Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais (CNPEM) já
tem definida a próxima etapa do Sirius. É o comissionamento (colocação) de
elétrons no terceiro acelerador de partículas que faz parte desse mega projeto
que fica em Campinas, no interior de São Paulo.
A previsão é que isso ocorra ainda em setembro, transpondo 80% de
execução física do empreendimento. Os outros 20% começam logo na sequência e
consistem na montagem de três das 13 linhas de luz síncroton, previstas para
começarem a ser entregues à comunidade científica do Brasil e do exterior em
2020.
É o que antecipou o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações (MCTIC), Marcos Pontes, que autorizou em junho uma suplementação
orçamentária de R$ 75 milhões para o Sirius.
“A gente espera que no ano que vem algumas das linhas já estejam
acionadas, já estejam em operação. Nós temos aí um restante de recursos que vão
ser utilizados para o Sirius e é bom lembrar que isso é investimento,
investimento de alto retorno, investimento muito importante para o país”,
afirmou o ministro.
Quem não tem dúvida sobre esse investimento é o diretor do
Sirius e do Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais (CNPEM) -
organização social responsável por fazer a gestão dos recursos repassados pelo
MCTIC para o projeto. O pesquisador Antônio José Roque da Silva explicou que os
experimentos do Sirius com luz síncroton de 4ª geração estão no limiar da
vanguarda desse tipo de pesquisa no mundo, tendo um paralelo na Suécia.
“Ele posicionará o Brasil de uma forma bastante competitiva no
que hoje a gente chama de economia do conhecimento envolvendo,
principalmente, a questão de materiais avançados, que é uma questão crucial
tecnológica para qualquer país hoje”, defendeu.
SIRIUS
E para quem acha que o Sirius está distante do dia a dia é só se
dirigir a qualquer banheiro. Itens, que de tão básicos e automáticos passam
despercebidos, não existiriam sem materiais radiados, da qual a luz síncrotron
é um exemplo. Nesta lista se inclui fralda de bebês.
Isso sem contar, segundo José Roque, com os usos na indústria
siderúrgica, agricultura e no setor de energia.
“Os síncrotons, de forma geral hoje no mundo, são as
ferramentas mais amplamente utilizadas e com maior impacto na análise mais
ampla de materiais. São usados pra você compreender desde fármacos e questões
ligadas à saúde, passando por investigação de aços e materiais especiais para a
indústria aeroespacial, para a indústria automotiva, caminhando por questões
ligadas à agricultura, exploração de petróleo, questões amplas de energia”,
disse o pesquisador.
HISTÓRIA
O Sirius começou a ser construído em 2009. Já consumiu R$ 1.360
bilhão de um orçamento previsto de R$ 1.8 bilhão. A estrutura física do Sirius
se assemelha a um estádio de futebol, compreendendo três aceleradores de
partículas.
Depois de passar pelo primeiro acelerador (Linac) e pelo segundo
(Booster), chegou a hora de ligar todos os sistemas do acelerador principal,
recém-finalizado, e comissionar (colocar) os elétrons, que vão ser capazes de
dar 600 mil voltas por segundo.
Para se pensar numa imagem é como se vários carrinhos estivessem
numa pista de Autorama e eles fossem cada vez mais acelerados, girassem cada
vez mais rápidos, atingissem a velocidade de 300 mil quilômetros por segundo, a
velocidade da luz, e emitissem, justamente, o que é o objetivo do projeto: as
linha de luz síncroton.
A data limite para todas as 13 linhas de luz síncroton estarem
operacionais é em 2021 ano que vem.
(Fonte: https://www.gov.br/pt-br/noticias/educacao-e-pesquisa/2019/09/projeto-sirius-entra-na-ultima-etapa-da-producao-de-luz-sincroton?fbclid=IwAR2eqlnKqFAjQgxNpfE105gPxSkSvwdnYZUQYuFvxzZtaVEUd3c56PzwPGc)
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