana de Fortaleza.
No momento do disparo, muitas pessoas estavam dentro da casa: o delegado, sua mãe, Júlia Vieira do Amaral, sua companheira, o procurador, sua esposa, o motorista e outros funcionários do procurador. Ele e o delegado, segundo testemunhas, eram amigos de infância.
DELEGADO AFIRMA:
´Só cumpri o que determina o Código do Processo Penal´
Francisco Crisóstomo avaliou ainda que o secretário ´deu muita ênfase à preservação da vida do assassino´. Sobre a afirmação de Monteiro da ´carência de profissionais especializados em gerenciamento de crises na Polícia Civil´, o delegado defendeu: ´somos profissionais da Polícia e provamos, naquela crise, que estamos preparados para resolver qualquer problema´.
Ele continuou: ´o gerenciamento de crises não é uma ciência exata, cada situação é única e exige soluções diferenciadas. Cada caso é um caso, que deve ser refletido e analisado. Mas existe uma característica fundamental neste processo, que é a urgência, especialmente quando existem vidas em risco. Naquele caso tínhamos a mãe da vítima, uma senhora idosa, visivelmente abalada com aquela situação e literalmente ´banhada de sangue´ do filho. Quanto mais tempo se passasse, naquele caso, a crise poderia ficar maior´.
Para ele, ´a atitude deliberada do secretário em não confiar no seu aparato gera uma instabilidade muito grande, fazendo com que a tropa também não confie nele. Desde que assumiu a pasta, ele vem mostrando uma perseguição ininterrupta a pessoas de conduta ilibada´.
Formação
De acordo com Crisóstomo, ´ao contrário do que foi dito pelo secretário, existem vários policiais civis com formação até no Exterior para gerenciamento de crise. Merecemos respeito e passar por isso está sendo uma punição´.
Em seu depoimento, o delegado afirmou, ontem, que quando chegou ao local do crime não foi informado pela PM de qualquer determinação do secretário no sentido de que a Polícia Civil não deveria assumir o gerenciamento da crise. ´O tempo foi passando e nenhuma ação por parte da Pm foi efetivamente tomada. Diante de toda a situação e dada a consciência profissional, tomou a iniciativa no preparo de uma invasão tática do local´, explicou, na Corregedoria.
Ele revelou ainda, em depoimento, que ao chegar no local do crime ´este se encontrava apenas parcialmente isolado pela Polícia Militar e, mesmo assim, observou o trânsito de muitas pessoas estranhas à operação no interior da área delimitada, algumas delas inclusive portando gravadores´.
Segundo ele, apenas dias depois tomou conhecimento das determinações do secretário de Segurança. ´Contudo, considerando o que vivenciei na cena do crime, mesmo que estas tivessem chegado ao meu conhecimento antes da ação propriamente dita, não teria como cumpri-las, posto que as circunstâncias relativas ao fato impunham uma rápida e eficiente ação policial. Somente cumpri o que me determina o Código do Processo Penal´.
FORMAÇÃO
Alves apresenta 4 certificados à Corregedoria, em depoimento
No último dia oito de junho o também delegado Francisco Alves de Paula prestou depoimento na Corregedoria, na mesma sindicância. Na época, ele era o diretor do Departamento de Inteligência Policial (DIP).
Ele afirmou que ´em nenhum momento, do período em que esteve no local presenciou ou percebeu qualquer autoridade, principalmente da Polícia Militar, que em tese era quem comandava a ocorrência, assumir ou chamar para si a responsabilidade pelos procedimentos do gerenciamento de crise´.
Alves também falou sobre a manifestação do secretário acerca da carência de profissionais preparados para gerenciamento de crise na Polícia Civil. Ele apresentou na Corregedoria quatro certificados: ´Certificado de curso Anti-Seqüestro e Extorsão´, realizado na Polícia Nacional da Colômbia; um certificado do III Curso Básico em Operações de Natureza Policial, na Escola de Polícia do Estado do Paraná; certificado de participação na oficina operacional sobre doutrinas de Gerenciamento de Crises, promovida pela própria SSPDS em 1998 e certificado do 2ºCurso de Gerenciamento de Crises, na Casa do Comércio, em Salvador/Bahia.
Segundo o delegado, todos os cursos foram custeados pelo Estado do Ceará."
(Fonte: Rádio Cidade AM e Jornal Diário do NOrdeste)
Foi o tiro de misericódia na PC do Ceará. Agora é só decretar a extinção no diário oficial. Valeu Secretário, vc conseguiu.
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