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sexta-feira, 26 de junho de 2009

CLIMA E CULTURA ORGANIZACIONAL

Clima Organizacional

Com esta temática pretendemos conhecer alguns pontos de vista teóricos a respeito do conceito de clima organizacional. Em primeiro lugar, a abordagem centrar‑se‑á em algumas perspectivas sobre a formação desse clima. Seguidamente, abordar‑se-á a relação entre clima e cultura organizacional. Posteriormente, pretende-se evidenciar o conceito "clima de escola".

Formação do conceito de clima organizacional

Para Bothwell, o clima de um grupo define‑se "pelos sentimentos coletivos presentes no local em que as pessoas trabalham ou vivem. Todos os grupos têm um clima próprio e a maior parte das pessoas é capaz de sentir esse clima quando entra pela primeira vez numa sala" (p.76).

A formação do conceito de clima organizacional, como se depreende da leitura de Ferreira, Abreu e Caetano (1996), pode abordar-se segundo quatro perspectivas: estrutural, perceptiva, interacionista e cultural.

De acordo com a perspectiva estrutural e, segundo os autores acima referidos, clima é visto como um conjunto de características que descrevem objetivamente uma organização e a distinguem de outra organização" (p.308).

Esta perspectiva levanta algumas questões:

Uma coisa será a estrutura, a dimensão, o estilo de liderança de uma organização, outra o modo como estes são interpretados pelos indivíduos da organização e como influenciam os seus comportamentos.

O clima percepcionado é de capital importância para o indivíduo pois, é a forma como este entende o seu ambiente de trabalho e que pode ser diferente de como outros o percepcionam. E, convém ainda referir que o mesmo indivíduo pode num dado momento interpretar o ambiente de trabalho de uma forma e tempos depois pode interpretá‑lo de maneira diferente.

Deste modo, a perspectiva perceptiva "situa a origem do clima no indivíduo que percebe. Este reage às variáveis situacionais que encontra, de acordo com o modo como as percepciona e interpreta, ou seja, na base do que psicologicamente significam para ele" (idem, p.3 10).

A perspectiva interacionista, de acordo com Ferreira et al. (1996), reflete o impacto entre o meio ambiente e a personalidade dos indivíduos, ou seja, a origem do clima situa‑se na "interação dos indivíduos como resposta às características organizacionais, assumindo um importante papel: quer o acordo preceptivo, quer o processo comunicacional” (p.311). Trata‑se de uma perspectiva estável pois a imagem da organização uma vez alcançada pelo indivíduo dificilmente será alterada. A fraca implicação com os outros geraria ambigüidades e dificuldades na manutenção dos comportamentos sociais apropriados.

A perspectiva cultural na formação do clima resulta das interações dos indivíduos que formam a partir do nada uma estrutura de referência comum, sendo "condicionados nas interações pelos profundos e anteriores significados veiculados pela cultura organizacional, a qual se expressa sob a forma de valores, normas e mitos" (idem, p.313). Daqui resulta que o clima é criado pela interação de um grupo de indivíduos, que partilham uma cultura organizacional e a qual influencia a percepção das características organizacionais.

O conceito de clima, segundo Bertrand e Guillemet (1988), engloba todas as características psicossociais da organização que são apreendidas pelos seus membros e a quem influenciam o comportamento. O clima é, então, a resultante de todas as forças que interagem no sistema psicossocial, os comportamentos e motivações dos indivíduos, os seus papéis, a dinâmica dos grupos, os sistemas de influência e a forma de exercício e de autoridade.

Para estes autores, o clima organizacional evoca toda a complexidade da organização e apresenta muitas analogias com o conceito de personalidade dos indivíduos exprimindo toda a riqueza humana do sistema psicossocial.

Clima organizacional e cultura organizacional

Para Bertrand e Guillemet (1988), o clima organizacional e a cultura organizacional são conceitos bastante próximos pois, "do mesmo modo que a cultura, o clima organizacional inclui comportamentos repetidos, normas, valores dominantes, regras do jogo. Mas, enquanto a cultura insiste no que é comum na organização, o clima descreve igualmente o que é diferente ou contraditório (p. 184)".

Enquanto para estes autores a grande distinção entre clima e cultura se baseia no fato de o clima apresentar uma visão da organização menos harmoniosa, mais conflituosa já para Bilhim (1996), a cultura organizacional apresenta‑se como um "fenômeno mais profundo, estando o clima organizacional a um "nível mais superficial". Assim, a mudança ao nível da cultura reveste‑se de maior complexidade porque os longos processos de enculturação e socialização padronizam os comportamentos e as estruturas organizacionais, encontrando o líder níveis de resistência consideráveis.

(Fonte: Adail Bessa de Queiroz et alli - Temas de Chefia & Liderança)

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