O Brasil foi oficialmente reconhecido pela
Organização Internacional do Cacau (ICCO) como país exportador de 100% de
cacau fino e de aroma. A inclusão no rol de países certificados no Acordo
Internacional do Cacau, ocorreu dia 12/09, durante reunião do Conselho
Internacional da ICCO, realizada em Abidjan, na Costa do Marfim.
A certificação que dá status diferenciado para países que
exportam cacau fino e de aroma é feita desde 1972 pela ICCO. A aprovação
brasileira foi impulsionada pelo trabalho da Comissão Executiva do Plano da
Lavoura Cacaueira (CEPLAC) na elaboração de um dossiê técnico com informações
sobre o cacau do Brasil.
No documento aprovado, o Conselho da ICCO registra que,
“embora as exportações de amêndoas de cacau sejam pequenas em volume, o painel
reconheceu a apresentação de dados mostrando a situação do país como exportador
exclusivo de amêndoas de cacau fino ou de aroma”.
A CEPLAC contou com assessoria da Secretaria de Assuntos
Internacionais do Ministério da Agricultura e apoio diplomático do Departamento
de Promoção do Agronegócio do Ministério das Relações Exteriores, além da
atuação da embaixada brasileira em Abidjan.
HISTÓRICO
A primeira tentativa de ingresso do Brasil no anexo C do
Acordo Internacional do Cacau, que reúne os países produtores e exportadores de
cacau de alta qualidade, ocorreu em 2015.
As chances se tornaram mais concretas a partir da
participação de técnicos da Ceplac na Conferência Mundial do Cacau de 2018,
realizada em Berlim (Alemanha) e na “Reunião Preliminar do Painel Ad Hoc sobre
Cacau Fino e de Aroma”, em novembro do ano passado em Guayalquil (Equador).
Foram realizadas várias videoconferências coordenadas pela
ICCO com servidores da Ceplac até chegar a uma versão definitiva do dossiê. A
solicitação brasileira foi aceita em abril deste ano, em reunião da organização
realizada na cidade de Abidjan, Costa do Marfim, e aprovada dia 12/09.
O cacau fino e de aroma é identificado por apresentar
sabores diferenciados, desde frutados, florais, amadeirado, entre outros. A
definição leva em consideração as características genéticas (origem), local (terroir)
e o tratamento das amêndoas pós-colheita.
O comércio mundial de cacau e chocolate fino atende a um
mercado de nicho e representa menos de 5% do total comercializado entre os
países. Contudo, o produto tem preço elevado no mercado, podendo custar até
três vezes mais do que o cacau comum ou a granel, conhecido como “bulk”.
A expectativa do governo brasileiro é que o reconhecimento
possa aumentar o interesse do mercado internacional pelo cacau produzido na
Mata Atlântica e na Amazônia.
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